10. Chegou a hora

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Retorno do RBD já era assunto do passado para Maite Perroni. Satisfeita com a solução de entregar uma música para que o grupo gravasse, como cordialidade e demonstração de apoio, ela conseguiu deixar o assunto de lado e se entregar para a novela que estava fazendo. Havia também muitos problemas no set. Mais uma vez, tinham contratado um modelo sem capacidade de atuar para o papel de galã e o cara ainda chegava atrasado e atrapalhava os cronogramas de gravações diariamente. Ela já havia avisado a Televisa que só aceitaria fazer a próxima novela se pudesse escolher o ator que contracenaria com ela. Assim, não dava mais.

Ainda tinha o projeto do disco novo. A gravadora queria aproveitar a visibilidade da novela, que estava dando muita audiência, para lucrar com mais músicas. Maite não concordava que era o melhor momento, porque estava exausta e sem inspiração, mas seus empresários não conseguiram poupá-la desse compromisso. Teria, sim, que gravar algumas canções inéditas – ou ao menos ir ao estúdio e mostrar que estava trabalhando – para acalmar a gravadora. E ainda tinha gente que achava que vida de estrela era molezinha.


Passaram-se alguns dias desde as sessões clandestinas do RBD no estúdio. Ninguém se encontrou mais, mas mantiveram contato por um grupo no celular. Os cinco tinham combinado de mostrar as músicas para o Pedro Damián quando fossem ao estúdio para a sessão oficial, para gravação de "Amistad". Era um dia que todos estariam disponíveis e era importante que todo mundo estivesse presente para a pressão ser maior.


Dulce não atendia as ligações nem respondia as mensagens do Christopher, mas falava com ele normalmente sobre o trabalho no chat de todos os RBDs. Ele não entendia porque ela ficava tão arredia assim, como se o evitando pudesse fingir que nada tinha acontecido. Os dois sabiam que tinha, sim, e não era nada para se envergonhar, ele achava. Dulce, ao contrário, ficava constrangida só de pensar. Não devia ter cedido. Mais do que nunca: Christopher é um homem casado! Se isso estourasse na imprensa, seria um escândalo terrível. Ela não queria virar uma destruidora de lares aos olhos do público. E também não queria se envolver com ele. Christopher era cafajeste. Transou com ela e, com certeza, transou com a mulher quando chegou em casa. E talvez com mais outra no caminho! Ela já tinha caído nessa uma vez, e se decepcionado. Ele não era homem pra ela.


No dia da gravação da música nova, todos se reuniram na casa da Anahí para irem juntos de lá para o estúdio. Estavam muito animados por botar o plano em ação. Sabiam que Pedro diria não para as faixas, e queriam passar por isso logo, para que pudessem vazar os áudios na Internet sem levantar suspeitas. Foram todos no mesmo carro, com Christopher ao volante, Anahí ao lado, e os outros três atrás. Anahí ofereceu para que Dulce se sentasse na frente, mas ela não quis. Preferiu ir atrás, aguentando as gaiatices do Christian, que estava especialmente elétrico naquele dia. Ele parecia excitado demais com a ida ao estúdio.

- Christian, me diz o que foi que você usou que eu quero também. – Alfonso jogou verde, no caminho.

- Você tem que parar com as drogas, cara. – emendou Dulce, que estava entre os dois.

- Gente! Quem foi que disse que eu me drogo?

- Ai, Christian! Por favor! – Anahí estava rindo no banco da frente. Christopher riu também, mas não falou nada.

- O psiquiatra mudou os remédios do meu tratamento. Acho que está alterando meu comportamento. Deve ser isso que vocês estão notando.

Os quatro ficaram constrangidos com a citação do estado de saúde mental do amigo, e não tocaram mais no assunto. Era difícil lidar com o fato que um deles não havia aguentado a pressão e tinha descarrilhado, como essas celebridades que a gente vê na Internet o tempo todo. Alfonso desconversou para o tema das músicas e eles combinaram de abordar o Pedro assim que entrassem no estúdio.

Begin Again - O Reencontro do RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora