Johnny acordou com o sol ainda tímido no horizonte. Sua cabeça latejava pela falta de sono e pelo peso do que estava por vir. Ele se vestiu rapidamente, sem nem se importar com o café, e ligou para o Capitão Harry enquanto dirigia em direção à pequena cidade.
-Harry, Carlos já está na cidade. Ele foi direto para a casa de Laura, disse Johnny, com a voz tensa.
-Entendido, Johnny. Estamos a caminho com a equipe. Vamos cercar a casa. Não deixe ele escapar dessa vez, respondeu Harry, do outro lado da linha.
Carlos, por sua vez, chegou à casa de Laura como se nada tivesse acontecido. Com o semblante tranquilo, ele estacionou o carro, colocou a aliança que usava com Laura e entrou pela porta da frente. -Laura! Estou em casa, meu amor, disse ele, com uma voz doce e fingida.Laura, ainda se recuperando emocionalmente da noite anterior, desceu as escadas lentamente. Quando viu Carlos, seus sentimentos se misturaram. Parte dela ainda acreditava que ele era o homem que ela amava, mas algo estava errado, e a sombra daquela dúvida não a deixava. Carlos a puxou para um abraço, beijando-a suavemente, tentando agir como o marido perfeito que sempre aparentou ser.
-Desculpa, Laura, por tudo... Eu estou aqui agora. Vamos deixar tudo isso para trás, ele disse, com uma voz que tentava ser reconfortante, mas carregava falsidade.
Laura, em silêncio, aceitou o abraço, mas seus pensamentos estavam longe. Algo dentro dela estava começando a se quebrar.
Na casa, Ana, que tinha passado a noite lá para apoiar a irmã, ouviu os murmúrios e desceu, encontrando Carlos na sala. Ela olhou para ele com desconfiança, mas o cumprimentou de forma cortês. -Oi, Carlos. Bom te ver.
Johnny, ainda no carro, acelerava pelas ruas estreitas da pequena cidade. Ele sabia que estava perto de um momento que mudaria para sempre as vidas de Laura e Ana. Seu telefone tocou, era Harry: -Estamos a caminho da casa. Fique de prontidão."Carlos se sentou no sofá, mas seus olhos inquietos e a postura rígida deixavam claro que ele sabia que algo estava prestes a acontecer. O tempo parecia se arrastar, e o silêncio na casa era sufocante.
De repente, o som das sirenes da polícia quebrou o silêncio. Carlos levantou-se bruscamente, olhando pela janela. A rua estava tomada por carros de polícia, e o Capitão Harry estava na frente, segurando um mandado de prisão. Eles cercaram a casa. Carlos tentou agir rápido, mas não havia mais para onde fugir.
-Laura! Laura, me escuta! - gritou Carlos, enquanto policiais começavam a bater na porta. -Eu posso explicar, por favor, não é o que você pensa!
Laura, com o coração acelerado, correu até a porta, mas quando a abriu, o Capitão Harry entrou com sua equipe. -Carlos Oliveira, você está preso pelo assassinato dos pais de Laura e Ana. Está cercado, sem chance de fuga, disse Harry, com a voz firme.
Laura recuou, confusa, seus olhos se enchendo de lágrimas. -O quê? O que está acontecendo?, ela perguntou, sua voz trêmula, quase sem acreditar no que estava ouvindo.
Carlos caiu de joelhos, com as mãos na cabeça, enquanto os policiais se aproximavam com as algemas. -Laura, me perdoa... Eu nunca quis que isso acontecesse. Foi um erro, um terrível erro!, ele implorava, com a voz embargada, lágrimas correndo pelo rosto.
Ana, paralisada no canto da sala, olhava a cena com incredulidade. Seu cunhado, o homem que ela via como praticamente um irmão, estava sendo levado pela polícia como um assassino. -Não... isso não pode ser verdade. Carlos, não pode ter feito isso, disse Ana, com a voz baixa, quase inaudível.
Mas Laura, devastada, com as lágrimas caindo incontrolavelmente, enfrentou Carlos. -Você destruiu minha vida, Carlos. Como pôde fazer isso? Como pôde tirar meus pais de mim? Eu confiei em você, te amei... e você foi capaz de destruir tudo!
Carlos, agora algemado, só conseguia murmurar pedidos de perdão. -Eu estava desesperado, Laura... por favor, me perdoa... Eu não sei o que aconteceu... eu.
Laura, em choque, mal conseguia respirar. -Você não é o homem que eu amava. Você é um monstro, Carlos. Você mentiu, traiu e... matou. Como pôde fazer isso comigo?
As palavras de Laura cortavam como lâminas, e Carlos desmoronava emocionalmente à medida que os policiais o levavam para fora da casa. -Por favor... Laura... eu te amo... por favor, perdoa.... Mas suas palavras eram vazias, sem poder diante da dor que ele havia causado.
Ana, completamente abalada, correu para o lado da irmã, tentando consolá-la, mas as duas estavam devastadas. As lágrimas de Laura e Ana se misturavam, e o vazio da perda pesava no ar.
Johnny chegou logo em seguida, vendo a cena do lado de fora da casa. Ele estacionou o carro e correu para dentro, encontrando Ana chorando nos braços de Laura. Ele se aproximou, sem saber exatamente o que dizer, mas seu instinto era proteger.
-Ana... Laura... sinto muito, disse Johnny, com a voz baixa, seu coração apertado por ver a dor das duas mulheres que ele tanto admirava.
Laura, com os olhos vermelhos e inchados, olhou para Johnny com um semblante de desespero. -Como eu vou viver com isso, Johnny? Como eu vou continuar depois de tudo?
Johnny se abaixou ao lado delas, segurando a mão de Ana e a de Laura. -Vocês vão conseguir, de alguma forma, vocês vão. Eu prometo que estarei aqui... para o que precisarem.
Enquanto Carlos era levado pela polícia, o peso de suas escolhas caía sobre ele como uma avalanche. Ele havia perdido tudo - sua família, seu amor, sua liberdade. E agora, sua vida era marcada pela tragédia que ele mesmo havia causado.
Naquele momento, a casa de Laura não era apenas o palco de uma prisão, mas o símbolo de corações quebrados e de uma vida que nunca mais seria a mesma
(TRILHA SONORA DESSA PÁGINA , LEIAM E DEPOIS ESCUTEM A MÚSICA PENSANDO NO QUE ANA E LAURA PASSOU ) VÃO SE EMOCIONAR COM ESTE CAPÍTULO 🕳💔
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Cruzando Destinos
Romance▪︎ Na pequena cidade um detetive Johnny Donovan enfrenta um caso brutal de assassinato que o leva a cruzar caminhos com Ana, a filha das vítimas. À medida que a tensão entre eles aumenta, Johnny se vê dividido entre seu dever e a crescente atração p...