Eu estava tendo um ótimo sono,dos tipos que eu mais gostava,sem sonhos,eu odiava sonhar, nunca sabia se seria um sonho bom ou um terrível pesadelo,e,querendo ou não,esses sonhos influenciavam nas minhas escolhas,eu sei,superstição boba,eu achava que o que acontecia nos sonhos eram sinais...quando eu não sonhava com nada,ou melhor,não lembrava do que sonhei,dormia que nem um bebê,mas,logo fui interrompida,no meio da noite.
Uma mão apertou bem forte a minha boca,dificultando minha respiração,eu acordei na hora muito assustada e ofegante.
Quando eu ia atacar o oponente com um dos meus golpes de Kung Fu (os que eu via na TV e achava que sabia fazer),olhei o dono da mão.
Me tranquilizei quando vi Gabriel,e ao lado dele,Paulo estava com o corpo todo trêmulo,segurando uma arma na mão! ele pôs o dedo indicador sobre os seus lábios sinalizando silêncio,me puxou para baixo,e,agachado,fez com que eu olhasse a janela.
Droga! Eram militares anticristianos! Como eles haviam nos achado ali? Não era um local muito óbvio,nem tínhamos deixado pistas! Eles eram muito bons mesmo,estavam rondando todo o terreno,mas ainda bem mais pra frente,vi que um deles estava acompanhado por um cão muito enfurecido,ele estava vestido com um tipo de uniforme,só que nele,estava bordado um outro logo,não era o da polícia militar,que eu já conhecia,era algo diferente,não pude ver direito,Gabriel logo abaixou minha cabeça de novo,se eu ficasse dando sopa ali,com certeza o cachorro acharia um bom rango pra comer à noite,ele cheirava todos os lugares,a nossa procura,o trailer estava em uma área meio que escondida,ideia de Paulo,mas não teríamos muito tempo até eles descobrirem a grande lata de metal que nos envolvia.
Peguei minha mochila e a do Gabriel,Paulo já tinha terminado de pegar suas coisas,não muitas,pelo volume da sacola plástica que ele carregava,precisávamos ir pro carro,já!
Mas infelizmente,a gente se esqueceu que ainda faltava uma peça a ser trabalhada,eu lembrava que Gabriel tinha murmurado algo com "Cla" na noite passada,e essa peçinha era muito importante para o funcionamento do carro,segundo eles,por mim a gente já tinha entrado e dado no pé!
Não tínhamos tempo,mas a peça era fundamental,com muita cautela,saímos do trailer,e conseguimos chegar até o carro ilesos,mesmo que várias vezes pelo caminho,eu estava tropeçando em várias peças,droga de coordenação motora!
Eu não lidava muito bem com esse tipo de situação,principalmente quando minha vida estava em jogo,Paulo,sem perder mais tempo começou a arrumar a peça,rapidamente,para embuti-la no carro.
Ele girava uma ferramenta como se fosse uma manivela várias vezes,tentando acabar logo,acho que meu último tropeço tinha chamado a atenção do cão,que estava correndo em nossa direção,juntamente com seus donos.
Eu quis apressar Paulo,mas se eu colocasse pressão,ele com certeza não iria conseguir terminar.
"Droga! Eles já estão vindo!" Gabriel falou olhando para os militares,os dois suavam que nem porcos.
Paulo terminou de girar a manivela,acho que era um bom sinal,eles já estavam colocando dentro do carro.Eu precisava fazer alguma coisa! Estava parada,só olhando! O cachorro estava perto demais,e os donos não muito longe.
"Vou atrasá-los!" eu disse correndo em direção ao cachorro.
"Elisa!" Gabriel gritou tentando me parar,mas ele não ia me desencorajar,eu já estava longe demais.
Como se eu tivesse entrado em uma máquina do tempo,me lembrei do meu irmão,Matt ,ele sempre sonhava em ter um cachorrinho,e,em um dia em que estávamos na varanda de casa,de bobeira,ele pegou uma bola de ping pong,e me mostrou,pensativo.
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I Segundo Para o Fim do Mundo
AbenteuerA vida para uma adolescente normal num mundo normal,já é complicada,mas a vida de uma adolescente não tão normal num mundo pós-apocalíptico é pior ainda. Elisa perdeu seus pais no arrebatamento e está dividida sobre o que realmente teria acontecido...