Capítulo 32

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Eu tremia muito em minha cadeira,meu coração pulava dentro de mim,os olhos que me faziam as perguntas não se viam,mas eu podia ouvir sua voz,arrogante e rápida,era óbvio que ele já tinha feito o mesmo esquema com todos os outros presos,então ele não pensaria duas vezes em me agredir para conseguir as informações.

Só tinha um problema.

Eu não tinha nenhuma informação,exatamente,nada.

Quando eu comecei a frequentar os Q.I.C's as comunidades das igrejas que nos ajudavam com o mundo pós-apocalíptico,não sabia o local exato de onde as pessoas moravam,até porque eram novas todos os dias,como eu já tinha dito,as únicas pessoas frequentes mesmo,eram eu,Jonas,e Gabriel,então não teria como eu dizer nada sobre endereços,nomes, nada.

E Amélia me deixou bem claro,se eu não tinha nada pra falar,eles iriam ter meus gritos para ouvir.

E é claro que eles me torturariam demais no começo,achando que eu estaria guardando alguma coisa,me colocariam de novo na cela arrasada,assim como os outros que ainda estavam lá.

Se você ainda era um prisioneiro e não um defunto,ou não entregou nada e tinha coisas importantes pra falar,como Louis,ou tinha mais para falar,como Amélia.E assim seria por vários dias,até eles se cansarem,verem que eu realmente não tinha nada,e acabarem comigo.

Eu já sabia de tudo isso,o ruim era aceitar e tentar manter a calma que normalmente eu já não tinha nessas situações;

Tudo era escuro e confuso e minha mente fazia mais e mais preposições,pensei se seria assim também com os meninos,pobre Henry...

"De onde você conhece Jonas Lourenço?" a voz me questionava.

Eu não queria fazer com que Jonas tivesse a culpa,ele só estava querendo me ajudar,eu tinha que assumir."Ele não teve culpa,eu..."

"De onde você o conhece?!" ele disse aumentando o tom de voz,ele falava sério,só responder o que ele manda...ok.

"Ele...ele estudava comigo na minha antiga escola..." menti descaradamente,se ele soubesse onde era realmente,com certeza faria perguntas demais,perguntas que eu não saberia responder.

Ouvi sons de passos vindo por trás de mim,e,de repente,uma mão atacou meu pescoço,me sufocando,eu não conseguia puxar o ar,as palavras se embaralharam.

"Se você continuar a mentir garota,a coisa vai ficar pior! Já tratei de muitas hipócritas como você,e sei muito bem como cuidar delas!" ele disse como um cão selvagem.

Quando pensei que não conseguiria mais respirar,lá estava meu pescoço de volta,e minha visão melhorou ao extremo;Decidi dizer a verdade,afinal,que fosse o que Deus quisesse...

"Ele frequentava um Q.I.C que eu ia..." falei,ainda com a voz conturbada pela surpresa agressiva.

"Hm...de novo Q.I.C's envolvidos..." os passos se afastaram de minha cadeira. "Que laços familiares você tem com Jonas?"

"Somos apenas amigos..." falei,me recordando que ele não pensava o mesmo.
"Mas parece que ele nutre sentimentos por você..."

"Como?"

"Só eu falo!" a voz se estressou de novo.

Abaixei a cabeça. "Você frequentava um Q.I.C dirigido por quem?"

Continuei com a cabeça baixa.

"Por quem?!" ele disse em tom ameaçador.

"L-Louis..." não tinha jeito,eles saberiam de um jeito ou de outro.

I Segundo Para o Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora