Cruzando Destinos

•Capítulo 2: O Luto

No dia seguinte, Laura insistia para que Ana ficasse em sua casa, mas Ana recusou com um aceno de cabeça.

— Eu... preciso ficar sozinha — murmurou Ana, sua voz fraca.

— Mas você não devia, Ana — insistiu Laura, sua expressão dura, mas os olhos revelando a dor que ela tanto tentava esconder. — Cada um lida com o luto de formas diferentes, mas ficar sozinha agora não é uma boa ideia.

Ana tentou sorrir, mas seu rosto estava rígido.

— Eu agradeço, Laura, de verdade... mas preciso desse tempo para mim.

Laura, sempre a mais contida e reservada, estava lutando para ser forte, mas perder os pais abalara suas defesas. O sofrimento era palpável entre as duas irmãs, mas se manifestava de formas diferentes. Carlos, ao lado de Laura, permaneceu firme, sendo o apoio que elas precisavam.

— Se precisar de qualquer coisa, estou aqui, Ana. — disse Carlos, colocando a mão no ombro da cunhada. Ele também sentia a perda dos sogros profundamente.

Depois de despedirem-se com um longo abraço, Laura ligou para Johnny. A preocupação com sua irmã estava corroendo-a por dentro.

— Detetive, por favor, vigie minha irmã. Ela é muito emocional, e estou preocupada. — Laura falava rapidamente, tentando não desabar.

— Fique tranquila, colocarei viaturas e seguranças ao redor da casa dela. Ela estará protegida. — Johnny respondeu com calma.

Ana, ao chegar em casa, sentiu o peso esmagador da solidão. Tomou um banho longo e quente, na tentativa de afastar o frio que agora parecia vir de dentro. Tentou comer algo, mas a comida parecia perder o sabor em sua boca. Adormeceu no sofá, as lágrimas secas em seu rosto.

Enquanto isso, Johnny estava em sua busca incansável por novas pistas. Ele sabia que algo estava fora do lugar. O instinto lhe dizia que encontraria uma peça que faria tudo fazer sentido, e foi então que, após horas de investigação, ele encontrou um detalhe que parecia insignificante, mas que poderia mudar o rumo da investigação. Ele precisava falar com Harry.