🍁Luiz
O dia amanheceu com a luz do sol filtrando-se pelas janelas, um espetáculo que me despertou com suavidade. Levantei-me, sentindo a energia da manhã e a expectativa de um novo dia. Sem perder tempo, fui até o banheiro, onde desfrutei de um banho quente que renovou meu ânimo. O vapor e o calor me envolviam, e logo me vesti com as roupas formais que Leonardo havia escolhido para mim. Era um novo começo, e eu estava pronto para aproveitá-lo.
Ao descer, o cheiro do bolo de milho fresco misturado ao café recém-passado invadiu meu olfato e fez meu estômago roncar. Dirigi-me à cozinha, onde as cozinheiras estavam trabalhando, e peguei um pedaço do bolo, acompanhado de uma xícara fumegante de café. O sabor era divino, um lembrete do conforto que aquele lugar me proporcionava.
Depois de um café da manhã revigorante, voltei à sala, já me sentindo mais leve e satisfeito. Porém, ao entrar, encontrei Leonardo sentado à mesa, a expressão fechada. A luz da manhã iluminava seu rosto, mas a sombra de seu mau humor pairava no ar.
— Bom dia, Luiz — ele disse, sua voz carregando um tom que não soava genuíno.
— Bom dia, Leonardo — respondi, tentando ler suas emoções, mas ele parecia distante.
Ele me olhou, e eu percebi que estava esperando por mim, o que me fez sentir uma pontada de satisfação, apesar de sua expressão nada amigável.
— Eu estava te esperando para comer — ele disse, forçando um sorriso que mal disfarçava seu desagrado.
— Ah, eu já tomei café na cozinha — respondi, sentindo um pequeno impulso de rebeldia, mas também um desejo de não contrariá-lo.
— Você deveria tomar na mesa comigo — ele insistiu, sua voz revelando uma autoridade que eu havia começado a associar a ele.
Por um momento, hesitei, mas a necessidade de agradá-lo e a vontade de estar ao seu lado venceram. Sentei-me à mesa e me servi de algumas iguarias, tentando manter a conversa leve.
— Então, como foi sua viagem a Santos? — perguntei, buscando uma maneira de quebrar o gelo.
Leonardo bufou, mas não respondeu imediatamente. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos. O silêncio se estendeu, e eu continuei a comer, observando-o. Seu olhar estava distante, e seu semblante permanecia sombrio. Era claro que algo o incomodava.
— Não foi nada que eu não esperasse — ele disse, finalmente, enquanto pegava uma fatia de pão. A forma como ele se dirigiu ao alimento era quase mecânica, sem o entusiasmo que costumava demonstrar.
A atmosfera estava tensa, e a sensação de desconforto era palpável. Mas havia uma parte de mim que estava intrigada por sua insistência em me ter à mesa, como se quisesse que eu fizesse parte do seu mundo, mesmo que naquele momento ele não estivesse totalmente presente.
— Espero que Alice esteja bem — comentei, lembrando-me de que ela havia partido. O nome dela parecia causar um impacto imediato em Leonardo, e eu percebi que havia tocado em um ponto sensível.
Ele parou de mastigar, seu olhar se tornando mais frio.
— Ela está onde precisa estar — respondeu, sua voz mais dura do que antes.
O clima entre nós ficou mais pesado. Não sabia se devia continuar a conversa ou mudar de assunto. Mas não consegui resistir.
— Você sente falta dela? — perguntei, curiosidade me dominando.
Leonardo olhou para mim com uma expressão que era uma mistura de raiva e dor.
— Não é sobre isso, Luiz. — Sua voz era firme, mas eu podia sentir uma fragilidade subjacente. — Ela tomou a decisão dela.
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VENDIDO AO ALFA [CONCLUÍDO]
Fiksi PenggemarEm um Brasil escravocrata, onde a liberdade é um sonho distante, Luiz Fernando, um jovem órfão e marcado pela brutalidade da vida, descobre que seu destino foi selado sem sua permissão. Vendido como propriedade, ele agora pertence a Leonardo de Andr...