•Capítulo 18: Desconfianças no Ar

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Na manhã seguinte, o sol invadiu a casa de Laura através das cortinas abertas. Ela se levantou cedo, preparou a mesa do café com um carinho especial, como costumava fazer quando tinha Ana por perto. Pouco depois, Ana acordou, ainda sonolenta, e as duas irmãs se sentaram para um café agradável, rindo e conversando sobre pequenos momentos da noite anterior.

—Foi bom passar esse tempo juntas, disse Ana, enquanto terminava de beber seu café.

—Com certeza. Precisamos fazer isso mais vezes, respondeu Laura, sorrindo, mas com uma leve preocupação escondida no olhar

Depois do café, Ana se despediu de Laura com um abraço apertado e seguiu para sua casa, sentindo uma leveza que há muito tempo não sentia. Entretanto, Laura, ao voltar para dentro, não conseguia ignorar a ausência de resposta de Carlos. Ele não respondia suas mensagens desde a noite anterior, o que deixava Laura inquieta, sentindo que algo estava errado.

Enquanto isso, Johnny dormia profundamente em sua nova casa, exausto após uma longa madrugada investigando o caso de tentativa de homicídio. Ele tinha trabalhado sem descanso, seguindo pistas e conectando informações até que, no fim, conseguiu identificar o culpado. O suspeito, embriagado e drogado, foi localizado escondido em uma área remota da cidade. Com uma operação bem coordenada, Johnny e sua equipe o prenderam e o levaram direto à delegacia.

Na delegacia, o Capitão Harry assumiu o interrogatório. Ele não aliviou nas palavras, pressionando o suspeito até que ele começasse a ceder. Com a dureza característica de um oficial experiente, Harry arrancou mais informações do homem, deixando claro que não haveria escapatória. O criminoso logo começou a revelar detalhes que poderiam ser cruciais para outras investigações.

—Bom trabalho, Johnny, disse Harry, mais tarde, com uma expressão de satisfação no rosto. —Você merece uma folga depois dessa. Vá descansar.

Johnny, com um sorriso cansado, agradeceu pela folga e voltou para casa, aproveitando o raro momento de descanso. Ele sabia que aquele era apenas o começo de algo maior, mas por ora, ele se permitiu relaxar, deitado no sofá, sem nenhuma pressa para resolver o próximo problema.

Enquanto isso, em casa, Laura se via cada vez mais angustiada. Ela olhava para o celular, esperando ansiosa por uma resposta de Carlos, mas nada chegava. Havia algo no comportamento dele que a fazia desconfiar. Laura sempre teve uma relação de confiança com o marido, mas nos últimos dias, ele parecia mais distante, evasivo, e agora, o silêncio era perturbador

—Será que ele está escondendo algo de mim?", pensava Laura, andando de um lado para o outro em sua sala de estar. Sentia no fundo do peito que algo não estava certo. Carlos sempre foi dedicado ao trabalho, mas havia uma frieza nova em suas interações. As desculpas de viagens repentinas, o silêncio prolongado, e agora, a ausência de respostas a deixavam inquieta.

Naquela manhã, as dúvidas começavam a pairar sobre sua cabeça como nuvens carregadas. O que Carlos poderia estar escondendo? Por que ele parecia evitá-la? Laura tentou afastar esses pensamentos, mas a sensação de que algo mais profundo estava acontecendo começou a se tornar impossível de ignorar.

Enquanto o dia passava lentamente, a inquietação de Laura só aumentava. Ela precisava de respostas, mas tinha medo de confrontar Carlos diretamente. Era como se, ao fazê-lo, ela estivesse prestes a abrir uma porta para um segredo sombrio, algo que ela não estava pronta para enfrentar.

Johnny acordou naquela manhã com uma leve dor de cabeça, resquício do cansaço acumulado. Pegou o celular e ligou para Ana, sabendo que não poderiam se ver como tinham planejado.

—Oi, Ana... Hoje vai ser complicado a gente se encontrar, disse ele com uma voz cansada.

Ana, compreensiva como sempre, respondeu com carinho: —Sem problemas, Johnny. Sei como é o seu trabalho. Só cuide de você, tá? Sinto sua falta.

Johnny suspirou, sorrindo ligeiramente, e encerrou a ligação com a promessa de que se veriam em breve. Ele então se dirigiu à delegacia, onde o interrogatório do suspeito o aguardava.

Na sala de interrogatório, o homem, ainda com os olhos marcados pelo medo, tremia diante da pressão. —Contarei tudo que você deseja saber, mas... preciso de segurança. Pra mim e pra minha família.

Johnny, já acostumado com essas barganhas, inclinou-se na cadeira e questionou: —Segurança do quê?

O suspeito respirou fundo, sua voz baixa e trêmula. —Detetive... o que vou contar pode custar a minha vida. E a da minha família. Preciso que prometa que eles ficarão seguros. Meus filhos, minha mulher. Se fizer isso, conto tudo.

Harry, que estava do lado de fora ouvindo a conversa, entrou com passos firmes. — Você terá isso. Dê-me o endereço, os nomes deles, e farei com que fiquem seguros.

O suspeito, hesitante, olhou para Harry e depois para Johnny, como se esperasse uma traição. —Primeiro faça isso. Prove que estão seguros, e eu falo.

Johnny permaneceu em silêncio, analisando o homem. Sabia que por trás daquele medo havia mais do que parecia. Havia algo maior em jogo.

Harry fez o que foi pedido. A mulher e os filhos do suspeito foram levados sob proteção máxima para uma cidade distante, com vigilância constante. Horas depois, o capitão voltou com a confirmação. —Sua família está segura, disse ele, jogando uma foto na mesa.
Johnny, sem desviar o olhar, deu o último empurrão: — Agora, é hora de você me contar a verdade.

O suspeito olhou fixamente para Johnny, sua expressão pálida, o medo transparecendo em cada palavra que ele estava prestes a soltar.

—Você não faz ideia do que está prestes a descobrir.

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