25. Aliados (?)

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Dulce foi a primeira a chegar ao ensaio do acústico, cumprimentou os músicos, o Pedro e ficou mexendo no celular enquanto os outros não apareciam. Mas dez minutos depois entraram Christian, Christopher e Anahí montada nas costas do Christopher: como era possível, mesmo tantos anos depois, eles ainda parecerem crianças quando ficavam juntos? Anahí desceu da garupa e cumprimentou a amiga. Todos se cumprimentaram e ficaram conversando sobre a setlist esperando por Alfonso. Ele chegou um tanto mal humorado.

- Quero falar com você, Pedro.

- Bom dia, Poncho. Diga.

Todos estavam olhando, fingindo que não, com ouvidos bem atentos. No mínimo, Alfonso ia reclamar de algo: era o que indicava sua cara.

- Pedro, isso está me incomodando há algum tempo. O que eu aceitei fazer foi um show de reencontro do RBD. Eu não aceitei voltar ao grupo e dedicar 24 horas dos meus dias, sete dias da minha semana, a você. Tenho tentado relevar, mas isso está insustentável. Às 22h, receber uma mensagem que tenho que estar aqui às 9h para algo que ninguém me perguntou se eu topo fazer?

- Poncho, temos pouco tempo para resolver tudo. Decidimos fazer essa apresentação para imprensa brasileira, e só conseguimos fechar esse estúdio para ensaio ontem de noite. Estou informando vocês conforme os compromissos vão aparecendo.

- Você disse "decidimos". Decidimos, quem? Eu? Anahí? Dulce? Christian? Christopher? Nenhum de nós decidiu nada. Você apenas comunica e nós temos que nos virar. Eu tinha dentista hoje. Agora vou ter que esperar mais duas semanas para conseguir outro horário. Isso é se você não me fizer cancelar de novo. Será que só vou ter tempo para ir ao médico depois do show também? Eu tenho uma vida!

- Poncho, não precisa ser irritar assim...

- Eu me irrito, sim, porque não é desse jeito que funciona. Se você quer montar um pocket show para imprensa, pergunte a cada um de nós antes se topamos, se temos disponibilidade e interesse. Não combinamos, em momento algum, estar à sua disposição. Não somos seus escravos esperando por ordens na senzala.

A discussão seguiu, o clima estava pesado, os músicos se dispersaram, saíram para fumar, ou usaram os cigarros como desculpa para não ter que ficar ali, e os outros integrantes tentavam passar por transparentes. Aquilo estava irritando Alfonso, também, porque ele não defendia apenas seus interesses, e sim de todos, e eles poderiam ficar do seu lado, se tivessem uma noção melhor de coletivo. Mas ninguém dizia nada. Até que Dulce se aproximou, e botou a mão em seu ombro.

- Calma, Poncho. Eu acho que podemos falar sobre isso sem brigar. Essa falta de controle sob minha própria vida também é algo que me incomoda, você sabe. – ela disse para ele e em seguida se virou para Pedro Damián – Você sabe, também. Concordo que não pode ser assim. Temos que ter um cronograma mais claro do que e quando fazer para que possamos organizar nossas agendas. Não temos mais 20 aninhos e não queremos deixar nossa vida de lado como fazíamos.

Anahí olhou para Christian e Christopher e fez sinal para que eles também se juntassem. Era importante que ficassem do lado do Alfonso, para manter o espírito de união do grupo. Eles só tinham conseguido lançar as músicas que criaram por conta disso, e por iniciativa dele. Então, os três se alinharem ao lado do ator, e Christian brincou:

- É isso aí. Não queremos ser tratados como gados.

- Gados nunca mais. – pontuou Alfonso.

- Nós temos um contrato, que vocês assinaram se botando à disposição da divulgação desse retorno, então, legalmente, devem sim estar disponíveis para tudo. Mas tudo bem, vou ficar mais atento a essa requisição de vocês. Se o que querem é saber com antecedência e isso evitará esse tipo de mal estar aqui, vou me empenhar nisso. Tudo bem? – ele esticou a mão para Alfonso.

Begin Again - O Reencontro do RBDOnde histórias criam vida. Descubra agora