Era uma avenida bastante movimentada. Nem passavam das 7:00 da manhã e os carros já buzinavam e passavam a todo velocidade pela rua. Havia arvores com folhas amareladas na frente de cada uma das casas grandes devido a época do ano. O assunto a ser tratada tinha uma rua de carros movimentada no meio, de um lado da avenida uma casa grande pintada de amarelo e com uma porta branca que parecia ter sido muito cara, tinha uma varanda muito linda com uma janela grande emoldurada no mesmo branco da porta. Do outro lado, uma garota loira usando jaqueta preta, coturnos e uma bolsa de alça única. A bola de chiclete que a mesma havia feito acabara de estourar. Vários botons de bandas de rock estava fixados por toda a jaqueta da garota.
A gótica estava confiante o suficiente para atravessar a rua sem que nenhum dos carros desenfreados e guiados por pessoas desesperadas para chegar cedo ao trabalho encostasse-se a ela. O couro do coturno rangia enquanto ela caminhava pela calçada, e rangeu mais ainda quando ela começou a subir o batente da casa amarela. A mocinha gótica abriu a bolsa de alça única e pegou uma prancheta, ela verificou o numero. 1345. Era o numero certo, ela guardou a prancheta na bolsa e bateu na porta três vezes, havia uma capainha ao lado, mas ela odiava campainhas.Acima das escadas daquela casa o garoto se contorceu na cama, depois se encolheu, pois sentiu muito frio. Ele estava apenas de shorts. Mais duas batidas fortes da porta foi o que ele ouviu, ele bufou e, com muita raiva, descobriu-se. O garoto não vestiu camisa, nem penteou os cabelos castanhos, apenas calçou suas sandálias e desceu extremamente irritado.
O garoto estava resmungando, ele estava de ressaca e não queria conversar com ninguém, já havia terminado o ensino médio e não estava nem um pouco disposto a acordar cedo. A casa estava muito fria e ele xingou por ninguém ter ido abrir a porta e a pessoa continuava a bater.
─ Eu já estou indo, porra! ─ Ele gritou ainda do terceiro degrau. Mas a pessoa continuou a bater. O garoto revirou os olhos e se perguntou se a pessoa era surda. Finalmente havia chegado ate a porta, mas as batidas cessaram quando ele encostou a mão na maçaneta. Um
calafrio arrepiou todo o corpo do garoto e ele se arrependeu de não ter pego uma camisa. Destrancou a porta e girou a maçaneta.
O que ele encontrou foi uma garota gótica mascando chiclete, de braços cruzados, escorada nas dobradiças da porta e encarando os carros que passavam pela rua. O garoto olhou-a de cima a baixo e riu, ele sempre achou esse tipo de pessoa uma piada, apostou consigo mesmo que a garota se automutilava e ouvia Nine Inch Nails. ─ Posso ajuda-la? ─ O garoto cruzou os braços e a encarou com um sorriso debochado
─ Ah. Oi! ─ Ela disse. Encarou o rapaz de cima á baixo. O rosto dela era angelical, mas olhar era meio cruel. O garoto cruzou os braços. Ele sentiu-se um pouco desconfortável por estar sem camisa.
─ Bom dia! ─ Ele falou, foi uma grande mudança de atitude em relação á garota.
─ Definitivamente bom. ─ Ela sorriu. Um sorriso sinistro e sarcástico. Uma boca grande com batom preto, os dentes da frente eram grandes. ─ Só um minuto. Aqui! ─ Ela remexeu na bolsa preta de alça única ate achar um envelope largo, completamente negro e com um lacre dourado. ─ Walter Carson? ─ Perguntou ela.
─ Sim! ─ O garoto enrugou a testa e assentiu levemente.
─ Eu não acho que vá ser um dia bom pra você! ─ Ela entregou o envelope ao garoto e deu mais um dos sorrisos extremamente sarcásticos.
Aquele definitivamente não seria um bom dia para Walter Carson, nem um bom final de vida.xoxo, Morte.💀❤
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✅ ENVELOPE NEGRO
HumorJack é um rapaz mau, arrogante e indiferente que recebe a visita da morte e precisa mudar de atitude antes que ela o leve.