21. Entre verdades silenciadas e mentiras gritadas

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No dia seguinte, Christopher acordou sem roupa, embaixo do lençol, ao lado do Christian, que ele logo percebeu que estava nu também. Puta que o pariu! Caramba! Não é possível! Ele e Christian! As cenas da noite anterior vieram à sua cabeça e ele sentiu vontade de cavar um buraco e se afundar lá.

Ok, vale um parênteses aqui. Christopher obviamente não era homossexual, mas já havia tido suas experiências com outros homens. Taradão, já havia participado de orgias bissexuais e curtido com rapazes, sim. Não era algo que ele saía falando por aí, porque a sociedade não está pronta para isso. Não era algo que ele se orgulhasse, também. Mas não era um problema, de forma nenhuma. O que importava para Christopher, sempre, era a busca por prazer. Bêbado, então. O problema era... Christian! Ele nunca tinha feito nada com alguém tão próximo e Christian, além de ser integrante do RBD, estava dividindo apartamento com ele naquele momento. Christian era a perfeita definição de alguém próximo.

- Puta merda, puta merda, puta merda. Isso não podia ter acontecido. – falou sozinho, já de pé, catando sua roupa e se vestindo apressadamente. Queria sair antes que Christian acordasse. Lidar com a pós-transa seria demais para sua cabeça. Quando já estava com a mão na maçaneta, se lembrou de algo importante: camisinha. Correu para ver na lixeira e não havia nada ali. Começou, então, a vasculhar pelo chão, ao redor da cama, desesperado. Não que Christian aparentasse ter doenças, mas quem vê cara não vê DST. Por fim, achou o preservativo usado bem jogado ao pé da cama. Pegou, levou ao banheiro, jogou na privada e deu descarga. Prova do crime eliminada. Saiu do quarto.


Christian já estava acordado quando Christopher acordou, mas não tinha coragem de se mover na cama. Que l-o-u-c-u-r-a aquela noite. Ele e Christopher! Foi bom? Foi bom. Devia ter acontecido? Certamente não! E agora? Como contar aquilo para a Dulce? Como contar para a Anahí? Como se levantar daquela cama, antes de mais nada? Fingiu que estava dormindo até Christopher sair do quarto. Não abria os olhos por nada. Ainda estava de ressaca – moral, também – e não dava para lidar com conflitos assim.


Logo que saiu para o corredor, Christopher viu Anahí se despedindo daquele cara que ela estava a fim. Putz! Ela o veria deixando o quarto do Christian. Ele paralisou ali, sem saída. Anahí obviamente viu. Despediu-se do Diego, com um selinho e um "a gente se vê", e correu para falar com Christopher. Ele já estava pensando na desculpa que ia dar para estar saindo do quarto do Christian aquela hora.

- Christian deu trabalho, né? Desculpa! Eu devia ter ficado com vocês. – ela disse, aparentemente sem maldar nada.

- Ô, sim, um trabalhão. Ele estava elétrico. Foi difícil pegar no sono. Acabei dormindo aqui também. – ele mentiu.

- Vou dar uma bronca nele depois. Não pode tomar remédio e beber! Eu tenho que pensar em tudo, meu Deus! É muita coisa na minha cabeça.

- Fique tranquila. Não aconteceu nada pior, pelo menos. – ele disse, pensando em tudo que tinham feito. A sensação era de que estava tudo escrito na sua testa, mas Anahí não abordava o assunto diretamente. Ele decidiu mudar a pauta – Quer dizer que você e o bonitão...?

- Uh! Depois te conto! Que noite! – ela riu – Mas foi lindo ontem, né? Arrasamos, Ucker!

- Arrasamos muito!

Abraçaram-se no corredor.


Alfonso acordou de mau humor. Anahí e Diego. Como teria sido a noite dos dois? Anahí era muito dada! Mal conhecia o cara. Não sabia nem quem ele era direito, e já estava dando. O modelete era um atorzinho de merda, que só se garantia no sex appeal. Pelo amor de Deus. Vamos ter critérios, por favor.

Begin Again - O Reencontro do RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora