Capítulo 58

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Helena

Minha mãe acabou de dizer que ela e o meu pai vão se divorciar, minha pressão baixou de um jeito que minha me ajudou a deitar na hora colando os meus pés no colo dela.

Helena: Você e o pai vão se divorciar?— ela assentiu— Vocês vão se divorciar?— ela assentiu de novo— Mãe, não brinca comigo... vocês vão mesmo se divorciar?— ela me deu um tapa no braço— Ai!

Paula: Vou precisar falar quantas vezes? Nós vamos nos divorciar.— olhei para ela sorrindo, um sorriso gigante, esse é o meu maior sonho e está se realizando— Fica triste não.—debochou e eu ri mais ainda a abraçando.

Helena: A senhora não sabe como eu esperei por esse dia.— a abracei chorando— Estou tão orgulhosa da senhora.— falei limpando minhas lágrimas— Mas ao que se deve isso tudo? Ele aceitou sem fazer ou dizer nada?

Paula: Lembra que o Gabriel estava para voltar?— assenti— Então, ele voltou, nós nos encontramos e ele me disse coisas tão lindas, filha.— sorriu com um brilho nos olhos que só o senhor Gabriel pode dar— Que nunca deixou de me amar, que nem casou ele casou, acredita? E eu decidi aceitar que eu também nunca deixei de o amar e ambos decidimos cumprir a nossa promessa.

Helena: Isso quer dizer que vocês vão...

Paula: Voltar a tentar e estou muito feliz, meu amor. Ele me disse que vai voltar para o Brasil e me convidou para ir com ele, eu disse que irei, mas só se você for comigo.— falou segurando minhas mãos.

Helena: Ir para o Brasil, mãe? Logo agora que eu e a Eleanor nos acertamos.— ela me olhou sem acreditar— Isso mesmo, nós estamos bem, mãe eu estou muito feliz, pela primeira vez na minha vida eu me sinto feliz e segura com alguém que não seja a senhora e a Maria Clara.— fiz carinho na mão dela e ela já está chorando— Oh, mãe, não chora se não eu choro também.

Paula: É que eu já sei o que você vai dizer, minha filha.

Helena: É, mãe. Eu não vou poder ir com a senhora, mas eu quero que a senhora saiba que não é só pela Eleanor, é que pela primeira vez na vida eu serei livre, livre para viver onde e como eu quiser, com quem eu quiser, fazer a minha vida, ter um emprego bom mesmo, uma casa e talvez uma família com a mulher que eu amo.— ela olhou para mim sorrindo— Eu não vou poder ir com a senhora, mas eu vou ir sempre que puder visitar vocês, mãe,mas você vai, por favor não desperdice essa nova chance de viver o teu amor.

Ela chorou mais ainda e nos abraçamos, um abraço bem gostoso, cheio de amor e ternura. Eu amo demais a minha mãe, mas eu preciso ter a minha vida, preciso voar e independente da distância nós sempre estaremos juntas.

Paula: Eu tinha a esperança de você ir com a gente para poder contar algo para você e para o Gabriel.— olhei para ela estranhando.

Helena: Contar o quê, mãe?

Paula: O Gabriel, ele... ele é seu pai, Helena.

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