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Afrouxei o nó na gravata cor de tabaco do uniforme assim que sai da sala de aula. O corredor começava a encher de alunos, que obviamente, queria ver um pouco de felicidade no meu rosto para achar que podiam falar comigo, mas eu expressava mau humor e eu realmente não estava no meu melhor humor. Três pessoas disseram "oi, Jack" ou somente " Jack!" ao passarem por mim. Uma delas era Frances Laughlin, um cara do time de tênis que perdeu pra mim e para não pagar de rancoroso, finge que é meu amigo. A outra era Elizabeth McCoy, uma loira peituda que era da mesma classe de Matemática que eu. Havia uma coisa que eu gostaria de colocar na cabeça dessa gente de escola. A definição de popular nos corredores de uma escola não é a mesma que se usa para lugares frequentados por toda a população, então, NÃO É TODO MUNDO QUE PODE FALAR COMIGO E EU NÃO QUERO FALAR COM TODO MUNDO. Sacou? Espero que sim.

A mão de alguém tocou à minha barriga e me fez virar em sua direção. Sloane Faulty, minha namorada desde o primeiro ano. O pai dela era dono de uma companhia de hotéis no país e esse ano ela ganharia uma herança bem gorda do avô. ─ Ei, bonitão. ─ Agora não. Pensei, mas já era tarde de mais. Antes que eu pudesse ver o quanto aberto estava o uniforme da minha namorada na parte dos seios, ela me beijou. Gloss de menta. ─ Como você esta? ─ Ela piscou os olhos verdes.

─ Muito bem! ─ Forcei um sorriso, mas ele se alargou espontaneamente quando eu notei que a blusa branca do uniforme estava dois botões acima do busto abertos, o cabelo castanho com cachos na ponta também caiam impecavelmente sobre os ombros. ─ E você? ─ Pisquei, levando meus olhos dos seios ate o rosto dela.

─ Eu estava pensando se você... ─ Ela fez uma pausa e me puxou pelo cinto de couro, colando meu corpo contra o dela. ─ não estaria a fim de desabotoar os outros oito botões do meu uniforme ─ Ela me deu um selinho. ─ na sua casa ─ Outro selinho. ─ Depois da aula. ─ Dessa vez ela ficou apenas me olhando e sorrindo.

─ Ótima ideia. ─ Eu sorri. Sloane também sorriu e, com a mão na minha, fomos juntos para o pátio. Eu tentei pensar em uma desculpa para não transar com Sloane durante todo o percurso, já que da ultima vez ela não havia se depilado.

Havia aproximadamente 7 mesas espalhadas pelo pátio da escola, mas a nossa era reservada, exclusiva e todas as outras palavras que indicassem que ninguém podia sentar naquela porra alem de nós. Quem somos nós? Okay. Vamos lá.

Sloane é a gostosona rica e eu o namorado antipático. É correto afirmar que o uniforme cai perfeitamente bem com o meu cabelo lambido para o lado e as minhas costeletas bem feitas, olhos negros, boca fina. Tem um cara negro que eu nunca me dei o trabalho de saber qual o nome verdadeiro, o chamamos de Jambo. Jambo sempre esta disposto a comprar briga. Briga? Walter Carson é um ótimo puxador de briga, por isso tem uma cicatriz bem no meio da sobrancelha esquerda, ele sempre começa e nunca termina, é o meu melhor amigo e esta com seu cabelo bagunçado de sempre, se não usasse o uniforme do colégio eu diria que era um sem teto. No final da mesa esta Catharina Korkov, ela aparece, no Maximo, sete vezes por mês na escola, ela é modelo e melhor amiga de Sloane.

Eu gosto da minha turma, mas eles são ótarios, ótarios ao ponto de estar fazendo um sol irritante bem na nossa mesa e eles preferirem fritar a deixar a mesa para os socialmente desprovidos. Sloane se sentou no lado oposto a mim da mesma, ficando assim de frente pra mim. Ela sorriu.

─ Parece que alguém vai tirar o atraso. ─ Murmurou Walter com um sorrisinho na cara e, logo em seguida, mordendo uma maça.

─ Você tem piadas tão inteligentes, Walter. ─ Eu cocei o queixo e cerrei os olhos para ele. ─ Você deixa alguma garota molhada falando essas coisas? .

─ Na verdade não. ─ Walter quase gargalhou. ─ Eu não molho elas falando, molho elas lambendo.

─ Ai que noooojo! ─ Gritou Catharina, mas ela deu um risinho. A boca dela se abriu mostrando um sorriso perfeito de dentes pequenos,

─ Que bosta é essa? ─ Sloane falou quase num sussurro, então ela abaixou a cabeça como se tentasse desviar o olhar de alguma coisa.

─ Jack. ─ Me virei. Avery Miller estava a apenas alguns centímetros do meu ombro. Ela sorria e o cabelo com frizz voava levemente, um dos olhos dela estava fechado devido à luminosidade. ─ Você saiu tão rápido da sala. Não tive tempo de falar com você sobre o trabalho.

Eu me curvei na cadeira. Estava pensando em algo para falar, mas foi o tempo em que vi Walter se ouriçar como um pavão.

─ É, escuta, qual é mesmo o seu nome? ─ Walter sorria. Era o sorriso debochado dele.

─ Avery! ─ Ela falou com um tom de voz indicando desconforto e nojo só de estar falando com ele.

─ Ok, Avery ─ Walter limpou a garganta. ─ Essa mesa é um lugar privado e é o único lugar onde nos podemos ficar livre do assedio social dessa escola. Eu acho que você devia aproveitar o seu momento de gloria limitado ao lado do meu parceiro ─ Walter olhou de relance para mim, ─ E falar com ele apenas durante as aulas que vocês fazem juntos.

A mesa ficou silenciosa. Um silencio pesado. Ninguém olhava para Avery ou para Walter, nem mesmo eu. Avery estava ao meu lado, imóvel, segurando sua bandeja. Eu podia sentir ela completamente atingida e constrangida ao meu lado. Tive a cara de pau de inclinar o rosto de direção dela e, quando vi que ela colocou os olhos envergonhados em mim, apenas dei de ombros.

Avery Miller assentiu, conformada e se retirou das proximidades da nossa mesa com o rabo entre as pernas.

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