Helena
Marcelo: O que raio está acontecendo aqui?
Olhei Marcelo surpresa, mas também aliviada por saber que meu pai não me baterá, não na frente dele. Olhei para o meu pai e ele está tão surpreso, me atrevo a dizer mais do que eu.
Rogério: Marcelo, o que você faz aqui?— disse recuando — Não se passa nada, não é, Filha?— perguntou me olhando me intimidando, ele quer que eu minta, mas eu não sei se o Marcelo acreditaria, mas eu também não o vou desobedecer.
Helena: É... não se passa nada, Marcelo.— falei tentando me levantar, mas não consegui e quando tentei de novo caí sentindo uma dor insuportável— Meu tornozelo!— gemi de dor e passei a mão nele e doeu ainda mais— Ai!!— meus olhos já estão embaçados, é uma dor horrível.
Marcelo correu até mime olha para mim com ternura, preocupação, tentou pegar onde dói, mas parou quando eu gemi afastando a mão dele.
Helena: Isso dói... eu acho que deve ter fraturado algum osso com a queda.— ele olhou meu pai sério e depois para mim fazendo carinho no meu rosto— Me ajuda?— ele pareceu sair de um transe, pois no mesmo momento ele me segurou no colo e foi caminhando para longe do meu pai.
Marcelo: Eu vou levar você ao hospital para ver isso, tudo bem?— assenti— E depois você mai explicar o estava acontecendo quando eu cheguei.
Falou sério e eu só consegui enfiar a minha cara no pescoço dele enquanto ele me leva para o carro dele para ir ao hospital... eu estou sentindo muita dor.
[...]
Eu já estou na cama, em um dos quartos do hospital da cidade. Sim, o Marcelo me trouxe para cidade que não é muito longe da vila porque segundo ele eu preciso ser bem tratada e apesar dos postos da vila serem bons não são tanto como os hospitais daqui. Eu só vim aqui uma vez quando era bem pequena então não me lembro de muito, mas enquanto nós vínhamos para aqui eu olhava da janela tudo e aqui é realmente tão lindo quanto agitado como dizem. Eu estava olhando para janela quando ouvi rodando a maçaneta e vi Marcelo entrando com um copo de café.
Helena: Obrigada.— recebi o copo e logo dei um gole— Nossa, é muito bom!— olho para ele que só me olha quieto— Está tudo bem?
Marcelo: Me diz você, está?— assenti e ele veio se aproximando e se sentando na cadeira ao lado da cama— Está mesmo?— assenti de novo e ele pegou a minha mão fazendo carinho— Não minta para mim, Helena. O que estava acontecendo quando eu cheguei?
Helena: Na-nada.— falei puxando a minha mão da dele na hora— Não estava acontecendo nada.
Marcelo:Eu já disse não minta para mim.— olhei para ele que estava tão sério, nunca tinha o visto assim— Olha, você pode confiar em mim, não precisa mentir, eu só quero te ajudar... te proteger.— parou de falar e suspirou— Você é minha noiva e em breve será minha esposa, eu sinto que é meu dever te proteger, mesmo que seja da tua família.
Eu fiquei parada ali olhando ele, tentando decifrar ele, eu poderia mesmo confiar nele e contar tudo? Será que ele vai acreditar e se sim, o que vai acontecer entre ele e o meu pai? Como ficará a situação do casamento? Eu não sei se posso confiar nele, mas ele me passa tanta segurança e eu sinto que tenho ele ao meu lado, e eu já estou cansada de apanhar, então é isso, eu vou arriscar.
Helena: Se você não tivesse chegado meu pai me bateria.— olhei para ele e já mudou a expressão, estava com raiva— Marcelo?— chamei e ele se levantou e foi andando de um lado para outro— Ei?— ele parou e me olhou sério— Está tudo bem, é só...
Marcelo: Há quanto tempo?— me interrompeu chegando mais perto esperando uma resposta.
Helena: O quê?
Marcelo: HÁ QUANTO TEMPO ELE BATE EM VOCÊ?— Ele está totalmente alterado, diferente, nunca tinha o ouvido gritar, confesso que isso me assustou. Sempre me assusta porque meu pai sempre que grita eu sei que a qualquer momento ele pode se descontrolar e nos machucar e eu só percebi que estava chorando quando ele começou vindo até mim— Ei? Está tudo bem.— disse mais calmo— Me desculpa...— passou a mão na cabeça— Me desculpa ter gritado, eu só... eu só não consigo entender o motivo dele bater em você.
Helena: Ele é meu pai.
Marcelo: E daí? Isso é motivo para ele bater em você?— ele veio e levantou o meu rosto— Me desculpa ter gritado, tudo bem? — apenas assenti— Não importa se você for até a empregada dele, não se bate em mulher, ouviu?
Helena: Ele faz isso já tem alguns anos.— olhei para ele e só negou com a cabeça baixada— Ele tem me batido faz alguns anos.
Marcelo : E como ninguém nunca reparou em nada? Em você?— suspirou— Nem mesmo a tua mãe?
Helena: Ele... ele também bate nela.— ele ficou mais irritado ainda, em silêncio por 5 minutos e veio sentar ao meu lado.
Marcelo: Eu não vou deixar que ele continue machucando vocês, machucando você.
Helena: E o que você pretende fazer?
Marcelo: Abrir as portas da minha casa para vocês.
Helena : Não entendi.
Marcelo: Eu quero que vocês venham viver comigo, Helena.
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Escrava Do Que Desejo
Fiksi PenggemarHelena é uma jovem que vê-se dividida entre desejos e necessidades enquanto ao seu redor o mundo muda completamente graças a chegada de uma pessoa... Eleanor.