Begin Again - O Reencontro do RBD

09. De vuelta al comienzo

Dulce chegou ao estúdio na hora marcada, e encontrou Christian, Christopher e Anahí sentados em frente à mesa de som com um produtor que ela já conhecia. Só havia três cadeiras e Anahí estava sentada no colo do Christopher, desse jeito bem despretensioso e ingênuo que só ela é capaz de se portar. Todos estavam ouvindo o que parecia ser a gravação de "Incondicional". Ela ficou parada na porta, escutando também, sem que ninguém a notasse, todos de costas para ela. A música tinha ficado muito boa.

- Vocês estão de parabéns! A música está linda!

- Dul! - Anahí se levantou do colo do Christopher em um rompante - Que bom que você gostou! Ficou legal, né? Marquei com os meninos antes para não ficar te alugando com essa faixa. Eu queria que fosse um solo, com coro masculino, e acabamos o trabalho agorinha! Estamos prontos para "Siempre Rebelde"!

Anahí não sabia se Dulce ficaria chateada por terem gravado sem ela, mas a verdade é que ela não queria dividir os vocais de sua música. Simples assim. Dulce, que acabara de se sentar no lugar do produtor, que lhe cedeu o assento, não se importava, de qualquer forma. Ela, na verdade, ainda estava com muito medo do que estavam fazendo. Podia virar um grande problema depois.

- O Poncho já foi embora ou ainda não chegou?

- Não vai vir. - respondeu Christopher - Ele disse que tinha... o que era mesmo?

- Uma reunião com o site de financiamento coletivo. - respondeu Anahí.

- Alguma coisa a ver com os filmes dele. - disse Christian.

- Ele vai gravar as partes dele depois. - completou Anahí.

Dulce tirou a letra de sua música da bolsa para que dividissem as partes de cada um. Ela tinha tomado a liberdade de fazer um esboço da repartição, deixando o refrão ("R... BD! / Grabado en mi piel / R...BD! / La presencia más fiel") para si, o que todos acharam muito justo e compreensível. Para os demais colegas, dividiu versos que combinavam com a personalidade de cada um - Anahí, por exemplo ficou com "Si me dicen RBD / Adónde va ser?" - mas a maioria da música era cantada por duas ou três vozes ao mesmo tempo, com seu timbre conduzindo tudo. Os meninos foram gravar uma parte juntos na cabine, e ela ficou onde estava com Anahí, que percebia a tensão da amiga no ar.

- Você não está segura quanto a isso, não é?

- Na verdade, não consigo parar de pensar que pode dar merda.

- Relaxe, Dul. É só uma música. Que mal tem?

É. É só uma música. Dulce tentou se convencer e se tranquilizar. Não tinha porque ficar tão nervosa. Era uma faixa, uma brincadeira entre amigos. Era só tratar assim. Tentou se concentrar no trabalho.

- Incrível como a voz do Christian continua inalterável. - elogiou.

- E como o Christopher continua gato, não é? - disse Anahí.

- Você acha?

- Você acha, Dul!

- Que isso, Anahí!? Que bobeira! Parece até aquelas fãs loucas traumadas.

- Sei, sei.

O dia sucedeu assim, com cada um gravando suas partes, enquanto o produtor dava coordenadas e apontava o melhor caminho para a sonoridade. Mas ninguém queria alterar muito a essência acústica da canção, com voz e violão. Era a melhor forma de passar a mensagem. Dulce foi a última a entrar na cabine para gravar sua parte. Como teria que voltar cedo no dia seguinte, para receber o Alfonso, Anahí perguntou se tinha problema ela ir embora. Dulce não se incomodou. Christian pediu carona. Christopher decidiu ficar, para não deixar Dulce sozinha no estúdio, afinal era um trabalho em grupo e lhe pareceu deselegante que os outros não permanecessem até o fim.