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O meu celular apitava insistentemente, evidenciando que Gabriela estava preocupada que eu tenha sumido por causa da presença de Sheilla. Depois de ver a presença de Ethan o meu corpo agiu roboticamente, me forçando a correr por todo o caminho até o meu apartamento, enquanto me encolhia no canto do quarto, incrédula demais para sequer reagir.

O ressoar de batidas na porta me tirou do estado de puro transe. Aonde estava Carolana e porque ela simplesmente consegue sumir por um dia todo.

Me ergui rapidamente, com a esperança de que fosse ela, corri até a porta, abrindo-a abruptamente.

- Graças a Deus.

Gabriela suspirou aliviada se precipitando para dentro do quarto.

- Para onde você foi, Helena? Porra eu te vi passar correndo, quando olhei para o local em que estávamos e eu vi Sheilla... – ela parou de repente me encarando, esperando que eu fosse capaz de compreender o que ela estava querendo dizer – Para de correr Helena, para de fugir, pelo amor de Deus.

Eu a encarei, vislumbrando a sinceridade nas suas palavras.

- Eu não sei o que ela falou, mas...

- Eu não corri por causa de Sheilla. – a interrompi – Corri porque Ethan estava lá.

Ela ficou em silêncio me encarando, percebi a tensão se instalar em seus ombros e um medo profundo e sincero que estava enraizado dentro de mim, diante desta confirmação, transformou-se na mais pura vergonha. Ela conhece a história.

Meus olhos começaram a se encher de água. Dei uma risada sem graça e olhei para o chão.

- Eu não o vi.

- Você... você sabe? – eu a encarei novamente.

Ela não me respondeu, pelo contrário, continuou me encarando sem demonstrar qualquer sentimento. A confusão começou a tomar conta do momento, isto porque geralmente quando cito esta história as pessoas começam a me encarar com pena. Mas ela não está fazendo isso.

Algo brilhou em seu olhar quando o desceu lentamente por mim.

- Gabriela...

Eu não pude continuar, porque suas mãos agarraram meu rosto e me puxaram para perto, em um beijo desesperado. Com a intensidade do momento, ela parecia querer reivindicar para ela algo que eu ainda não sabia.

Sua mão esquerda não demorou descer para a base das minhas costas, me puxando contra ela e me agarrando com força. Não pude controlar o gemido que soltei quando ela puxou meu lábio inferior.

Ela se afastou um pouco, me olhando, querendo uma confirmação expressa, mas eu estava extremamente entorpecida pela brusquidão do momento, encarando-a como se ela fosse a cura para todas as minhas feridas. Meu olhos percorreram todo o seu rosto e, incapaz de dizer qualquer coisa, puxei seu rosto de volta para beija-la novamente.

Desta vez, o desespero pelo contato era evidentemente meu, cada vez que nossas línguas se encostavam era como se ateassem gasolina na fogueira que acendia dentro de mim. Gabriela puxou meu cabelo para lhe dar espaço no meu pescoço e a pontada que senti entre as pernas fez com que eu sentisse um incômodo absurdo em ainda estar vestida. Mal percebi quando meu short foi parar no chão.

Ela passeava os lábios decididos por toda a extensão do meu pescoço, me cheirando e mordiscando. A sensibilidade que eu sentia no pescoço tornava o contato ainda mais insuportável.

A afastei gentilmente e quase corri em direção a porta, trancando-a e deixando a chave na porta, para assegurar que Carol não conseguiria entrar e interromper nosso momento.

Se ela quiser, eu também queroOnde histórias criam vida. Descubra agora