Capítulo 35

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Eleanor

Eu fui na cidade estudar, sim, eu estudo. Na verdade, é só um curso que eu quis tanto fazer e estou fazendo e é nesse lugar que eu vou todos os santos dias quando digo que vou sair. Cheguei em casa e percebo que o Marcelo já chegou, vou até ao quarto dele pois ele pediu para Sara que me avisasse que ele quer me ver assim que eu chegar. Bati a porta e ouvi um "Entra" e assim o fiz, entrei vendo-o arrumando a mala que ele sempre leva quando vai à viagens de negócios.

Eleanor: Vai viajar?— perguntei entrando mais.

Marcelo: Vou sim. Por isso quero falar com você.— virou-se olhando para mim— Estavas na cidade?

Eleanor: Sim. Já já termino o curso e aí poderei trabalhar com o que eu tanto amo.

Marcelo: Livros!—sorriu— Você vai mesmo abrir uma livraria?

Eleanor: Eu vou.— me sentei na cama dele— Você sempre soube que é com isso que eu sempre quis trabalhar.

Marcelo: Bem, o lado bom é que você tem as ações que a mamãe deixou para você e se você quiser vender ou assumir o teu lugar na empresa caso isso não seja o suficiente, lembra disso.

Eleanor: É claro.— sorri— Você vai amanhã?— ele assentiu— Para onde?

Marcelo: Brasil.— disse sorrindo mais.

Meu primo ama aquele lugar, lá ele foi solto, feliz, amou pela primeira vez até assumir o lugar na empresa que ele está até hoje.

Eleanor: Será que ela ainda vive lá?—ele me olhou na hora— O que foi?

Marcelo: Eu não sei.— falou se sentando ao meu lado— Mas também isso não interessa, eu estou noivo, não é?

Eleanor: Porque o meu tio, seu pai, quer e não você. Você deveria fazer o que você quer.

Marcelo: E você faz o que você quer?— me perguntou e na hora eu gelei, eu sou uma covarde, eu quero mesmo é contar para Helena que eu gosto dela, mas não consigo— Nem sei porquê eu perguntei, você sempre faz o que você quer, minha amiga.— olhou para mim sorrindo triste— Eu não, eu tenho obrigações a cumprir.

Eleanor: Eu sei, mas eu vou sempre te dizer que você deveria fazer tudo o que você quer, o que te faz feliz.

Marcelo: Sabe o que me faria feliz?— abanei a cabeça negando— Que a Helena esteja segura. Sabe, depois da... da Fernanda, eu só consegui sentir alguma coisa pela Helena.

Fernanda foi a primeira namorada do meu primo, aquele que ele mais amou e acho que ainda ama. Quando ele teve que voltar para casa e deixar o Brasil, eles terminaram e ele ficou arrasado, nunca mais foi para lá, essa é a primeira vez em anos que ele voltará lá.

Eleanor: Você gosta dela? Da Helena.

Marcelo: Eu acho que eu gosto é da sensação de cuidar dela, proteger ela.— sorriu— Ela é tão delicada... nem parece que conseguiria magoar uma mosca.

Eleanor: Se você visse como ela deixou aquela tal de Melissa, primo, você não duvidaria disso.— sorri lembrando.

Marcelo: Mas ainda assim, eu sei que ela só magoaria quem merecesse e isso, isso me faz querer pelo menos tentar amá-la.— suspirou— Eu achava que ela também queria até hoje.

Eleanor: O que aconteceu hoje?

Marcelo: Ela não quis me beijar. Bem, ela não disse isso só desviou do beijo e acabou beijando a minha bochecha.

Eleanor: Talvez seja coisa da tua cabeça ou ela não esteja no clima com tudo que está se passando.

Marcelo: É, talvez você esteja certa.— se levantou da cama— Bem, era só isso que eu queria te dizer. Cuida da Helena e não deixa o pai dela chegar perto e também vai ver como a mãe dela está por favor.

Eleanor: Tudo bem, pode deixar.— me levantei também— Faz boa viagem e relaxa, eu cuido de tudo.

Marcelo: Obrigado.

Saí do quarto me sentindo a pior pessoa do mundo por gostar da noiva do meu primo, mas um pouco feliz também por saber que Helena não quis beija-lo depois da noite que tivemos... eu estou tão confusa, talvez eu devo me afastar mesmo da Helena e deixar ela livre para tentar com o meu primo.

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