Capítulo 33

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Soneca pousou exatamente no horário planejado.

Olhei para Amélia,e ela me fez um sinal de positivo com a cabeça,como sempre ele estava no quadragésimo sono,tomei dele pelo único buraco que havia na porta,suas chaves,com o maior cuidado,ele se moveu para um lado e outro,mas não acordou.

As bombas já estavam preparadas,e eu tinha a chave,quando eu as jogasse,sabia que não teria mais volta,sabia que de qualquer jeito eles saberiam que havíamos fugido,eu só queria também saber,que nós não estaríamos lá para lhes dar satisfações.

Tirei do esconderijo a bomba,e joguei bem de leve ao chão,logo,o cheiro foi subindo e subindo,não tinha fumaça nem nada,afinal eram ingredientes podres,mas cheiravam bem mal,tampei meu nariz com a blusa,abri a porta e me impressionei com o sono pesado de soneca,enquanto os outros,gemiam de nojo.

"Eca! O que é isso?" ouvi um gritar,e ele olhou ao lado,nos vendo ir embora.

"Ali!" continuou apontando para Amélia e eu. "fugitivas!"

Corremos o mais rápido que pudemos,na área dos uniformes não se tinha muita segurança,por isso,entramos rapidamente na sala,parecia uma dispensa um pouco maior que a de minha casa,só tinha uniformes de militares,cheios de números,e muito preto,não tinha ninguém,a luz estava apagada,o corredor vazio,mas logo ouvimos passos,ao contrário do que eu pensava existiam sim,mulheres militares,deveriam trabalhar na área política,ou,sei lá,não pensei nisso,mas com certeza achei melhor que pegássemos os uniformes de enfermeira,que Amélia havia achado,pareceríamos mais convincentes,e,se tivéssemos que fazer algo para comprovar que éramos o que dizíamos ser,preferia medir febre do que atirar no alvo.

É claro,não tive muito tempo para pensar,mas nunca havia me trocado tão rápido em toda minha vida,passos se aproximavam,eu amarrava um coque apressado,Amélia já tinha terminado,Como assim?!

"Vamos Teles!" ela me apressava.

Terminei o look rapidamente e jogamos nossas roupas de presidiárias horríveis dentro da caixa de uniformes sujos,no fundo,para que ninguém notasse a presença.

Para testar se estávamos convincentes,teríamos que agir normalmente,Amélia me pegou pelo braço,e logo tinha uma prancheta na mão,onde eu estava quando ela conseguiu isso?

Ela daria uma ótima "James Bond" da vida,com uma caneta invisível ela rasurava com a própria mão algo aparentemente importante,e andava tranquilamente pelos corredores enquanto os militares se apressavam atrás de nós,ela merecia o prêmio Nobel,nenhuma desconfiança,passaram direto,ótima atriz.

Olhei para trás e ela apertou meu braço,me jogando um olhar de "naturalmente,agir naturalmente",relaxei minha cara e logo passávamos para o andar de baixo.

Não acreditei no que vi.

"Eu...eu..." tentei me expressar.

"Estou tão surpresa quanto você Teles,nunca vi a área de perto"

Tinham muitos números,diversos computadores,uma imensidão de tecnologia,pessoas correndo apressadamente de um lado para outro e um projeto em destaque na tela principal.

O chip.

Não tive tempo de olhar mais de perto,Amélia me puxou e sussurrou em meu ouvido.

"Nada de expedições Teles,somos enfermeiras,se lembra? ...e o que as enfermeiras fazem?" ela perguntou me conduzindo pelo braço até a saída;

"Cuidam dos feridos..."

"Exato,vamos cuidar de seus amigos agora..." ela disse me dando esperanças.

I Segundo Para o Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora