Às vezes, alguns sonhos tardam a se concretizar.
Helena
Isso não está acontecendo comigo, não é possível. Depois da ultima frase que Eleanor disse ela simplesmente apagou encima de mim, eu coloquei ela do outro lado da cama e mesmo ela dizendo que é mais quente do que eu, tive que a cobrir com um cobertor pois a camisola dela tinha subido tanto que deixa sua calcinha vermelha à mostra, a mesma que ela estava usando no meu sonho. Era muito coincidência, mas foi só um sonho, um sonho muito... ah!
[...]
O sol já tinha nascido, mas Eleanor ainda está dormindo, parece tão serena, tão doce e não aquela mandona e cheia de tesão como estava no meu sonho. São exatamente 8h da manhã e eu preciso levantar, tomar um banho e colocar de novo o vestido que estava usando ontem. Após terminar de me arrumar, saí do quarto deixando Eleanor dormindo e desci até à sala, encontrei apenas Sara limpando o pó.
Helena: Bom dia, Sara.— sorri para ela.
Sara: Bom dia, senhorita Helena.
Helena: Onde está Marcelo?
Sara: No pátio, senhorita. Esperando por você.
Helena: Obrigada.
Agradeci e fui até o pátio. Marcelo já tinha acordado o que só pode significar que eu tinha dormido demais, mas a culpa é daquela cama confortável, a mais confortável em que eu já havia dormido e olhem que eu só tinha dormido em duas até agora, a minha e a do quarto de Maria Clara. Chegando ao pátio a mesa está posta e farta como ontem e Marcelo sentado nela lendo um jornal, está sol então, Marcelo está usando óculos escuros na cabeça, uma Lacoste branca, uma bermuda bege vestida e chinelos calçados.
Marcelo: Bom dia, Helena.— disse ainda olhando o jornal.
Helena: Bom dia, Marcelo.— digo me sentando em frente dele— Como sabia que sou eu?— pergunto servindo uma caneca de café para mim.
Marcelo: Pelo seu cheiro.— olhou para mim— Por isso.
Helena: Poderia ser Eleanor.
Marcelo: Minha prima tem um cheiro mais forte do que você, um cheiro rústico, apesar de ter vivido maior parte de sua vida numa cidade, já você tem um cheiro mais leve, doce, cheiro de frutas. Qual é?
Eleanor: Cereja.— disse aparecendo de pijama— Sua noiva tem cheiro de cereja.
Marcelo: Prima.
Eleanor: Primo.— disse em seguida. Isso será um cumprimento deles?— Olá, Helena.— Eleanor pegou uma maça na mesa e mordeu— Dormiu bem?
Helena: Dormi e você?
Eleanor: Muito bem.— sorriu para mim e depois olhou para Marcelo— Bom, tenho coisas para fazer, bom apetite para vocês. Adeus, Helena— olhou para mim e depois para Marcelo—Primo.
Helena: Prima.— respondeu Marcelo e saiu em seguida por onde veio vestindo uma calça de pijama. Ela não se lembra de nada de ontem a noite?
Marcelo: Tudo bem?
Helena: Sim, mas... posso fazer uma pergunta?
Marcelo: Queres dizer fazer outra depois dessa?
Helena: Sim.— sorrio— Sua prima tem algum problema de sono?
Marcelo: Porquê a pergunta?
Helena: Nada não, é que ela pareceu cansada agora há pouco, como se não tivesse dormido o suficiente.
Marcelo: Eleanor é sonâmbula, além da insónia que começou desde o acidente dos pais dela.
Helena: Nossa, eu não sabia.Entendo.— isso explica tudo— E ela faz algum tratamento?
Marcelo: Além de ler?— assinto para Marcelo— Não. — Tomou um gole do seu café— Insisti, mas minha prima é muito teimosa.— olhou para mim— Não se preocupe, ela está bem... e você, vejo que dormiu muito bem.
Helena: Dormi tanto assim?
Marcelo: Não se preocupe.— sorriu—Você acordou antes que a minha prima, significa que você acordou na hora certa.
[...]
Terminamos de comer e eu preciso ir para casa e Marcelo para uma reunião e foi trocar de roupa e depois fez questão de me levar até casa a casa pois segundo ele precisa se desculpar por eu ter passado a noite na casa dele antes de sermos casados, e tem razão, pois meu pai se importa muito com o que as pessoas dizem.
Marcelo me trouxe de carro, ele mesmo conduziu e não demorou muito para chegarmos até a minha casa. Não precisamos bater porque eu tenho uma chave que ando sempre com ela, entramos em casa, Marcelo depois de mim e chamei pela minha mãe que entrou em seguida.
Paula: Filha.— veio e beijou minha bochecha e depois olhou para Marcelo— Bom dia, Marcelo.
Marcelo: Bom dia, dona Paula. Como está?
Paula: Estou bem, obrigada. E o Marcelo?
Marcelo: Estou bem.— disse sorrindo.
Paula: Tudo bem...— minha mãe sorriu—Venha! Quer tomar um café?
Marcelo: Não, obrigada. Helena e eu já comemos. Eu vim mesmo para trazê-la e me desculpar por essa situação.
Paula: Ah, não se preocupe. Eu e o meu marido entendemos. Obrigada por zelar pelo bem-estar da nossa filha.
Marcelo: Foi um prazer.—olhou para mim me fazendo corar e depois para a minha mãe — Agora eu preciso ir.
Paula: Não quer mesmo tomar café?
Helena: Mãe!— a repreendo.
Marcelo: Não, obrigada. Está tudo bem, tenho uma reunião de negócios agora.
Paula: Tudo bem, Marcelo. Obrigada mais uma vez por trazer Helena viva.
Marcelo: Não tem de quê.— sorriu para a minha mãe— Helena...— olhou para mim e dessa não foi sem antes sussurrar algo tão baixo que só eu pudesse ouvir—Pela próxima você dormirá no meu quarto.— beijou a minha bochecha e saiu pela porta me deixando tão vermelha quanto a cor do meu cabelo. Quem é esse, homem?
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Escrava Do Que Desejo
FanfictionHelena é uma jovem que vê-se dividida entre desejos e necessidades enquanto ao seu redor o mundo muda completamente graças a chegada de uma pessoa... Eleanor.