58. O preço de querer ajudar todo mundo

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Christopher surpreendeu Dulce María com café na manhã na cama antes de saírem para o ensaio. Frutas, pães, sucos, leite, café, chá: ele pensou em tudo, como se fosse buffet de hotel. Conhecendo-o bem, como ela conhecia, sabia que acordar mais cedo e preparar aquilo havia sido um sacrifício. Acabou perdoando-o. Christopher ganhou um beijinho, eles emendaram um sexo de pazes, e chegaram atrasados ao estúdio de dança para o ensaio. Atrasados, mas sorridentes, e agarrados.


O mesmo não se pode dizer de Anahí e Alfonso. Ele telefonou para ela na noite anterior, em busca de respostas, e protagonizou um papelão. Anahí achou toda a cena muito constrangedora e humilhante – para ele. Alfonso chorou ao telefone, dizendo que a amava e não queria que ficassem separados. A bosta de um restaurante não podia ser motivo para terminar um relacionamento!

- Poncho, eu não quero mais. Aceita. Começou, rolou, acabou. Você não precisa tornar isso o fim do mundo.

Ela também sofria com o término, claro. Não era gélida. Mas estava disposta a não demonstrar isso para ninguém, e menos ainda para ele, para que Alfonso aceitasse o término. Não queria que ele pensasse que ela fraquejava e que tinha chances de mudar de ideia. Estava bem decidida. Vinha de um divórcio, não queria sofrer nem um pouco que fosse. Estava no RBD para se divertir e ser feliz. Problemas, ela não buscava. Alfonso que ficasse com o macarrão instantâneo em casa. Ela queria restaurantes chiques, sim.


O segundo ensaio foi melhor para todos. Começaram a se sentir mais seguros com as coreografias, inclusive para deixá-las de lado quando achassem melhor. Anahí estava mestre nisso, como sempre. Dulce levava os passos mais ao pé da letra. Christian e Christopher também demonstravam empenho. Maite dominava tudo com facilidade. Só Alfonso que não aparentava vigor. Sua tristeza resplandecia nos ensaios, e todos começavam a temer que se refletisse no palco. Ele tinha que criar um ânimo.

- Poncho, vá lá pra casa hoje. – Maite o abordou em um intervalo do ensaio.

- Não sei, Mai...Não estou muito no clima.

- Não perguntei se está no clima. É para ir e pronto. Confie em mim. – ela o abraçou. Sentia que ele precisava de apoio.


Naquele dia, conseguiram fazer um "corrido" do show, ou seja, passar o show inteiro de uma vez, sem pausas – cantando e dançando. Obviamente, ainda erraram algumas partes, mas estavam dando conta de improvisar e contornar. Havia tempo ainda para ficarem todos aptos para o Maracanã. No fim do ensaio, enquanto se trocavam, as meninas comentavam sobre como estavam avançando bem com as coreografias. Quando Dulce entrou na cabine para fazer xixi, Anahí cochichou com Maite:

- Podemos nos encontrar hoje? Preciso conversar.

Maite se lembrou de que tinha marcado com Alfonso. Mas não sabia como dizer isso.

- É sobre Poncho. Preciso desabafar, Mai. A Dul é muito próxima dele, tenho medo que acabe contando algo.

Maite não podia perder a chance de fortalecer sua amizade com Anahí, depois de toda a turbulência.

- Claro. Passa lá em casa. Pode ser à noite? Tenho compromissos agora.

- Combinado. À noite. Eu levo a janta!

- Boba! Sabe que não precisa!


Begin Again - O Reencontro do RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora