•Capítulo 1: O Chamado

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Era uma manhã fria e chuvosa na pequena cidade de Sterling. As gotas de chuva escorriam pelas janelas embaçadas do carro enquanto Ana, Laura e Carlos viajavam a negócios. A estrada deserta refletia o peso do silêncio entre eles, quando, de repente, o celular de Ana tocou, rompendo a quietude.

- Alô? - Ana atendeu, sua voz vacilante, como se pressentisse algo.

- Ana... é o Capitão Harry... - a voz do outro lado estava tensa, carregada de emoção, como se as palavras o sufocassem. - Vocês precisam vir até a delegacia... agora.

- O que aconteceu? - Ana apertou o telefone contra a orelha, sentindo um frio invadir seu corpo que nada tinha a ver com o clima do lado de fora.

- Ana... seus pais... - Harry hesitou, a dor transbordando em cada sílaba. - Eles foram assassinados.

Ana sentiu o mundo desmoronar. Seus olhos encontraram os de Laura, que imediatamente soube que algo terrível havia acontecido. Carlos, ao volante, tentou manter a calma, mas sentiu o peso da notícia antes mesmo de saber o que era.

- Precisamos ir para a delegacia, agora. - Ana mal conseguiu sussurrar, sua mente girando enquanto lágrimas silenciosas corriam pelo seu rosto.

Eles chegaram à delegacia, as portas pesadas se abriram e o Capitão Harry estava lá, esperando. Ele era um velho amigo da família, e os olhos vermelhos e a expressão abatida mostravam que a dor era pessoal.

- Eu sinto muito, Ana, Laura... - disse ele, sua voz embargada. - Seus pais eram meus amigos. Prometo que faremos tudo para descobrir quem fez isso.

As duas irmãs caíram no choro, se abraçando com força, enquanto Carlos tentava manter a postura, lutando para ser o apoio de que elas precisavam.

- Chamamos o detetive Johnny Donovan para o caso - continuou Harry, apertando os ombros de Ana com força. - Ele é o melhor, e não descansará até encontrar o culpado.

Johnny chegou minutos depois. Alto, de olhar afiado e calculista, ele examinou a sala antes de dirigir-se ao Capitão.

- O que temos até agora? - perguntou Johnny, sem perder tempo.

- Os corpos estavam na casa... não há sinais evidentes de arrombamento, mas algo está errado. - Harry entregou a pasta a Johnny. - Eu preciso que você descubra o que não estou vendo.

Johnny apenas assentiu, seu rosto impassível. Ele sabia, no momento em que viu as fotos da cena do crime, que aquilo não fora um assassinato comum. O que quer que tivesse acontecido, fora meticulosamente calculado.

- Isso não foi por acaso - murmurou Johnny para si mesmo, enquanto pegava suas chaves e se dirigia à cena do crime. O mistério havia começado, e ele estava determinado a resolvê-lo.

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