55. Ela vai, ele volta

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Desculpa. Entendi tudo mal. Pensei que você era desse tipo dá-vexame-em-balada, e que você obviamente estava ficando com todo mundo. Achei que ia sofrer com você. Mas tenho sofrido muito mais sem você.

Por essa, Christian não esperava. Mensagem do brasileirinho arrependido? Mostrou para Christopher, que estava do seu lado e apenas revirou os olhos, sem dizer nada. Anahí seria a pessoa ideal para lhe dar conselhos, mas estava discutindo com Alfonso. Christian mostrou a mensagem para Maite. Ela botou a mão na boca, espantada, e depois perguntou o que ele pensava fazer.

- Não sei.

- Você não estava com saudade dele?

- Estava. Mas não é meio louco esse piti dele, sendo que nós não tínhamos nada?

- Com certeza. Mas, né. Brasileiros são intensos, você sabe. – ela riu.

- E, Mai, eu sou exatamente o cara que dá vexame em balada. Ele quer tentar de novo, porque pensa que não. Mas eu sou! Vocês sabem que sou. Ele, não.

- O clipe funcionou, afinal. Está enganando as pessoas...

- ...inclusive Tiago. E não conseguiria ficar com ele apoiado em uma mentira.

- Você está falando como se fossem casados. Vocês mal se conhecem, Christian.

- Sim, isso agora está evidente. Ele acredita em tudo que sai na mídia. A notícia mais recente é sempre a mais real para ele.

- Não podemos culpá-lo. É o que queríamos. – ela deu de ombros e deu um gole na bebida.


Na área de fumantes, Alfonso perguntava à Anahí o que estava acontecendo. Não era possível que ela estivesse tão brava ainda, por conta do incidente do restaurante. Ela não respondeu. Primeiro, acendeu um cigarro, tragou, baforou e olhou para ele.

- Gosto de você, Ponchito. De verdade.

- Eu sei, mas...

- Não me interrompa, por favor. Deixe-me falar até o fim. – ela deu uma pausa – Como eu dizia, gosto de você e nós, obviamente, temos muita química. Parte do sucesso de RBD se deve a isso, eu diria. As pessoas podem sentir essa... coisa, essa energia, não sei. Essa conexão. Isso é lindo, inestimável. Eu não quero nunca perder isso, nunca. Vamos fazer esse filme, e quero fazer muito mais projetos com você, agora que nos reencontramos. Damos certo juntos, como parceiros. Mas não como namorados.

- Any...

Ela levou o dedo até a boca dele: "shhhhhh".

- Ouça-me, cariño. É a verdade. Nós nos amamos. Eu amo todos vocês. Até a Maite. – riu – E eu sei que você também. É um amor tão grande que a gente pensou que poderia ficar junto, como um casal. Mas não funciona. O sentimento às vezes não basta. Nós temos diferenças incompatíveis, que resultam em falhas graves na comunicação. É como se cada um estivesse olhando o mundo de um ponto muito distinto. Não sei nem mesmo se você me entende, quando te falo isso...

Ele ameaçou interromper, e ela continuou.

- Precisamos terminar, sem rancores, sem mágoas, antes que estraguemos essa conexão tão linda que temos.

- Não, Any. Não é assim!

- É, Poncho. Não quero te magoar. E, mais do que tudo, não quero que você me magoe. Amor e ódio são muito próximos e, quando acontecem situações como a do jantar, eu sou tomada por uma raiva e uma tristeza que eu não quero sentir, não com relação a você.

Begin Again - O Reencontro do RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora