•Capítulo 12 - Aquela noite

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Quando a noite finalmente chegou, Johnny bateu levemente na porta do quarto de Ana e a abriu suavemente. - Está pronta? " Ele perguntou, admirando a beleza dela. Ana estava deslumbrante, com um vestido que destacava sua graça e simplicidade.

- Sim, vamos, ela respondeu, sorrindo. Eles desceram em silêncio até o carro, o clima tenso, carregado por algo que Ana não conseguia identificar. Johnny parecia distante, e isso a matava por dentro. Ela se esforçava para não perguntar, para não invadir o espaço dele, mas a preocupação corroía seu peito.

Ao chegarem à casa de Laura, Ana correu para abraçar a irmã com força. - Que bom te ver, disse com uma felicidade genuína, tentando afastar as dúvidas da mente. Enquanto isso, Johnny cumprimentava Carlos de maneira formal, e ambos sentaram à mesa.

-Uau, você está linda, Ana, disse Carlos, com um sorriso afetuoso.

- Obrigada,! ela respondeu com um olhar carinhoso, tentando disfarçar a angústia que sentia por Johnny. Laura, notando a tensão, tentou quebrar o gelo.

-É tão bom ver esse sorriso de novo, Ana.

- O mesmo digo de você, Ana respondeu, mas seus olhos frequentemente desviavam para Johnny, que a observava de maneira profunda, admirando-a em silêncio. Laura percebeu o quanto a presença de Johnny fazia bem à irmã, mas também notou a inquietação que ele carregava.

-E agora, Johnny, o que vai fazer? perguntou Laura, tentando puxar conversa.

Johnny hesitou por um momento, a resposta ainda vaga em sua mente. - Estou... ainda decidindo, respondeu, desviando o olhar, claramente desconfortável com o assunto.

Ana suspirou silenciosamente, contendo as palavras que queria desesperadamente dizer, mas não conseguiu. O desconforto de Johnny era palpável, e Carlos, percebendo isso, tentou distraí-lo.

- Sabe, Johnny, esse caso foi complicado, mas você lidou com tudo brilhantemente. Tem meu respeito.

Johnny apenas assentiu, agradecido, mas ainda em silêncio. Laura aproveitou o momento para expressar sua gratidão.

-Johnny, eu não posso te agradecer o suficiente por tudo que fez por nós. Especialmente pela minha irmã.

Johnny olhou profundamente nos olhos de Ana, seu coração disparado.

-Eu faria tudo de novo, sem pensar, ele respondeu, segurando a mão dela com firmeza, sentindo a conexão que se formava entre os dois. O silêncio na mesa era carregado de emoções, enquanto Carlos e Laura observavam a química evidente entre eles.

Laura, percebendo que Johnny precisava de um momento, o chamou para ajudá-la a abrir uma garrafa de vinho na cozinha. Era a desculpa perfeita para conversar a sós com ele. - Johnny, você se importa de me ajudar aqui?

Ele assentiu e a seguiu. Na cozinha, enquanto lutavam com a rolha da garrafa, Laura virou-se para ele com um olhar sincero e o abraçou. - Ela é minha irmã, Johnny. Se você ficar com ela, eu ficarei feliz, disse, com uma voz cheia de emoção.

Johnny tentou disfarçar, mas a intensidade do clima entre ele e Ana era inegável. -Sua irmã é incrível, Laura... mas meu trabalho... minha vida é complicada.

Laura o encarou com uma firmeza suave. -Eu sei o que é ter um emprego complicado, mas cabe a você escolher entre a razão e o coração. Não deixe que o medo decida por você.

Johnny respirou fundo, sentindo o peso de suas palavras. - Eu não sei se posso ser o homem que ela precisa.

Laura, determinada, respondeu: -E se esse homem for você, Johnny? Está na cara.

Johnny abaixou a cabeça, confuso e inseguro. "-Talvez não," ele sussurrou, conseguindo finalmente abrir a garrafa de vinho. Voltaram para a mesa, onde Carlos percebeu o desconforto em Johnny, mas fez questão de continuar a conversa com leveza.

Quando a noite terminou, Ana se despediu de sua irmã, e Johnny a levou até o carro, abrindo a porta para ela entrar. O silêncio entre eles no caminho de volta era ensurdecedor. Ana não conseguia mais segurar a angústia que sentia.

-Johnny, o que está acontecendo? ela perguntou, quebrando o silêncio.

Ele fingiu não entender. -Como assim?

Ana suspirou profundamente, sem conseguir mais esconder seus sentimentos. - Você não está bem. O que está te incomodando? Me fala.

Johnny preferiu o silêncio. Não sabia como expressar o turbilhão de emoções que o dominava. A última coisa que queria era magoá-la com palavras mal escolhidas. Ao chegarem à casa de Ana, ele parou na porta, sem a intenção de entrar.

- Boa noite, Ana, disse, com uma voz baixa, quase distante.

Ana o olhou, confusa e magoada. - Então vai ser assim? A gente sai juntos, dorme juntos... e agora você vai embora sem dizer nada?

Johnny passou a mão pelo rosto dela, beijando suavemente sua testa, mas sem pronunciar mais uma palavra. Entrou no carro em silêncio, deixando Ana para trás, com o coração apertado e cheio de incertezas. Ela suspirou profundamente, sentindo uma mistura de raiva e confusão, sem entender a barreira que Johnny havia erguido entre eles. Entrou em casa sozinha, lutando contra o turbilhão de emoções que a assolava, tentando entender o que realmente estava acontecendo entre eles.

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