•Capítulo 6 - O Perigo e a Atração

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Johnny estava com o coração acelerado enquanto se aproximava do suspeito. Estava a um passo de pegar aquele que vinha aterrorizando a cidade, alguém meticuloso e cruel. O som das sirenes estava distante, e o rádio chiava com as vozes da equipe de apoio que se aproximava. Ele estava perto, sentia isso. Cada instinto gritava que o suspeito estava a poucos metros. Mas então, o telefone tocou.

Era Ana.

– Johnny... A voz dela estava carregada de tensão, quase em um sussurro. — Tem... tem algo errado. Tem alguém rondando a minha casa. Eu... eu sinto que estou sendo observada o dia todo. Não consigo mais ignorar. Estou com medo.

O sangue de Johnny gelou. A preocupação instantânea por Ana o fez esquecer tudo à sua volta. Ele virou a cabeça na direção onde o suspeito estava escondido, mas algo mais forte tomou conta dele. Ele não podia deixá-la sozinha. Não Ana.

– Ana, tranca todas as portas e janelas. Não saia de casa. Estou indo para aí agora mesmo.

Johnny desligou o telefone sem esperar mais nenhuma palavra, o coração batendo com força no peito. Ele sabia que estava abandonando uma pista quente, mas Ana era sua prioridade. Sempre que pensava nela, seu foco se despedaçava, seus sentimentos misturavam desejo e uma necessidade de protegê-la.
Ele entrou no carro e pisou fundo no acelerador, correndo pelas ruas silenciosas da cidade. O rosto de Ana preenchia seus pensamentos. A fragilidade que ela tentava esconder, mas que ele via claramente, o deixava inquieto. Ele queria estar lá, ao lado dela. Apoiá-la de qualquer forma que fosse. Mas, mais do que isso, ele sentia algo a mais, algo que não podia mais ignorar.

– Eu... eu achei que estava ficando louca, mas não consigo mais ignorar. Eles estavam aqui... observando.  A voz de Ana falhava enquanto ela tentava explicar, olhando nervosamente pela janela. — Eu não sei o que fazer.

Johnny entrou e fechou a porta atrás de si, segurando os ombros de Ana com firmeza, mas de uma maneira suave.

– Está tudo bem. Eu estou aqui agora. Ninguém vai te machucar, prometo.

Sua voz era baixa e firme, mas por dentro ele estava agitado, lutando contra o desejo de abraçá-la, de trazê-la para perto de si de um jeito que ultrapassava qualquer profissionalismo.

Ana olhou para ele, seus olhos cheios de medo e uma súplica silenciosa. Sem pensar, Johnny passou o polegar suavemente pelo rosto dela, afastando uma mecha de cabelo. O toque fez os dois pararem por um instante, os corações batendo mais rápido. Ele podia sentir o calor dela, o cheiro doce de sua pele, e isso o puxava para mais perto. Por um momento, ele pensou em beijá-la, em se perder naquele momento, mas respirou fundo, tentando manter o controle.

– Ana, preciso que você confie em mim agora. Sei que está com medo, mas vou resolver isso. Ninguém vai te machucar enquanto eu estiver aqui.

Ela assentiu, ainda vulnerável, e então, para surpresa de Johnny, deu um passo à frente e se deixou encostar em seu peito, buscando conforto. Johnny a envolveu em seus braços, sentindo seu corpo tremendo levemente, e naquele momento, ele sentiu uma onda avassaladora de desejo e proteção.

– Você não precisa passar por isso sozinha, ele sussurrou, apertando-a um pouco mais. Eu estou aqui.

Por alguns segundos, eles ficaram assim, próximos, ambos lutando contra sentimentos que não podiam mais ignorar. Ana finalmente ergueu o rosto, e os olhos de Johnny capturaram os dela. Era quase impossível resistir. Mas ele sabia que precisava ser forte, que tinha que manter o foco. Com relutância, ele se afastou um pouco, mantendo o toque suave em seus ombros.

– Vou ligar para a delegacia, aumentar a segurança aqui. Prometo que nada vai acontecer com você.

Ele pegou o celular e discou rapidamente para Harry, atualizando-o sobre a situação. A voz de Harry soou grave do outro lado da linha.

– Vou mandar uma equipe agora. Fique com ela até chegarmos.

Johnny desligou, os olhos fixos nos de Ana. Ela parecia tão pequena e vulnerável ali, e isso o dilacerava por dentro. Quando Harry chegasse, as coisas se acalmariam um pouco, mas até lá, ele não tiraria os olhos dela.

– Ana, ele disse, sua voz agora mais suave, "Eu vou ficar aqui com você até resolvermos isso. Você não está sozinha.

Alguns minutos depois, Harry chegou com uma equipe de segurança. Ele trocou um olhar sério com Johnny enquanto os homens começavam a vasculhar a área ao redor da casa, em busca de sinais dos suspeitos.

– Vamos reforçar a segurança, disse Harry a Ana, tentando ser tranquilizador. — Nada vai acontecer com você, eu garanto.

Johnny observou enquanto Ana assentia, ainda nervosa, mas menos assustada do que antes. Ele sabia que estava no limite, que seu desejo por Ana estava prestes a transbordar, mas por ora, ele respirou fundo. Precisava ser o profissional que ela merecia. No entanto, a atração entre eles era palpável, e ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, teriam que enfrentar o que realmente sentiam.

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