Capítulo 23

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Christopher Alexander

Tá, tudo bem, eu confesso: sempre tive uma quedinha pela Dulce.

Quedinha. Como um pulo de um metro e cinquenta de altura.

A verdade é que eu sempre achei ela irresistível. Linda. Petulante, com uma boca afiada e as respostas insuportáveis sempre na ponta da língua, mas linda.

Deslumbrante.

Tudo isso só ficou ainda mais evidente para mim depois que nos casamos. Vê-la todos os dias se tornou quase uma tortura, pelo simples fato de que eu não podia tê-la. Me contentava apenas em admirá-la a distância, pensando como seria se nós nos beijássemos de novo. Não como no casamento, onde fomos, querendo ou não, forçados a nos beijar para fingir que éramos um casal; mas sim, como seria beijá-la de verdade. Com nós dois sendo apenas Dulce e Christopher, duas pessoas que mal suportam a presença uma da outra.

E agora, estamos aqui.

O meu anseio se tornou uma realidade.

Estou beijando Dulce María, e não quero parar. Sinto que posso beijá-la até a última batida do meu coração.

Seus lábios são doces. Têm gosto de vinho misturado com gloss. Suas mãos pequenas e delicadas escorregam pelos meus fios da nuca, o que me faz apertar sua cintura com um pouco mais de força. Em nenhum momento pensei em a beijar com pressa, muito pelo contrário. Sabia que, no momento em que saboreasse o gosto da sua boca pela primeira vez, teria de aproveitar esse momento com calma. Paciência.

Já que essa pode ser a primeira e última vez em que a beijo desse jeito.

A esse ponto, Dulce está sentada na bancada da cozinha, comigo entre suas pernas, escorregando para apertar sua bunda. Ela geme. Porra, ela geme. Se Dulce gemesse o meu nome nesse exato momento, acho que eu poderia gozar.

Sem brincadeira nenhuma.

Apenas com o delicioso som da sua voz chamando por mim, entraria em colapso total.

O que diabos essa mulher está fazendo comigo?

Não me interessa. Contanto que ela não pare, é o suficiente.

Nos separamos por uma fração de segundo para recuperar o fôlego. Meu olhar intercala entre seus lábios inchados e seus olhos castanhos. Eles estão brilhando. Um misto de desejo, receio, dúvidas, incertezas. Abro minha boca para dizer alguma coisa, mas dessa vez, é ela que me puxa para voltar a beijá-la.

Sei que não preciso dizer mais nada. Apenas tomar uma atitude.

Levo minhas mãos até sua bunda para erguê-la do balcão. Dulce solta um gritinho, e logo entrelaça as pernas ao redor do meu tronco, abraçando meus ombros para que eu possa carregá-la.

Ela ri no caminho que levamos da cozinha até a sala. Eu rio também. Quando a deito no sofá, me encaixo por cima, deixando minha ereção roçar entre suas pernas.

— Porra — sibilo para mim mesmo, respirando fundo.

Não perco mais meu tempo, voltando a beijar seus lábios. Deus, não quero que isso pare. Não quero acordar desse sonho. Quero aproveitar o máximo de tempo que tenho Dulce em minhas mãos, nem que seja por apenas uma noite.

Volto a beijar seu pescoço, dando pequenas mordidas na sua pele. Sinto ela se arrepiando. Maravilha. Contudo, antes que eu chegue ao meu destino final, vulgo o colo dos seus seios, Dulce me para.

— Alex, eu...

É, até que durou muito tempo.

Parece que o encanto acabou.

O SOM DO IMPROVÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora