I Segundo Para o Fim do Mundo

Capítulo 13

Acordei bem mais cedo do que eu queria,tudo por causa das lembranças...sempre elas.

Quando abri meus olhos,pude ouvir uma conversa entre Paulo e Gabriel.

"Quanto tempo mais você acha que temos Gabriel ?! A coisa tá piorando a cada hora que passamos aqui!"

"Você acha que..." Gabriel falou, eu nunca deixaria de reconhecer a voz dele, sempre tão terna e contínua.

" E você ainda pergunta?" Paulo continuava. "Já se passou algum tempo desde o último presságio,e,se for mesmo essa bíblia aí que estiver dizendo as próximas etapas,a gente tá ferrado!" ele abaixou um pouco o tom de voz. "e...mesmo se a gente conseguir ficar,quanto tempo a gente dura?"

Nessa hora eu me levantei,virei para os dois que logo pararam a conversa pela minha presença,eu resolvi questioná-los.

"Do que vocês estão falando?" perguntei com as mãos na cintura.

"Nada" Paulo disse. "só alguns pensamentos..."

Eu fiquei irritada,poxa vida! A gente já tinha passado por bastante coisa junto,tinha acontecido cada coisa...e eles iriam me negar uma simples conversa?

"A ,qual é? Vocês acham que só porque eu sou menina não posso ouvir as coisas ruins também? Fiquem sabendo que eu já suportei notícias que me abalaram extremamente,a vida não é composta só por coisas boas..." falei indo em direção à eles.

"Tudo bem..."Paulo falava ainda meio incerto.

Eles começaram a me falar sobre o assunto,estavam dizendo que já tinha um tempo que a última praga foi lançada,e que não teríamos muito tempo até ser lançada a próxima,Paulo disse também,que antes mesmo de ter nos encontrado,ele tinha visto em um jornal trazido pelo vento,algumas novidades,como a enorme expansão de poder sobre o anticristo,ninguém o podia parar,ele já estava com o controle político e econômico de todos os países,e,ele ainda falou,que estávamos prestes a passar por outra praga,e que não tínhamos alimento suficiente nem para uma semana,e,naquele lugar deserto,ficaria difícil de encontrar comida,que se já estava difícil de encontrar nas cidades,muito menos onde estávamos,de repente ele parou,e deu espaço para Gabriel abrir uma pergunta.

"Você se lembra da próxima?" ele falou olhando para mim com um olhar triste.

Eu disse que me recordava brevemente,mas,que não muito bem,já que tínhamos passado por tantas emoções...eu tinha me esquecido um pouco das pragas,mas as cicatrizes continuavam lá para me lembrar delas.

Ele se levantou e foi até a minha mochila,retirando de lá,a bíblia do Pastor Louis.

"Está bem aqui..." ele disse,colocando a bíblia perto de mim,e abrindo no livro de apocalipse. Ele apontou o local exato e eu comecei a ler em voz alta.

"E tocou o sexto anjo a trombeta,e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus,a qual dizia ao sexto anjo,que tinha a trombeta..." olhei para Gabriel,para ver se ele estava prestando atenção.Estava.Os dois estavam,continuei. " : solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates,e foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora,e dia,e mês,e ano,a fim de matarem a terça parte dos homens" parei um pouco,as palavras eram fortes,me penetravam a cada sílaba,suspirei,e tentei continuar. "E o número dos exércitos dos cavaleiros era de... era de... duzentos milhões! E ouvi o número deles..."

Fechei a bíblia rapidamente.

"Eu não consigo...se fosse em outras circunstâncias,eu até conseguiria...mas...isso realmente vai acontecer,estamos vendo o nosso próprio futuro!" Paulo estava me olhando ainda meio sem entender minha preocupação. "Você entendeu alguma palavra do que eu disse?" me direcionei à ele.