13. Atenção para Christian Chávez

1.6K 78 26
                                    

Ainda naquele dia, "Siempre Rebelde" entrou espontaneamente na programação de algumas rádios. Na Internet, as duas músicas seguiam bombando. No Youtube, os áudios mais acessados já ultrapassavam, juntos, mais de dez milhões de acessos em 24 horas. Era um sucesso, sem dúvidas. Estavam todos muito felizes, até Pedro Damián, por ver que o RBD realmente daria certo de novo. Ele só lamentava que tantos milhões de acessos fossem para links que não rendiam um centavo para nenhum deles.

Completamente realizado ao ver o sucesso das músicas, o aumento de seguidores nas redes sociais e o celular não parando de tocar, Christian Chávez decidiu comemorar. Ignorou os pedidos implorados da mãe, e foi para uma casa noturna se divertir. Ela temia que ele fosse beber e usar qualquer outro tipo de droga, o que atrapalharia o efeito dos remédios, e foi exatamente o que ele fez, claramente. Tratado como popstar na boate onde sempre frequentou nos últimos anos e ninguém lhe dava a mínima, Christian ganhou um camarote só para ele, baldes e baldes de bebidas, e muitos falsos amigos. Era a sensação do lugar. Todos queriam chegar perto dele, dançar com ele, beijá-lo, descer até o chão com ele.

Christian estava elétrico, completamente alterado. As luzes do globo, o barulho da música, o tumulto de gente – ele não conseguia mais separar o que era o quê. Tudo compunha uma sensação muito louca. Ele fechava os olhos e se sacudia. Havia ingerido uns comprimidos que tinham lhe oferecido de graça e ele nem sabia o que era. Mas... era de graça! Estava adorando o tratamento VIP. E o assédio, também. Do dia para a noite, era como se ele fosse o homem mais bonito do universo. Aproveitou-se disso, claro. Foi para o darkroom com caras bonitinhos pelo menos três vezes naquela noite, para brincadeiras mais quentes.

Já passava das 5h da manhã, quando as pessoas começaram a ir embora da boate, mas Christian ainda estava pilhado. Com a diminuição de gente, ele percebeu pela primeira vez que havia uma pilastra de ferro na frente do camarote, no 2º andar, que ia até o térreo. Passou as pernas para o lado de fora, equilibrando-se no murinho do camarote, se agarrou no ferro e deslizou até o chão por ali, caindo quando estava a um metro do chão. Não se machucou, e quem estava ali riu. Ciente da atenção, ele transformou o ferro em pole dance e você pode imaginar a cena.


Alfonso perdeu a hora editando vídeos no computador em seu apartamento. Nem percebeu que estava quase amanhecendo, quando um amigo lhe enviou um vídeo pelo celular com a mensagem: "seus amigos fazendo vergonha alheia agorinha". Ele achou que devia ser algo engraçadinho e sem noção de qualquer colega, então clicou para ver, porque precisava descontrair depois de tanto tempo sentado trabalhando. Foi quando viu o Christian descendo e caindo do ferro na casa noturna. Puta merda! Ele estava doidão.

Preocupado, Alfonso perguntou onde era aquilo e se Christian ainda estava lá. Estava. Ele olhou para o relógio: 5h15. Bem, tinha que tirar Christian de lá antes que fizesse mais besteira. Pegou a chave do carro e partiu com a roupa do corpo – uma camiseta branca que usava para dormir e uma bermuda velha. Só trocou o chinelo pelo All Star.

Chegou rapidinho ao local, porque ainda não havia trânsito, e o deixaram entrar sem problemas. Já não havia quase ninguém lá dentro. Só uns 20 caras, todos sem camisa e com cara de drogados. Christian estava subindo e descendo no colo de um desses, que parecia apagado. Alfonso olhou ao redor para se certificar de que ninguém estava gravando aquilo. Viu seu outro amigo pagando a conta e fez um sinal para que viesse lhe ajudar.

- Oi Christian.

- Ponchoooooo! Em boate gaaaaaaay! O mundo é dos gays!

- Pois é, Christian. Você se importa de sair de cima desse cara para que a gente vá embora?

Begin Again - O Reencontro do RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora