VENDIDO AO ALFA [CONCLUÍDO]

🍁CAPÍTULO 23🍁

🍁Luiz

O sol raiou brilhante naquela manhã, iluminando o céu em um azul profundo. Após o meu banho no rio, voltei para a fazenda, sentindo a água fresca ainda a escorregar pela minha pele. Vesti-me rapidamente, o coração batendo acelerado pela expectativa do que estava por vir. Era uma nova chance, um novo começo.

Após o café da manhã, onde tentei me concentrar em cada garfada, meu pensamento estava fixo no escritório de Leonardo. Ele havia me pedido para ir até lá, e a ideia me deixava nervoso e animado ao mesmo tempo. Depois de alguns momentos que pareceram eternidade, tomei coragem e fui em direção à porta do escritório, sentindo cada passo como um pressentimento de mudança.

— Bom dia, Luiz! — Leonardo exclamou ao me ver entrar, um sorriso se abrindo em seu rosto. A visão daquele sorriso, ainda que breve, fez meu coração acelerar.

— Bom dia, Leonardo — respondi, tentando parecer calmo, embora a ansiedade estivesse me consumindo.

— Sente-se, por favor — ele gesticulou, indicando uma cadeira à sua frente. Eu me sentei, olhando ao redor do escritório, que exalava uma aura de autoridade e poder. Estava repleto de papéis, livros e um grande mapa da fazenda, que parecia contar a história daquelas terras.

— Estava pensando sobre o seu futuro aqui — começou ele, com um tom sério que me deixou em suspense. — Decidi que você será meu secretário.

Meu coração quase saiu pela boca. As palavras reverberaram em minha mente, e eu fiquei atônito, tentando processar a informação.

— Seu… secretário? — perguntei, hesitando. A alegria e a incredulidade misturavam-se em uma explosão de emoções.

— Isso mesmo — ele disse, assentindo com a cabeça. — Você vai me ajudar com a administração da fazenda e dos produtos que temos. Você já faz isso, então pensei que seria uma transição fácil.

— Mas… isso é incrível, Leonardo! — exclamei, incapaz de conter a felicidade. — Obrigado! Eu realmente aprecio a confiança que você está depositando em mim.

— Não é só isso — ele continuou, olhando nos meus olhos. Havia um brilho neles que me deixou um pouco tonto. — Você também receberá um salário bom, e quero que você saia do quarto dos fundos da cozinha. Você deve se instalar em um dos quartos nobres da casa.

A notícia me pegou de surpresa novamente. A ideia de deixar o quarto nos fundos, aquele espaço escuro e sem vida, e ir para um lugar melhor me deixou emocionado. A mudança não era apenas física; era como se eu estivesse finalmente sendo reconhecido como alguém digno, como alguém que importava.

— Isso… é muito generoso da sua parte — eu murmurei, lutando para controlar a emoção na minha voz.

Leonardo, com sua seriedade habitual, pareceu alheio à minha comoção. Ele continuou:

— Quero que você se sinta à vontade aqui, Luiz. Precisamos de alguém em quem possamos confiar, e você tem se mostrado muito capaz. Quero que você aprenda e cresça, porque isso beneficiará a todos nós.

— Eu prometo que vou dar o meu melhor — respondi, firme. Uma onda de determinação tomou conta de mim. Era uma chance de mostrar que eu não era apenas um ajudante, mas alguém que poderia fazer a diferença.

Leonardo se recostou na cadeira, parecendo satisfeito com a minha resposta. O clima no escritório, antes tenso, agora parecia leve, quase familiar.

— A partir de amanhã, vamos começar a organizar tudo. Quero que você tenha uma visão clara do que precisamos fazer e como podemos melhorar a produção.