Capítulo 11

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Consigo me lembrar do dia em que minha mãe estava grávida de Matt.

Ela já estava de 6 meses e ainda não sabia que nome ia dar ao meu irmãozinho,eu tinha dado várias sugestões,entre elas,Victor e Alberto (só porque eu gostava do apelido Beto),mas ela rejeitou todos os nomes que eu havia proposto,ela queria algo diferente,não tão "brasileirado" segundo ela.

Meu pai, que havia dado meu nome,queria o mesmo para o filhinho que estava prestes à nascer,e até gostou de Alberto,mas minha mãe discordou dele,disse que tinha que ser algo americano,algo diferente.

Ela achava mais chique,tudo relacionado a "internacional"e foi aí que,assistindo a um filme de Hollywood,vimos que o nome do bebê da protagonista (Annabeth) era Mathews,ao ouvir o nome eu brinquei dizendo que o apelido podia ser Matt,e a brincadeira virou realidade,depois de mais 3 meses o pequeno Matt havia nascido,tirando um pouco dos holofotes de mim,e distribuindo com ele,Matt sofria muito na hora da chamada na escola,ele era o "Mátí",então ele sempre dizia que queria morar nos EUA para que falassem o nome dele corretamente,Eu me lembrei dessa afeição da minha mãe pelos Estados Unidos na hora em que entramos na base.

Primeiramente ficamos em dúvida porque não tinha absolutamente nada a não ser areia no lugar em que o endereço estava indicando,mas,depois que Gabriel mostrou um tipo de porta oculta,e entramos no lugar,eu pude ver.

IN-CRÍ-VEL.

Era extremamente incrível,parecia mesmo um daqueles cenários que eu via no cinema,era igualzinho,estava velho e empoeirado,mas,em desuso e pronto para ser completamente abusado por mim.

Logo que entrei,fui eufórica para todos os lados possíveis,tentando guardar na memória cada detalhe daquele pequeno universo paralelo.

"Seu pai trabalhou aqui?!" Paulo disse dirigindo-se a Gabriel com o olhar mais admirado do mundo.

Ele assentiu,disse que o pai nunca o levou ao trabalho,mesmo por questões de segurança,ele só ouvia uma ou outra história que ele deixava escapar quando Gabriel perguntava como tinha sido o dia no trabalho.

"Então" Gabriel continuou. "eu estou tão surpreso quanto vocês,sempre tive vontade de conhecer este lugar!" Ele andava aos arredores,admirando algumas armas expostas.

Eu podia ouvir um murmúrio bem de longe,acho que Paulo disse alguma coisa,mas eu nem ouvi,estava tão deslumbrada com aquele lugar que acabei me esquecendo que tinha vindo com mais alguém.

Naquele momento,era só eu,e o espaço.

Haviam armas penduradas nas paredes,de todos os tipos,ainda que empoeiradas,pareciam bem interessantes,haviam partes das paredes que tinham aquele camuflado,preto,verde e marrom,o chão era parecido com aço,e o local era realmente enorme,apesar de estar bem velho,ninguém havia se preocupado em exterminar com aquilo,e agradeço a quem teve esse deslize!

Eu andava passando as mãos pelas paredes,e senti em uma parte delas a textura de uma rede,e era mesmo! Uma rede toda preta,eu achei que era simplesmente para enfeitar o lugar,mas Paulo me disse,enquanto eu estava pensando alto,que os soldados eram treinados para utilizar desde as armas mais simples,até as mais complicadas,ou seja,se você estivesse no meio de uma guerra,só com uma rede na mochila,aparentemente inofensiva,você ia poder transformá-la em uma arma mortal contra os inimigos! Eu achei aquilo o máximo!

Andando mais para frente comecei a olhar para o teto, percebi que ele era meio oval,e que haviam algumas inscrições lá em cima,meu primeiro pensamento foi: "Como eles chegaram até lá?" e,depois de pensar mais um pouco,questionei o que havia feito eles terem ido até lá,fiquei curiosa,mas eu não tinha uma escada de 20 metros sobrando,então,tive que me contentar em olhar de longe.

I Segundo Para o Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora