Capítulo 14

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Abri meus olhos.

Queria não ter aberto.

Naquele exato momento,havia milhares de ruínas sobre nossos corpos,e eu,não conseguia me mover nenhum centímetro,pelo visto,eu estava certa.

Antes do terremoto,eu pude ouvir que,no lado de fora,um grande vento avançava,grande mesmo,de tempestade.

Ouvi também ,galopes de cavalos que pareciam ser bem grandes,com a grande força que suas patas pressionavam o chão,pude também,ouvir alguns gritos,mas não soube se eram de socorro ou de coordenação,eles estavam sendo ditos em uma língua estranha,que eu nunca havia ouvido na vida,e então,tudo desabou.

Em um estrondo da superfície,toda a base militar foi destruída,reduzida a mil pedacinhos,olhando para cima,eu pude ver o grande buraco que foi aberto,nos deixando vulneráveis para que qualquer um nos visse.

Pelo jeito,eu fiquei desacordada por um bom tempo,já que não me lembro de mais nada depois do desmoronamento.

"ELISA!" uma voz gritava,ecoando sobre os escombros. "ELISA!" pude ouvir mais uma vez,lentamente fui pondo meus pensamentos em ordem,percebi que quem me chamava era Paulo,achei que ele já estava tentando me achar há algum tempo,pois,quando eu respondi ele continuou a gritar. "VOCÊ ESTÁ LOUCA?! Eu quase morri de preocupação! Pensei que você também tivesse morrido!" eu só podia ouvir a voz dele,pois toda aquela montanha de entulhos me impedia de vê-lo.

"Como assim eu Também?!" perguntei já com medo da resposta.

Ele não respondeu.

"Paulo! Como assim eu TAMBÉM tivesse morrido?! Onde o Gabriel está?!" perguntei já quase chorando.

"Eu..." ele dizia,já abaixando bastante o tom da voz. "Eu o chamei várias vezes Elisa...desde que eu acordei,deve ter sido há uma hora,o chamei constantes vezes por uma meia hora seguida,depois,eu desisti,porque ele não respondeu nenhuma delas...aí eu resolvi tentar te chamar,depois de mais vinte minutos chamando,pensei que também...bom,que houvesse acontecido alguma coisa com você...."

Aquelas palavras arrancaram o meu coração do peito,no momento em que ele começou a falar que Gabriel não respondeu a nenhuma das vezes que ele chamou,eu realmente desmoronei,e minhas lágrimas pesavam em meu corpo,mais do que os escombros que me impediam de sair dali e procurá-lo.

"Mas...mas...talvez ele esteja desacordado" eu falava entre o choro. "Talvez ele tenha saído,talvez ele tenha...talvez..." chorei mais ainda.

Paulo não disse nada,com certeza ele também estava esperando o pior...eu tinha algumas opções naquele momento:

1- Ele foi morto pelos anjos do Eufrates.

2- Ele foi morto pelos escombros.

3- Ele acordou,conseguiu sair dos escombros,mas os ferimentos o fizeram morrer.

4- Ele estava desacordado.

5- Ele estava perdido.

Eu quase morri ao ter que ficar com essas possibilidades na cabeça,já não bastava a dor que agora eu já estava começando a sentir na perna,que estava presa por uma enorme parte do teto da,agora, Ex -Base militar.

As inscrições...eu fui a última a ouvi-los.

Eu sentia uma dor maior no meu coração,que gritava a cada segundo em que eu não o via.

Paulo ouviu meus soluços incontroláveis,e tentou me acalmar.

"Calma Elisa! A gente não sabe de nada ainda!"

I Segundo Para o Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora