Os carros passavam rápidos e inconsequentes pela rua asfaltada, as pessoas atravessavam a faixa de pedestre como se fosse o apocalipse, mas eu estava são e salvo na calçada com contornos em formato de tijolos. Eu fazia esforço para não pisar nas linhas que dividiam os tijolinhos.
─ E que tal Deus? ─ Eu perguntei, ainda prestando atenção nas linhas.
─ Qual dos? ─ Perguntou a morte. Eu parei de caminhar e encarei-a com uma expressão incrédula.
─ Tem mais de um? ─ Perguntei.
─ Elvis Presley e Michael Jackson! ─ Respondeu ela.
─ O que? ─ Comecei. ─ Ah, não. Eu me referia ao Deus cristão.
─ Credo. Não. ─ Ela falou como ficasse enojada de cada palavra que eu havia dito. ─ A coisa toda seria muito chata se ele existisse.
─ Okay! ─ Eu fiz uma pausa. Decidi mudar de assunto então. ─ Quer dizer que o Michael Jackson morreu mesmo?
─ É obvio. ─ Ela revirou os olhos. ─ Não permitiria que ele brincasse com o meu negocio.
─ Você não sente pena das pessoas?
─ De você? ─ Ela deu de ombros. ─ Nem um pouco.
─ Nossa.
─ Não fique tão surpreso. ─ Ela continuou. ─ Nem todo mundo gosta de você!
Eu decidi ignorar a ultima frase que saiu da boca dela. Na verdade eu nem estava olhando para ela enquanto conversávamos e como ninguém podia vê-la alem de mim e eu não queria que achassem que eu era biruta. Os portões pintados de marrom claro da L. H. A. estavam abertos, o brasão da escola cintilava em uma placa de cerâmica fixada no muro cheio de trepadeiras. Os alunos estavam entrando e o sinal tocou assim que eu atravessei os portões.
─ Lembre-se, Jack. ─ A morte falou enquanto caminhava ao meu lado. ─ Você não esta mais aqui para ser o garoto popular, mas para concertar seus erros.
─ Claro! ─ Eu assenti e dei um sorriso visivelmente falso.
─ Eu estarei observando. ─ Ela caminhou atrás de mim como se estivesse passando para o outro lado, mas não passou. Ela não estava mais lá.
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✅ ENVELOPE NEGRO
HumorJack é um rapaz mau, arrogante e indiferente que recebe a visita da morte e precisa mudar de atitude antes que ela o leve.