Capítulo 52

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"Conseguimos!" dizia Carlos,frenético. "Eu nem to acreditando! Você foi muito bem Elisa!" ele pegava no meu braço,me parabenizando,não sei porque. "Aquela sua tática pra chamar a atenção dos seguranças foi incrível!"

Eu é que não podia acreditar que ele achava que tinha sido uma tática.Eu tinha quase posto tudo a perder com meu ciúmes um pouco alterado.

Já estávamos dentro do refúgio novamente,e o pessoal organizava as coisas nas prateleiras,uns até já comiam,chamando vários outros a fazer o mesmo,logo todos nós estávamos sentados nas mesas do refeitório.

"Nem acredito que conseguimos..." Amélia dizia,olhando pro nada,meio que tentando se conformar com as coisas que acabaram de acontecer. "Nunca mais vou esquecer as faces deles..." Dava pra ver na cara dela que ela estava mexida com tudo isso.

"Amélia,se lembre que,nenhum deles eram pessoas,os demônios estavam usando seus corpos,só isso..." eu tentei acalmá-la,e,surpreendentemente pareceu funcionar,ela me olhava agora,com um meio sorriso.

Zito não havia ficado conosco,parece que "os outros" que ele disse,eram outras pessoas da resistência,enfim eu havia achado outros...ele disse à mim que eu tinha um brilho diferente,e que eu não deveria perder isso,continuando fiel,não revelou onde seus amigos se encontravam mas disse que se precisássemos dele,ele tinha um ponto de encontro nas sextas à meia noite com umas pessoas...que vamos dizer,o ajudavam a manter a ordem por ali,eu o agradeci mil vezes porque ele havia salvado minha vida,e a vida dos meus amigos,liberando a entrada com a arma que possuía,e ainda terminei dizendo que ele tinha uma ótima mira,nada parecida com a de um simples vovô,nos despedimos e ele seguiu seu caminho,com os suprimentos necessários para sua família.

"Mas também,se o abobado do Félix tivesse pensado melhor no planinho "infalível" dele,a gente não teria quase morrido!" ela disse pra mim,mas Félix estava atrás dela.

Tentei avisar,mas ela não me ouviu.

"E tem mais,ele foi tão irresponsável que eu cheguei a colocar a minha vida em risco pra tentar salvar aquele bocó" eu apontava pra trás mas meu dedo parecia ser invisível pra ela. "porque ele simplesmente não teve a capacidade de se defender sozinho!"

Olhei para Félix envergonhada,Amélia parecia falar consigo mesma.

"Ele é tão...tão..."

"Irresistível?!" Félix falou sentando seu corpo esguio ao lado dela,mas ela não ficou com vergonha ou coisa parecida,eu nem deveria ter me preocupado,ela sempre falava pra ele o que pensava na cara,não seria tão ruim assim se ele tivesse ouvido tudo.

"Eu ia dizer inconsequente!" ela falou fria.

"É por isso que eu gosto de você Santos,você fala as coisas na minha cara,sabe,ninguém nunca ousou fazê-lo,pelo menos não na minha presença" Ele disse,a fazendo corar,mas ao mesmo tempo ficar com raiva.

"Eu prefiro mesmo dizer na sua cara do que pelas costas,a verdade dói mas tem de ser dita" ela falou,evitando olhar para ele;

Eu vi que a discussão ia longe e eu queria falar com Gabriel,que pegava comida na mesa ao lado,onde estava todo o alimento do dia.

Mas ao mesmo tempo,eu não queria falar com ele,como eu ia explicar que coloquei em risco a vida de todos por causa de um ciúmes bobo ?

Portanto,resolvi me esconder dele um pouquinho, quando ele estava sentado à mesa de Félix e Amélia eu estava levantada,e quando ele levantava eu sentava,um pega pega anônimo.

Portanto ele não pensava o mesmo que eu,e estava já perguntando para Félix onde eu estava,pude ver sua boca pronunciando. "E Elisa?" e o traíra do Félix apontou para a mesa em que eu estava sentada,muito interessada na minha comida,e em manter minha cabeça baixa.

I Segundo Para o Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora