VENDIDO AO ALFA [CONCLUÍDO]

🍁CAPÍTULO 49🍁

🍁Leonardo

O navio atracou ao amanhecer, e a primeira visão que tivemos da Itália foi de uma beleza quase surreal, como um sonho finalmente realizado. As águas calmas refletiam a luz dourada do sol, que despontava sobre o porto de Roma, e a cidade parecia envolta em um brilho etéreo. O céu estava límpido, e a brisa leve trazia o cheiro do mar misturado ao aroma fresco das oliveiras e do solo italiano.

Ajudei Luiz a descer as escadas do navio com cuidado, segurando-o pelo braço, certificando-me de que ele estava seguro a cada passo. Ele carregava em seu ventre o futuro de nossa família, e era impossível não sentir uma onda de emoção ao ver sua figura ali, tão frágil e ao mesmo tempo tão forte. Sua barriga já estava bem arredondada, e hoje completávamos seis meses de gestação. Era uma visão linda; ele irradiava felicidade e expectativa, o rosto iluminado pela ansiedade de encontrar Alice e explorar essa nova terra.

— Finalmente, Leonardo! Estamos na Itália! — exclamou ele, o sorriso largo e os olhos brilhando como eu nunca tinha visto.

— Sim, meu amor, chegamos ao nosso novo lar — respondi, puxando-o para um breve abraço. — E espero que ele seja tudo aquilo que você sempre sonhou.

À nossa frente, a cidade de Roma se abria em um emaranhado de ruas antigas e charmosas, pontuadas por construções clássicas e estátuas que pareciam saídas de uma pintura renascentista. Ouvíamos as vozes dos italianos conversando animadamente, gesticulando com paixão, enquanto o som das carruagens e das rodas contra as pedras da rua completavam o cenário. Era como se tivéssemos entrado em outro tempo, um lugar onde o passado e o presente se entrelaçavam em uma harmonia perfeita.

Caminhamos juntos pelo porto, com Luiz absorvendo cada detalhe, encantado como uma criança. Ele acariciava a barriga de leve, e eu sabia que ele já sonhava em apresentar esse novo mundo ao nosso futuro filho ou filha.

— Leonardo, será que Lorenzo ou Helena também vão se encantar por esse lugar como eu? — perguntou ele, em tom sonhador.

— Eu não tenho dúvida, Luiz. E eles terão a sorte de viver entre todas essas maravilhas desde cedo. — Sorri, segurando sua mão com carinho. — E você terá a chance de viver os dias mais felizes de sua vida. Vou garantir isso.

Ao nos aproximarmos das primeiras ruas da cidade, o cheiro do pão recém-saído do forno e o aroma de café invadiram o ar, nos atraindo para uma pequena padaria. Decidi que nossa primeira parada deveria ser ali, para que Luiz pudesse experimentar o verdadeiro sabor da Itália. Pedi dois pães e uma xícara de café para cada um, enquanto ele explorava o ambiente com o olhar curioso e fascinado.

— É lindo, Leonardo! Tudo parece uma obra de arte — disse ele, acariciando a barriga enquanto sorria para mim. — Acho que nunca senti tanta paz em minha vida.

— E isso é só o começo, Luiz. Roma é só a primeira parada. Imagine quando explorarmos as vilas, os campos… Todo esse país é um pedaço do paraíso.

Após tomarmos nosso café, seguimos por uma rua que levava ao coração de Roma. As construções eram altas e elegantes, com sacadas adornadas por flores coloridas que contrastavam com as paredes de pedra. Estátuas e fontes em mármore decoravam as praças, e era quase como caminhar por um museu a céu aberto. Havia uma fonte à nossa frente, e Luiz puxou-me pelo braço, levando-me até a borda de mármore para que pudesse molhar as mãos.

— Vamos fazer um pedido, Leonardo? Dizem que dá sorte jogar uma moeda na fonte — sugeriu ele, animado.

Sorri e tirei uma pequena moeda do bolso, colocando-a na mão dele. Luiz fechou os olhos e jogou a moeda, sorrindo com a leveza de quem estava deixando para trás todas as dificuldades do passado.