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Bora turma, vamos trabalhando esse casal que eu simplesmente amo 💕💕
Espero que estejam vivenciando realmente toda essa experiência de construir a confiança em um relacionamento. Porque não há nada quebrado que não possa ser curado!
Respirem fundo, ainda não chegamos no ápice da história hehehe

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No treino, senti a tensão crescendo em mim, como se cada movimento tivesse que ser perfeito para expulsar todos os pensamentos que giravam na minha cabeça. Assim que entramos na quadra, decidi colocar toda a minha energia em cada exercício. Cumprindo cada comando do técnico, pulei, corri e ataquei sem hesitar. Foco absoluto era tudo o que eu queria — nada de distrações, nada de olhares furtivos, nada de hesitações.

As meninas estavam animadas, conversando entre uma jogada e outra, e até Rosamaria soltou uma piada depois de um ataque bem-sucedido, mas eu só dava respostas rápidas, quase monossilábicas. Nem levantei os olhos, mesmo quando Taisa, que parecia perceber meu humor, dava um leve empurrão de encorajamento, tentando me fazer sorrir.

Gabriela estava por perto, a alguns passos de mim. Por algumas vezes, percebi que ela tentava me observar, como se estivesse captando as nuances do meu comportamento. Quando nosso olhar se encontrou brevemente, desviei rapidamente, voltando ao treino com ainda mais intensidade, atacando como se fosse um jogo decisivo. O técnico até comentou:

— Bom trabalho, Helena, mas vamos lembrar de dosar a força! Não estamos em um jogo ainda, hein?

Fiz que sim com a cabeça, mas não parei. No fundo, parecia que o treino era minha única válvula de escape. E se eu me mantivesse concentrada o bastante, talvez pudesse ignorar a bagunça dos últimos dias, o nó crescente em meu estômago.

Continuei em silêncio, focada em cada movimento como se dependesse disso para respirar. O treino se desenrolava ao meu redor, e eu mantinha minha mente longe de tudo — ou pelo menos tentava. Em vez de relaxar entre as séries de exercícios, me mantinha em pé, encarando o chão ou ajustando as faixas nos meus pulsos. Evitava qualquer conversa, qualquer contato visual.

Depois de um tempo, Taisa veio até mim e deu uma leve batida no meu ombro.

— Ei, Lena, você tá bem? — perguntou ela, a voz baixa, cuidadosa.

Assenti rapidamente, forçando um sorriso breve.

— Tô sim, só tô focada hoje.

Taisa me lançou um olhar compreensivo, mas parecia perceber que havia mais coisa por trás da minha resposta. Mas ela sabia quando não insistir. Soltou meu ombro e voltou a se concentrar nos exercícios, respeitando o meu espaço.

Gabriela, por outro lado, parecia um pouco inquieta. Durante os exercícios de bloqueio, ela tentou algumas vezes puxar conversa, jogando observações rápidas sobre a técnica ou sobre o treino em geral. Mas eu respondia de forma prática e logo desviava, concentrada nos movimentos. O clima entre nós estava pesado, como se um fio tênue nos conectasse, mas estivesse prestes a romper.

— Cuidado aí, Lena! — ouvi o técnico chamar, me alertando sobre um posicionamento errado na rede.

Reorganizei rapidamente o passo, corrigindo o erro. Eu estava ciente da minha distração, mas não conseguia evitar o pensamento que martelava, o desconforto que Sheila parecia colocar entre mim e Gabriela como uma nuvem pesada. E eu sabia que Gabriela percebia.

Quando o treino finalmente terminou, senti o corpo pesado, mas a mente ainda estava longe de encontrar descanso. Enquanto todas se dispersavam, Gabriela se aproximou de mim, os olhos intensos, cheios de algo que eu não conseguia decifrar naquele momento — talvez fosse preocupação, talvez fosse exasperação.

Se ela quiser, eu também queroOnde histórias criam vida. Descubra agora