Escrava Do Que Desejo

Capítulo 49

Eleanor

Hoje de manhã encontrei Helena que disse que precisamos conversar quando o meu primo adormecesse, não queria ter que fazer isso de novo, mas eu quero ouvir o que ela tem a dizer, além do mais mesmo evitando ela eu gosto de aproveitar os pouquíssimos momentos que nos encontramos.

Estou correndo para abrir a minha livraria antes do prazo do casamento do meu primo e da Helena para eu ir embora, pois se acontecer, não vou continuar vivendo aqui e por falar nisso preciso organizar o meu antigo AP que tenho na cidade porque voltarei a viver nele.

Já está escuro e estou voltando para a vila, está muito tarde mesmo porque é nesse horário que tenho voltado para não encontrar Helena, mas hoje foi mais porque o que tinha a fazer na cidade demorou bastante, a casa está silenciosa então acredito que Marcelo já esteja a dormir e Helena me esperando, vou antes ao meu quarto tomar um banho e depois ir avisá-la que já cheguei.

Terminei de subir as escadas e quando entro me deparo com Helena sentada na minha cadeira onde me sento para ler, lendo algum livro, usando uma daqueles vestidos de alças de cetim para dormir, dessa vez um rosa comprido e justo que marca todo seu corpo.

Helena: Vai continuar me olhando ou entrar de vez e fechar a porta?— perguntou me tirando dos meus pensamentos.

Eleanor: É difícil com tamanha tentação.— olhei para ela que ainda permanece com os olhos no livro— Estás aqui faz tempo?

Helena: Algum, mas não importa.— olhou para mim percorrendo todo o meu corpo— Você fica bem de calça.— voltou a olhar para o livro.

Eleanor: Obrigada.— entrei e fechei a porta— Eu vou só tomar um banho e depois a gente conversa, pode ser?— apenas assentiu— Então está bem.

Vou direito para o banheiro onde está a minha toalha, tirei a roupa e o tênis, liguei a água e entrei, lavei o cabelo e terminei de tomar banho, saí do quarto enrolada na toalha e outra no cabelo, quando tinha o cabelo super curto não precisava disso e isso me incomoda, minutos depois tirei-a e deixei o cabelo assim mesmo molhado agarrado em tudo que é lugar, minhas orelhas, pescoço. Quando chego no quarto vou até ao armário pegar um pijama e vi Helena me olhando, sorri ao ver ela tentar ao máximo que eu não percebesse o que está a fazer, me troquei na frente dela e me sentei na cama chamando a atenção dela.

Helena: Finalmente.— colocou o livro no lugar e me olhou— Eu preciso conversar com você.

Eleanor: Aqui estou. O que aconteceu?

Helena: O Marcelo sabe? Digo, sobre o que houve entre nós?

Eleanor: Sabe.— ela me olha chocada— O que foi?

Helena: O que foi?— se levantou andando de um lado para o outro— Como você me diz com essa naturalidade que ele sabe?— passou a mão na cabeça suspirando— O que ele sabe? Sabe que nós... nós transamos?— vi-a ficar vermelha de vergonha e isso me trouxe boas lembranças.

Eleanor: Não. Mas se soubesse isso te incomodaria?

Helena: Sim, tal como a situação toda.— se sentou— O que ele disse quando descobriu?

Eleanor: Me mandou se afastar de você.— ela me olhou surpresa e depois olhou para o chão.

Helena: Mas e o casamento? Ele não recuou, ele ainda quer se casar!

Eleanor: Pois quer. Ele não deixaria que eu ficasse de novo com algo que lhe pertence.

Helena: Eu não pertenço a ninguém.— olhou para mim — Então, é verdade que essa não é a primeira vez que você...

Eleanor: Me apaixono por alguém que ele quer? Não.—ela abanou a cabeça sorrindo— O que foi?

Helena: Como você pode dizer isso?— olhou para mim com os olhos em água— Dizer que te apaixonaste por mim depois de tudo o que me disseste?

Eleanor: Você não entende, Helena? Eu disse e fiz aquilo tudo porque era o certo, nós não poderíamos continuar... você é noiva do meu primo.

Helena: Mas não é ele quem eu amo.— olhei para ela surpresa que parece ter se arrependido do que disse— Quem eu amava.— se levantou e foi até a janela.

Eleanor: Você me ama, Helena?— me aproximei dela e ela se afastou— Ou me amaste?

Helena: Não interessa agora.

Eleanor: Interessa sim porque eu também te amo.— ela me olha chorando— Eu te amo, Helena.— cheguei mais perto dela — Eu te amo como nunca amei ninguém antes.— fiz carinho no rosto dela e ela segurou a minha mão por cima sorrindo.

Helena: Você não ama.— olhou para mim— Ou pelo menos não o suficiente para ir contra o Marcelo e lutar por mim.

Eleanor: Você não entende? Ele é meu primo e eu não posso fazer isso de novo com ele!

Helena: Então, o passado é mais importante do que o agora, só que o agora, Eleanor sou eu... ou melhor, era. É melhor continuarmos assim afastadas.

Eleanor: Não, Helena, não.— segurei o rosto dela com as mãos deixando nossas bocas mais próximas— Eu vou lutar por você, por nós, só me dá essa chance.

Helena: Já não importa.— tirou as mãos do meu rosto e foi até à porta— Feliz noite, Eleanor.

A Helena saiu e eu só consigo pensar em como eu fui burra em não ter lutado por ela, por nós. Ela pode ter dito que não me ama mais, mas eu sei que é mentira e se não for, eu vou reconquista-la, eu vou lutar pelo que desejo.