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16 dias.

Eu estava sentado no sofá da sala, havia um prato de banana frita com queijo ao meu lado, o controle remoto estava do outro e estava passando Efeito Borboleta na TV a cabo, bem na cena em que a caixinha de correio explode na mulher e no bebê.


─ Amo essa parte. ─ A Morte sussurrou. Eu confesso que tive um susto, mas não comentei isso com ela.


─ Nem mostra direito.


─ Mas dá pra saber o que aconteceu. ─ Disse ela. Eu suspirei e continuei assistindo o filme. Acho que eram aproximadamente 16h00minh.
─ Eu amo bebês. ─ Começou a Morte. ─ Eu sou totalmente a favor do aborto. Quando mais abortos são feitos, mais bebês eu ganho. ─ Ela falou com uma voz animada. Eu quase ri.


─ Você é uma doida de pedra. ─ Comentei.


─ Eu sei. ─ Ela deu de ombros e continuou assistindo. Eu dei uma garfada na banana com queijo. Ashton Kutcher voltou ao presente, agora sem os dois braços.


Passei o resto da tarde em casa, e ficaria ate a quinta, eu estava suspenso. Muitas pessoas ficaram ao meu favor e afirmaram que Walter havia começado a briga, o que era uma quase verdade, não haveria briga se ele não tivesse vindo falar comigo. Eu comecei a me perguntar se as pessoas me defenderam pelo fato de Walter ser um merdinha arrogante e cruel, ou pelo fato de que a minha reputação estava realmente mudando. Eu me conformei, não andaria mais com as mesmas pessoas, não se isso me fará um excluído social e, sinceramente, eu não ligo. Eu nem mesmo vou ter tempo para aproveitar essas coisas.


Andy passou na minha casa umas 18:00, eu gostei disso. Era a primeira vez que ele entrava na minha casa, ele me contou que a mãe dele não gostou nada da ideia por motivos de que:


1) Eu praticava bullying com ele.


2) Ele também estava suspenso e era por minha causa. Mas ele veio mesmo assim e eu gostei disso.


─ Ela me disse que você era aproveitador e que iria sempre me manipular a me meter em encrencas por sua causa. ─ Ele comentou sobre a mãe. Andy me apareceu um cara muito folgado, ele estava completamente estirado na minha cama.


─ Ela está certa. ─ Eu concordei. Falei com a expressão seria, mas estava brincando.


─ Você se acha o bambambam. ─ Andy murmurou.


─ Eu sou! ─ Dei uma gargalhada.


─ Cara, você é corno. ─ Andy olhou para mim com uma careta engraçado.


─ Calado! ─ Eu empurrei o indicador na testa dele. Ele riu. Ficamos por um tempo em silencio.


─ Então, você agora vai dar uns pegas na Avery? ─ Ele indagou. Eu fiquei pensativo por um tempo.


─ Não. ─ Respondi. Mas logo sorri. ─ Ela que vai dar uns pegas em mim.


─ Ah, claro. ─ Andy ironizou.


Minha mãe entrou no quarto com dois sanduiches de atum em prato de plástico. Para Andy não quebrar. O que era muito estranho, pois isso é trabalho de Dalilah, e mamãe nunca faz o trabalho dos outros. Ela foi educada com Andy e simpática, eu achei a situação engraçado, mamãe fingiu não estar irritada comigo e Andy fingiu entender a situação.


Eu fiquei assistindo Law and Order com Andy, no Box que Sloane havia me dado. Perguntei a Andy se ele achava que eu deveria jogar fora, mas ele falou que era um seriado muito bom e como eu havia dito que nem gostava mesmo de Sloane eu deveria ficar com o Box, no mínimo deveria doa-los. Então eu doei o Box para Andy e ele ficou muito feliz. Ele perguntou se eu gostaria de receber alguma coisa em troca e eu disse que não precisava, mas ele insistiu. Eu acabei não falando o que queria, mas já estava alertado de que ganharia alguma coisa de Andy. Quando Andy foi embora eram provavelmente umas 22:30h, ele prometeu que iria pedir os conteúdos á os meus professores. Não aconteceu nada nos dois dias em que fiquei em casa, exceto o fato de que Andy trouxe um jogo interativo para Xbox chamado Life is Strange, era semelhante a Efeito Borboleta e eu realmente gostei.

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