•Capítulo 8 - O Confronto Final

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Johnny havia recebido os primeiros
atendimentos no local após o confronto, mas a tensão e a adrenalina ainda ferviam em suas veias. Ferido, exausto, mas satisfeito por finalmente capturar o assassino dos pais de Ana e Laura, ele não podia baixar a guarda. Enquanto isso, Laura corria para a casa de Ana com a notícia.Ao chegar, sem conseguir conter a emoção, Laura se jogou nos braços da irmã. Ana estava em choque, processando tudo o que tinha acontecido, e ao ver a expressão de alívio no rosto de Laura, seus próprios olhos se encheram de lágrimas.

Harry, que observava a cena de longe, respirou fundo. –  Vamos, precisamos ir à delegacia. Temos que encarar esse monstro de frente.

Carlos, o marido de Laura, também estava lá, mais sério e reservado. Seu desejo de ver o homem que causou tanto sofrimento à sua família estava à flor da pele. Juntos, todos entraram no carro e seguiram para a delegacia.

No caminho, Ana tentava controlar sua respiração. A presença de Laura ao seu lado era um alívio, mas o medo, a raiva e a necessidade de justiça faziam seu coração bater acelerado. Quando chegaram à delegacia, Ana não pensou em outra coisa a não ser encarar o homem responsável pela morte de seus pais.
Ao entrar, ela viu o assassino. Ricardo Mello estava sentado, algemado, uma expressão fria e sem emoção em seu rosto. Ele não parecia arrependido, apenas observava tudo com um sorriso sutil, quase desdenhoso. Isso foi o suficiente para quebrar qualquer autocontrole que Ana ainda tentava manter.

– Seu desgraçado! Ana gritou, tentando avançar sobre ele, mas Laura a segurou com força pelos braços. – Por quê?! Por que você fez isso com os meus pais?

Ricardo apenas sorriu, sem dizer uma palavra, seus olhos brilhando com uma malícia que fez o estômago de Ana revirar. Ele parecia se alimentar da dor dela, da sua fúria. Um verdadeiro psicopata.

Harry interveio, pedindo calma. – Ana, agora a justiça está sendo feita. Ele vai pagar por tudo.

Laura pegou um copo de água e entregou à irmã, tentando acalmá-la. – Tente se acalmar, Ana. Vai ficar tudo bem agora.

Carlos, sempre quieto e mais controlado, se aproximou de Harry e perguntou baixinho: – E o Johnny? Onde ele está? Ele devia estar aqui.

Harry também estava preocupado. – "Eu vou tentar ligar para ele."

Harry tentou várias vezes, mas só ouvia a caixa postal. Ele se virou para Carlos e disse: – Ele devia estar aqui. Alguma coisa está errada.

Enquanto todos aguardavam notícias, Ana mal conseguia se manter em pé. Sua mente estava dividida entre a raiva do assassino e a preocupação com Johnny. As horas passavam lentamente, e o relógio já marcava 23h30. O cansaço tomava conta de todos, mas Ana não conseguia descansar sem saber o que havia acontecido com Johnny.
Harry, percebendo o estado de Ana, chamou-a para sua sala. – "Ana, vai para casa. Eu vou continuar monitorando tudo por aqui. Você está exausta."

– "Eu não vou sair daqui até ter notícias do Johnny," ela disse, teimosa.

Harry sabia o que estava acontecendo. Ele via a ligação profunda que estava se formando entre Ana e Johnny. Mesmo que ambos tentassem esconder, os sentimentos eram palpáveis. Ele respeitava a dedicação de Johnny ao trabalho, mas sabia que o detetive estava lutando com seus próprios sentimentos.
Após muita insistência, Harry pediu a um dos policiais que levasse Ana para casa. Ela aceitou relutantemente, sem conseguir afastar o medo de sua mente.

De volta à sua casa, Ana estava inquieta. Andava de um lado para o outro na sala, seu coração pesado com preocupação. E então, finalmente, ela ouviu um barulho na porta. Quando abriu, lá estava Johnny, cansado, com ferimentos visíveis no rosto.
Sem pensar duas vezes, Ana correu para seus braços, abraçando-o com força. Ela chorava, um misto de alívio e desespero. – Onde você estava, Johnny? Eu estava tão preocupada.

Johnny, ainda tentando processar suas próprias emoções, a abraçou de volta, mas de forma contida. – Desculpa, Ana. Tive que ir ao hospital. Levei um soco forte e minha cabeça estava latejando.

Ana o afastou apenas o suficiente para ver os ferimentos em seu rosto. Aquilo só aumentou sua preocupação. – Você está machucado. Vou pegar um pouco de gelo

Ela rapidamente foi até a cozinha e voltou com um pano enrolado em gelo. Sentada ao lado dele no sofá, Ana começou a cuidar dos ferimentos de Johnny com delicadeza. Cada toque de suas mãos fazia com que Johnny sentisse uma mistura de dor e conforto. Ele observava o cuidado nos movimentos dela, a suavidade com que tocava seu rosto.

Havia algo ali, algo que ele não podia mais negar. A atração por Ana estava cada vez mais intensa. A tensão entre eles, que sempre existira, parecia estar à beira de explodir.
Johnny, sem conseguir controlar o desejo crescente, puxou Ana para mais perto, segurando-a pela cintura. Seus olhos estavam cheios de intensidade, de uma paixão que ele tentava reprimir há muito tempo. E antes que pudesse se conter, ele a beijou.

O beijo foi intenso, carregado de tudo o que eles haviam reprimido. Ana, surpreendida no início, logo se entregou. Havia uma conexão inegável entre eles, algo que ambos sentiam, mas que até aquele momento não haviam permitido florescer.

– "Ana... Eu..." Johnny começou a falar, mas ela o interrompeu, colocando um dedo sobre seus lábios.

– "Está tudo bem, Johnny. Está tudo bem."

Eles ficaram ali, em silêncio, apenas sentindo a presença um do outro. A noite havia sido longa, e ambos estavam exaustos. Mesmo assim, sabiam que aquele momento mudaria tudo entre eles.

Agora, o desafio maior não era apenas lidar com o assassino preso, mas com os próprios sentimentos, que estavam se tornando impossíveis de ignora.

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