Capítulo 38

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Duas semanas depois...
Eleanor

Essas duas últimas semanas foram maravilhosas, meu primo teve que adiar a volta dele, mas está estranho e inquieto para voltar, a mãe de Helena veio aqui duas vezes e ver o sorriso gigante que ela dá sempre que a mãe dela veio aqui é com certeza gratificante, Maria Clara veio aqui também algumas vezes e ela é bem  divertida.

Eu e Helena nos aproximamos mais, eu sei que estava decidida a me afastar dela, mas no dia seguinte tudo foi por água abaixo e com certeza não me arrependo, tenho vivido as semanas mais felizes da minha vida com ela, a gente conversa bastante, saímos até porque ela já está bem melhor e já não precisa das muletas, tão bem que voltará já ao trabalho, a única coisa que me inquieta nisso tudo é o meu primo, eu não sei nem como olhar para ele e dizer que estou apaixonada pela noiva dele. É, eu me apaixonei por Helena, nós nunca falamos exatamente sobre o que sentimos, mas acho que ela sente o mesmo por mim, o que torna a questão do meu primo ainda mais difícil, mas quando ele voltar eu espero resolver as coisas com ele.

Nesse momento estou saindo do curso, estou indo até o meu carro quando sinto alguém puxar o meu braço.

Olivia: Boa tarde, Eleanor.

Ela faz um curso no mesmo edifício que eu, mas não temos nos falado tanto, não desde que comecei a sentir algo por Helena.

Olivia: Você está ótima, faz tempo que você não me liga para nos divertimos como nos velhos tempos.— falou tocando o meu ombro e já fui me afastando— O que foi? Você não tem saudades?

Eleanor: De falar com você como amigas, sim, Olivia, mas nada mais do que isso.

Olivia: Amigas?— riu alto— Nós sempre fomos mais do que amigas e sempre fizemos mais do apenas falar.— tentou me beijar, mas eu me afastei— O que aconteceu com você? Ah, me deixa adivinhar... Helena, é assim que ela se chama, não é?

Eleanor: Olivia, eu acho melhor a gente parar por aqui. Me desculpa se isso te magoa, mas eu nunca enxerguei você como algo mais do que amiga.

Olivia: AMIGA? Uma amiga com quem você transa, é isso? Me diz, o seu primo sabe que mais uma vez você está de olho na mulher dele?

Eleanor: A HELENA NÃO É DELE!— respirei me acalmando— E você não tem nada a ver com isso, nem com a Helena e muito menos comigo, entendeu? Me esquece!

Olivia: Eu te juro, Eleanor que você nunca vai me esquecer e você vai se arrepender por me rejeitar.

Saí deixando ela lá e peguei o meu carro indo embora pra casa, cheguei e encontrei o carro do Marcelo... ele já chegou.
Entrei indo guardar a chave no meu quarto, saí e fui ver se o meu primo está no quarto dele e não está, fui até o quarto da Helena e ela também não está. Desci as escadas indo até ao pátio e nada, decido ir perguntar para Sara e quanto mais próximo chego, mas ouço risos vindo da cozinha. Entro e vejo Marcelo e Helena conversando, que param para me olhar.

Marcelo: Prima, você chegou.—sorriu.

Eleanor: Marcelo.— nos abraçamos e me sentei ao seu lado— Que horas você chegou?

Marcelo: Faz pouco tempo, não é, Helena?— perguntou olhando para ela e depois para mim— Faz tempo que estamos matando saudades.— colocou a mão dele por cima da de Helena que me olha desconfortável— E você, prima, como tens estado?

Eleanor: Bem, muito bem.— olhei para Helena.

Marcelo: Tenho a certeza que sim. Posso imaginar que tem dedo da Olivia nisso, não é?—sorriu e a Helena me olhou desconfortável.

Eleanor: Não, já não estou com ela. Na verdade, nunca estive.

Marcelo: Ah, que pena, é que...— foi interrompido pelo som de uma chamada do telefone dele, ficou ouvindo por algum tempo até dizer que já está indo e não demoraria a chegar e encerrou a ligação— Bem, agora eu preciso sair. Não esperem por mim para jantar.—saiu sem nem olhar para nós.

Helena: Ele ficou estranho depois dessa ligação.— disse se aproximando e me abraçando— Eu estava cheia de saudades suas.

Eleanor: Eu também.— me separei dela— Você sabe que agora que ele chegou nós não poderemos mais ficar como estávamos, não é?

Helena: E eu não quero isso. Eu quero falar com ele e contar tudo.

Eleanor: Tudo o quê, Helena?

Helena: Que eu estou apaixonada por você, Eleanor.— falou fazendo carinho no meu rosto— Você também sente o mesmo por mim?

Eleanor: Sim, sim eu sinto e você não imagina como eu estou feliz por ouvir-te dizer isso.— a abracei e acabei lhe levantando que está rindo — Esse é o dia mais feliz desde que cheguei aqui.— a beijei rápido com medo que Sara chegasse— Eu vou falar com o Marcelo assim que ele chegar, eu vou falar para ele que estamos apaixonadas e que não dá para vocês se casarem.

Helena:Claro, faz isso.—sorriu.

                                 [...]

Já está escuro e estou aqui esperando pelo Marcelo, Helena foi para a casa da Maria Clara para que eu e ele conversássemos à vontade. Saio dos meus pensamentos ouvindo alguém entrar e vejo Marcelo olhando para mim com um semblante nada agradável e cheirando a álcool.

Eleanor: Marcelo, você esteve bebendo?

Marcelo: Estive, estive, priminha.— veio cambaleando— Sabe porquê eu bebi, prima?

Eleanor: Não.

Marcelo: Por que eu estou cercado de traidores, estou cercado de traidores.— apontou o dedo para mim— Você, Eleanor. Como você foi capaz de mais uma vez tentar roubar algo de mim?

Eleanor: O que você está falando, Marcelo?

Marcelo: Ah, você não sabe? Como você foi capaz de se apaixonar pela Helena? Me diz como porra.

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