Escrava Do Que Desejo

Capítulo 41

3 meses depois...
Helena

Passaram três meses desde a noite que a Eleanor acabou com o que tínhamos antes mesmo de se quer começar e vendo agora foi o melhor que aconteceu, durante esse tempo ela tem andando de cima para baixo dentro dessa casa com a Olivia, segundo a Sara que se tornou minha amiga, eu só sei disso por ela, já que Eleanor não para aqui em casa, bem... não quando estou e nem quando o Marcelo está e quando está eles mal falam, os dois estão muito distantes e estranhos, mas isso não me importa, é a vida deles e apesar de ser a noiva do Marcelo, eu não sinto que faço parte da vida deles, já o Marcelo continua me respeitando e tratando bem, mas tem estado distante, nunca fomos próximos claro, mas ele nem tentou me beijar mais desde que voltou do Brasil, achei estranho, mas acho melhor assim também, é bom ele não se iludir como eu me iludi, não desejo essa sensação para ninguém.

Voltei a trabalhar com a minha amiga que está muito feliz, parece que o Ricardo tem a tratado muito bem e eu fico muito feliz por ela, espero que continue assim. Nesse tempo eu só vi o meu pai duas vezes e de longe, ele e o Marcelo não falam, mas o Marcelo me disse que o casamento continua em pé e tudo que tenha a ver com a sociedade deles com o meu pai, o meu pai trata com o pai dele, já a minha mãe, ah, a senhora está um pouco triste porque o senhor Gabriel teve que voltar para o Brasil, mas logo ele volta e minha mãe não vê a hora, eu vivo falando para ela aceitar que ela ainda ama ele, mas ela não me ouve, diz que é só coisa da minha cabeça, e sobre aquela conversa que eu queria ter com ela sobre eu e o senhor Gabriel sermos parecidos, achei melhor não tocar no assunto e esquecer, deve ser coisa da minha cabeça, onde já se viu eu filha do senhor Gabriel e não do meu pai?

É loucura isso e o meu pai nunca mais encostou um dedo nela desde que ela começou a sair mais para ir à "igreja" então, não quero causar problemas para ela porque se o meu pai suspeitar se quer da minha suspeita, ou melhor paranóia, ele vai surtar então, melhor ficar assim.

Já está escuro, voltei há pouco do meu trabalho e estava subindo as escadas distraída levando o meu prato para comer no meu quarto quando esbarro em alguém, levantei o rosto para ver quem é e é Eleanor, ela continua linda, mas um pouco abatida, olhos fundos e está deixando o cabelo crescer que já bate quase no ombro dela, cabelo comprido fica-lhe muito bem, mesmo que não esteja tão comprido assim.

Eleanor: Me desculpa.— falou ainda me olhando— Eu não vi você, eu vou ajudar você, deixa só eu...

Helena: Não precisa.— a interrompi— A culpa foi minha.— abaixei organizando a bagunça que isso ficou, mas senti ela se abaixando e tentando organizar também quando as nossas mãos se tocaram, é tão estranho sentir ela de novo depois de tanto tempo, como eu estou com saudades, mas eu não posso esquecer tudo o que ela me fez, olhei para ela que está me olhando, separei nossas mãos e continuei organizando as coisas— Eu já disse que você não precisa me ajudar, eu consigo.

Eleanor: Deixa só eu...

Helena: NÃO!— olhei para ela— Eu não quero a tua ajuda por favor.

Eleanor: Tudo bem, mas eu posso pelo menos buscar outro prato de comida pra você já que isso aqui foi culpa minha?

Helena: Não precisa, eu mesma vou...

Eleanor: Não.— sorriu- Pelo menos isso, tudo bem?

Apenas assenti, organizei tudo e entreguei o prato para ela que disse que já que vai para cozinhar melhor ela levar, só concordei, entreguei e subi as escadas para o meu quarto rápido, entrei e parei pensando em tudo o que aconteceu, faz tempo que eu não a vejo assim, que eu não falo com ela, mas já foi, olhei para mim e lembrei que preciso tomar um banho e lavar o meu cabelo, tirei toda a minha roupa, peguei as toalhas do corpo e do cabelo e fui tomar um banho, demorou um tempo e finalmente acabei, saí e entrei no quarto encontrando Eleanor no meu quarto sentada na minha cama que logo que me viu levantou envergonhada.

Helena: Não precisa sentir vergonha, afinal a casa é sua.— falei andando até a minha banca onde estão todas as minhas coisas da pele e cabelo, ainda estou só de toalha, mas infelizmente ela já me viu até sem, por isso não tenho de ter vergonha.

Eleanor: Mas o quarto é seu, eu não deveria ter entrado assim.

Helena: Mas você já entrou.— tirei a toalha da cabeça e olhei para ela que me olha cheia de vontade, se eu não soubesse que é só isso que ela "sente" por mim eu até pensaria que ela está me olhando com paixão.

Eleanor: Ah... trouxe outro prato, Sara me ajudou, deve estar ótimo, ela sempre teve mão de fadas quando o assunto é cozinhar e...

Helena: Eu sei.— estou passando óleo no meu cabelo enquanto olho para ela sem demonstrar emoção nenhuma, mas por dentro eu quero pular pra cima dela e beija-la como antes, mas isso ela não precisa saber— Obrigada por trazer o meu jantar...— ela sorriu— Mas você pode por favor ir embora do meu quarto?— vi o sorriso dela se fechar na hora, não liguei e virei pegando o pente e senti ela chegar mais perto, me virei para a mandar sair e quando o fiz sinto ela já está colada em mim, tanto que congelei por um minuto, mas voltei a estar em mim— Você pode ir embora já.

Eleanor: Não.— falou tocando a minha mão e eu me arrepiei toda— Eu não vou.