#1

735 36 27
                                    

30 dias.

Eu odeio, ODEIO, as férias "curtas" que a minha mãe tira. Ela é uma solteirona loira de 40 anos que esbanja luxo graças à pensão gorda que o marido deixou para ela quando morreu. Essas férias também me dão a obrigação de abrir a porta sempre que alguém começa a fazer dela uma escola de samba.

Meu despertador nem mesmo havia tocado quando alguém começou a bater. Não adiantaria gritar "já vou", pois o teto de gesso e as paredes grossas impediriam qualquer pessoa de ouvir minha voz demasiadamente aguda. Kero, meu pequeno buldog branco e marrom, latia desesperadamente perto da cama. A única opção era descer as escadas como um raio e acalmar a vontade frenética da pessoa que estava incomodado o descanso alheio, já que nenhum dos malditos empregados fazia seu trabalho corretamente.

Atravessei a casa, descalço. O piso estava bem mais frio do que normalmente. As batidas se repetiam três toques a cada 2 segundos e não parariam enquanto eu não atendesse. Eu coloquei a mão na fechadura e as batidas parconvidar .

Uma sensação de desconforto me invadiu. Eu senti uma agonia intensa e os meus dedos formigaram. Kero choramingou e então correu para as escadas. Me remechi e então abri a porta.

Minha visão encandeada pegou uma garota, 14 centímetros mais baixa do que eu. Ela era loira, o cabelo curto não tocava os ombros, porem as pontas era bagunçado. Maquiagem pesada, um par de coturnos, vestido preto um palmo acima dos joelhos e uma jaqueta preta repleta de spikes pontudos e brilhantes. Vendendo tickets para o funeral de alguém. Também tinha uma bolsa de alça única. Ela estava com os olhos no horizonte e mascando um chiclete. Olhou para mim assim que bola que fez estourou.

─ Ah. Oi! ─ Ela disse. Encarou-me de cima á baixo. O rosto dela era angelical, mas olhar era meio cruel. Eu me senti extremamente ridículo vestindo aquele pijama branco com pinguins na calça.

─ Bom dia! ─ Eu pigarreei antes de falar.

─ Definitivamente bom. ─ Ela sorriu. Um sorriso sinistro e sarcástico. Uma boca grande com batom preto, os dentes da frente eram grandes. ─ Só um minuto. Aqui! ─ Ela remexeu na bolsa preta de alça única ate achar um envelope largo, completamente negro e com um lacre do envelope.
─ Jack Gillinsky, eu não acho que vá ser um dia bom pra você! ─ Ela me entregou o papel.

─ Como assim? ─ Eu soltei um riso curto, pareceu mais um risinho nervoso. Peguei o papel e olhei de relance para ele.

─ Como eu vou te explicar isso? ─ Ela tocou o queixo e então se encostou à parede perto da porta. ─ Jack Gillinsky... Algumas pessoas têm vidas cheias de tristeza e câncer, outras têm muito dinheiro e um pinto pequeno... E você, não vai ter nada disso! ─ Ela cruzou os braços e me encarou de uma forma triste. ─ Tirando a parte do pinto pequeno, é claro.

─ Desculpe! ─ Eu revezei minha expressão confusa entre ela e o papel. ─ Eu não entendi! .

─ Você vai morrer! ─ Ela deu de ombros.

Morte. A morte era uma coisa que já tinha passado pela minha cabeça. Eu tinha muito medo de morrer aos seis ou sete anos. Aos 13 eu pensava levemente em suicídio, já que minha vida era bem perturbada, mas agora... Agora eu não penso muito nisso. Eu fiquei encarando ela por um tempo. Minha expressão era um misto de confusão e desdém.

─ Você realmente me acordou as 05h40min da manhã pra falar isso? .

A garota deu um suspiro de exaustão. ─ A maioria das pessoas também não acredita. ─ Ela desencostou-se da parede e começou a caminhar pra longe de mim. ─ Você tem 30 dias, Jack! ─ Ela gritou enquanto atravessava a rua.

Meus olhos a seguiam, Não me lembro de qual direção ela seguiu, nem em qual rua entrou.

_________________
Oi pessoal, aqui é o Dante. Muito obrigado por apoiarem a serie. O que estão achando do conteúdo? votem, comentem ❤

Eu tambem gostaria de convidar para lerem minhas outras fanfics MEAN BOYS e SEEKING JACK. ❤

Obrigado!!





✅ ENVELOPE NEGROOnde histórias criam vida. Descubra agora