Capítulo 8

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Christopher Alexander

Dulce e Scott já haviam saído há quase uma hora e meia, e eu continuo aqui. Parado, deitado na cama, olhando para o teto enquanto meu cérebro funciona a mil por hora, pensando no que fazer e como fazer.

Droga, preciso conversar com alguém.

Preciso falar com eles.

Mando uma mensagem no nosso grupo, torcendo para que ao menos Poncho esteja acordado para vir me acalentar.

Christopher Alexander from WhatsApp: Ei, seus merdas, algum de vcs tá acordado?

Poncho from WhatsApp: Oi, cara. Tô aqui.

Graças a Deus. Suspiro aliviado após ler sua mensagem. Uma mente mais ou menos pensante me basta nesse momento.

Christopher Alexander from WhatsApp: Vc pode vir aqui no meu quarto? Meio que me meti em uma enrascada, preciso de ajuda.

Christian Chávez from WhatsApp: O que tá acontecendo? Esqueci de colocar meu celular no silencioso, quero dormir. Parem de digitar.

Poncho from WhatsApp: Nosso garotinho precisa de ajuda. Vamos, tire essa bunda
preguiçosa da cama e vamos até o quarto do Alex.

Christian Chávez from WhatsApp: Nem fodendo.

Christopher Alexander from WhatsApp: Uau, que bom amigo você é. Pra que inimigos, não é mesmo?

Christian Chávez from WhatsApp: Experimente estar de ressaca após o último show da turnê, cara. Ah não, vc também tá! Olha só.

Christopher Alexander from WhatsApp: Qual é, tô falando sério. Não pediria ajuda se não precisasse de verdade, sabem como sou orgulhoso.

Poncho from WhatsApp: Já estou colocando minhas roupas.

Christian Chávez from WhatsApp: Tá, tá...

Em menos de dez minutos, os dois estão batendo na porta do meu quarto. Após abri-la, os brutamontes que chamo de amigos se ajeitam na cama king size, correndo seus olhos curiosos para mim.

Passo as mãos pelos cabelos, que estão enormes, sem saber ao certo o que dizer.

— O que aconteceu, cara? — Poncho é o primeiro a perguntar, notando minha tensão. — Parece que você se cagou nas calças.

— É, feito um bebê — complementa Christian fazendo cara de nojo. — Alguma coisa bem ruim rolou por aqui.

— E coloque ruim nisso — acrescenta Poncho, igualmente curioso. — Vamos, fale logo. Estamos ficando assustados.

— Até parece. — Reviro meus olhos, sem saber ao certo por onde começar. Ou como
começar. Na verdade, é melhor ir direto ao ponto. Se eles ouvirem de uma vez o que estou prestes a dizer, ficarão chocados tempo o suficiente para que eu possa lidar com suas reações. — Então... eu acho que vou me casar.

Silêncio. É exatamente isso que eu esperava.

O primeiro a reagir é Christian. Ele solta uma risada alta, olhando para Poncho que
também ri, sem falar nada.

Segundos depois, Poncho é o primeiro a notar que estou sério, pois não esbocei nenhuma reação cômica. Não tento esconder o quanto estou assustado e temeroso por toda essa situação.

Ao perceberem que não estou achando graça de nada, eles se calam. Se entreolham por alguns breves segundos antes de me encararem, perplexos e chocados, sem entender absolutamente nada do que está acontecendo.

O SOM DO IMPROVÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora