•Capítulo 21 : As Duas Verdades

2 4 0
                                    

Ana chegou à casa de Laura sem hesitar. Assim que sua irmã abriu a porta, ela a envolveu em um abraço apertado, como se buscasse consolo sem dizer uma palavra. Laura, com os olhos ainda vermelhos, retribuiu o gesto, e as duas se sentaram no sofá.

—Laura, o que está acontecendo? perguntou Ana, vendo no rosto da irmã a angústia de quem carregava um fardo muito maior do que queria admitir.

Laura respirou fundo, seu olhar perdido em algum ponto distante. —Carlos... ele mudou, Ana. Ele está distante, frio. Nem parece o mesmo homem com quem me casei. Estamos discutindo o tempo todo, e eu não sei o que pensar.

Ana, que sempre teve uma imagem quase perfeita de Carlos, ficou em choque. —O que você está dizendo? O Carlos? Ele sempre foi tão dedicado, tão carinhoso com você. Não posso acreditar que ele esteja te tratando assim.

—Eu também não acreditaria, se não estivesse vivendo isso, Laura respondeu, a voz trêmula. —Ele anda sumido, mal me toca, e quando o faz, é como se fosse outra pessoa. Hoje, perguntei se ele tinha outra, e sabe o que ele disse? Que eu gostava de luxo e que precisava lidar com os problemas dele.

Ana segurou a mão da irmã, tentando acalmá-la. Nenhuma das duas fazia ideia da profundidade dos segredos que Carlos escondia. O que elas achavam ser uma traição era, na verdade, muito pior.

Enquanto isso, Johnny chegava ao endereço que Laura havia lhe dado. A expectativa de encontrar Carlos na empresa o mantinha em alerta. Quando chegou, foi recebido por alguns funcionários que, educadamente, pediram que aguardasse. Alguns minutos depois, Carlos apareceu, fingindo surpresa ao ver Johnny.

—Johnny? O que você está fazendo aqui? Carlos perguntou, claramente desconfortável.

Johnny sorriu, com um toque de ironia. —Você me traz aqui, Carlos. Precisamos conversar.

Carlos, tentando manter o controle, pediu que Johnny o acompanhasse até sua sala. Uma vez lá dentro, algo chamou a atenção de Johnny: Carlos estava usando uma aliança diferente, uma que Laura certamente não usava. Sem perder tempo, Johnny jogou uma indireta: —Nova aliança? Não vi a Laura usando essa.

Carlos respirou fundo, sentindo o peso da provocação. —Quer algo? Café? Água? ele ofereceu, tentando desviar o assunto.

—Não, obrigado, respondeu Johnny, mantendo o tom sério.

Irritado, Carlos perguntou de maneira mais direta: —Então, o que você quer, Johnny?

Johnny, sempre com um toque de sarcasmo, respondeu: —Nada demais. Só queria saber se você está bem.

Carlos, no entanto, não era ingênuo. —Não me diga que você viajou horas só para saber se eu estou bem, Johnny.

Johnny se levantou lentamente da poltrona, dando a entender que a conversa havia terminado. —É, realmente , disse ele, com um sorriso enigmático.

Mas antes de sair, Johnny já tinha o que precisava. Um dos funcionários havia lhe passado o endereço de onde Carlos estava ficando. Agora, ele estava pronto para seguir as pistas.

Chegando ao endereço, Johnny viu uma casa grande e luxuosa, cercada por um jardim bem cuidado. Duas crianças brincavam na frente do portão. Ele as chamou educadamente e pediu que chamassem um adulto. A menininha correu para dentro, gritando: —Mamãe, o moço quer falar com a senhora!

Uma mulher elegante, com um ar refinado, saiu para atender. Embora desconfiasse, sua desconfiança logo diminuiu ao ver que Johnny estava bem vestido e tinha uma postura respeitável.

—Pois não? ela perguntou educadamente.

Johnny, com o instinto afiado, sabia que aquela era a segunda família de Carlos. Ele sorriu e se apresentou. —Sou Johnny. Carlos está por aqui?

A mulher, agora um pouco mais à vontade, respondeu: —Não, ele ainda não chegou. Ela o convidou para entrar, e Johnny aceitou o convite.

Dentro da casa, Johnny ficou impressionado com o luxo. Logo viu uma foto na parede: Carlos, a mulher e os dois filhos. —Desculpa, qual é o seu nome mesmo?" ele perguntou, fingindo desinteresse.

—Karen, ela respondeu com um sorriso leve. "Pode me chamar de Karen.

Johnny sorriu de volta. —E você e Carlos estão juntos há quanto tempo?

Karen, sem suspeitar de nada, respondeu: —Há oito anos. Ele trabalha muito, viaja bastante. Às vezes fica meses fora, mas ele sempre volta.
Johnny, com o coração acelerado por dentro, já sabia da verdade. Carlos passava a maior parte do tempo com Laura, sua outra esposa.

De repente, o telefone de Karen tocou. Era Carlos. —Oi, querido, ela disse com uma doçura inocente. —que horas você vem para casa? Tem um amigo seu esperando por você aqui."
Johnny, com o coração acelerado por dentro, já sabia da verdade. Carlos passava a maior parte do tempo com Laura, sua outra esposa.

De repente, o telefone de Karen tocou. Era Carlos. "Oi, querido", ela disse com uma doçura inocente. "O que horas você vem para casa? Tem um amigo seu esperando por você aqui.

Carlos ficou em choque do outro lado da linha. —Que amigo, querida?

—Johnny, ela respondeu alegremente. —Ele veio te ver.

Carlos, agora trêmulo e sem saber o que dizer, percebeu que Johnny havia descoberto tudo. Em pânico, correu para casa, tentando manter a calma enquanto respondia: —Estou indo para casa agora.

Quando chegou, encontrou Johnny sentado no sofá, brincando com as crianças. Sua irritação era visível, e ele sussurrou para Johnny: —O que você está fazendo aqui?

Johnny, com seu tom sarcástico habitual, respondeu: —O que um detetive faz, Carlos?

Carlos, suando frio, levou Johnny para o escritório, trancando a porta. —O que você quer? Dinheiro? Quanto você quer?

Johnny riu, sem paciência para os joguinhos de Carlos. —Não estou aqui por dinheiro, Carlos. Só estou fazendo o meu trabalho.

Carlos, desesperado, sacou uma arma e apontou para Johnny. —Você não vai estragar minha vida, Johnny. Não agora.

Johnny, imperturbável, olhou diretamente nos olhos de Carlos. —Você não é homem para isso. Você paga outros para sujar as mãos por você, não é? Foi assim que lideu com os pais de Laura.

Carlos tremia, tomado pela raiva e pelo medo. Ele sabia que Johnny já tinha descoberto tudo. —Vai me prender?

Johnny deu um sorriso sombrio. —Eu sou um detetive, Carlos. Eu não prendo ninguém. Mas quem vai fazer isso está a caminho. Boa sorte.

Com todas as provas de que precisava, Johnny saiu da casa, deixando Carlos à beira de um colapso.

Cruzando DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora