Begin Again - O Reencontro do RBD

17. RBD: La Família

Maite estava sentada em uma cadeira de praia, sob um enorme guarda-sol, com os pés enfiados na areia. Não, não era sua folga. Era dia de gravação externa. A maquiadora estava retocando sua maquiagem, enquanto ela repassava as falas da próxima cena. Seu celular tocou. Era um número desconhecido. Atendeu.

- Oi.

- Olá, Maite! É o Christian, como você está?

Christian? Christian Chávez? Qual seria a nova deles para azucrinar sua cabeça?

- No meio de uma gravação, na verdade. Mas fale, rapidinho.

- Maite, vamos começar a ensaiar nossa apresentação para os Prêmios Juventud hoje. Ninguém sabe que estou te ligando, mas eu pensei que não custava tentar. Ainda dá tempo, se você quiser participar. Vamos começar tudo hoje! Soube que você estará na premiação também, e não faz o menor sentido que você fique de fora da nossa performance.

Ela não acreditava que estava passando por isso. Pressionada! Será que ia ter que montar um esquemão para blindar o acesso da galera e não ter que ouvir esse tipo de coisa?

- Eu vou fazer um bate-e-volta, Christian. Estou atoladíssima de gravação. Não tenho tempo nem para ensaiar uma apresentação solo, que dirá em grupo. Tive que declinar uma oferta da gravadora para me inserir na lista de apresentações. Vou chegar lá, anunciar o vencedor de alguma categoria, e voltar para o México imediatamente. Não dá mesmo. Eu não me comprometi com vocês, porque sei que não dá.

Conversaram mais um bocadinho e ela desligou porque realmente tinha que gravar. O ator-modelo-que-não-atua-nada já estava posicionado para a cena.

Christopher acordou no sofá da casa do amigo, com o barulho de um aspirador de pó. Quem é que aspira a casa quando tem um hóspede dormindo? Sério! Abriu os olhos perplexo, ainda meio de ressaca por causa das cervejas, e demorando a lembrar de tudo – como a razão de não estar em casa. Ainda com os olhos remelados, viu a esposa do amigo de costas, com uma sainha justa, inclinada aspirando, com uma bundinha voltada para ele. Teve pensamentos promíscuos, e tentou afastá-los, porque pegar mulher de amigo que lhe oferece o teto seria demais.

- Soraya? – ele disse, botando uma almofada no colo para tapar a marca do volume no short.

- Bom dia, Christopher! Desculpa o barulho. Mas não vou poder fazer isso mais tarde.

- Não, tudo bem. Você sabe que horas são?

- 10h30.

- Caramba! Tô atrasado!

Maite gravou a cena com o ator-modelo-que-não-atua-nada e voltou correndo para debaixo do guarda-sol. Sentou-se e viu aquele homem indo em sua direção. Procurou o celular na bolsa, para se esquivar, mas antes que alcançasse o aparelho, ele estava agachado diante dela. O cara era gato demais, verdade seja dita. Qualquer mulher morreria para ter aquele exemplar de homem agachado aos seus pés. Maite teve um rápido pensamento sobre isso ao vê-lo ali, mas logo fez uma cara feia de "o que é que você está fazendo?".

- Você gosta de praia?

Sério mesmo que ele estava querendo puxar assunto? Puxar assunto, embaixo do sol, de manhã, no intervalo de sossego de uma gravação cansativa? Era isso mesmo, produção?

- Detesto. – respondeu, ríspida.

- Ia te chamar para dar um mergulho comigo.

- Ah! E estragar meu cabelo para ter que fazer de novo quando chegar ao estúdio? Não, obrigada.