18 dias.
O hotel Palacio De Los Jardines ficava na saída da cidade, do lado oposta de Out Line. Era grande, parecia realmente um palácio e, embora os donos fossem rivais dos da família de Sloane, era um hotel muito nobre. A família de Sloane nunca cedia seus hotéis para nenhum tipo de evento, especialmente eventos em que iríamos encontrar Scorpion, Naruto Uzumaki e garotas vestidas de Hentai. Tudo isso ao som de Baby Metal. O dia estava bastante ensolarado e eu vestia uma camisa preta lisa, calças jeans e um par de all stars azul escuro. A Morte estava ao meu lado usando a beca preta e óculos escuros.
─ Que dia lindo para pegar um câncer de pele! ─ Ela comentou.
─ Ontem foi um lindo dia para ser corno. ─ Eu comecei a andar por entre as pessoas. A musica era ensurdecedora, e o publico que estava era bastante underground. Eu esbarrei em uma garota de cabelo laranja com dreads. Por um momento eu me senti bastante desconfortável por estar no meio daquele tipo de gente. Mas eu senti algo diferente. Tinham tantas pessoas quanto nos corredores da escola, talvez um pouco mais, e nenhuma delas estava me assediando ou tentando chamar a minha atenção. Eu caminhei ate umas mesas de plástico e me sentei em uma das cadeiras brancas, segundos depois um cara me expulsou de lá falando que ali haveria uma competição de card games. Eu saí. Continuei vagando pelo lugar cheio de pessoas que eu não conhecia. A Morte não estava mais comigo e agora eu estava completamente sozinho. Eu vi os gêmeos vestidos de Mario e Luigi do videogame. Eles estavam comprando bottons de um cara que usava bandana florada e óculos maiores que o rosto ossudo.
─ E aí? ─ Eu falei ao me aproximar deles. Dylan, que estava vestido de Mario, olhou para mim e deu um sorriso largo, mas logo ele desapareceu.
─ Onde esta a sua fantasia satânica? ─ Ele me olhou de cima a baixo.
─ Bem... Hoje eu vim de mim mesmo. ─ Dei de ombros.
─ Essa também é assustadora. ─ Dolan, que estava de Luigi, respondeu. Eu ri.
─ Gilinsky? ─ Andy estava atrás de mim. Ele sorriu, mas era quase uma careta. ─ Hoje não era o aniversario da sua namorada? ─ Ele cruzou os braços.
─ É sim. ─ Eu assenti foi só o que eu disse. Andy me encarou por alguns segundos, acredito que ele tenha entendido uma parte do recado, pois ele deu um sorriso e passou o braço esquerdo por cima Dos meus ombros e riu.
─ Bem vindo ao lado negro da força, mauricinho! ─ Ele começou a andar e eu fui junto com ele.
Os gêmeos se juntaram a nós. Acredito que só vieram eles três, quatro comigo. Andy me apresentou a vários amigos dele, algumas garotas também. Havia uma menina muito bonita de olhos puxados, o nome dela era Cassidy, mas o sobrenome era oriental, ela usava uma touca de Pikachu que a deixava muito fofa.
Andy me levou para uma parte do evento em que estavam vendendo mangás. Ele me induziu a comprar algumas para começar a entrar nesse mundo, não era necessário, pois eu não iria ter tempo para aproveitar aquele mundo, mas aceitei. Comprei os primeiros volumes de Tokyo Ghoul, Akame Ga Kill, Wolf's Rain e Cavaleiros do Zodíaco, pois eu era obcecado quando criança. A Morte também me disse para comprar Inuyasha, era o favorito dela. Fiz uma careta, era estranho saber que a Morte lia mangás. Eu entrego o dinheiro para a garota que parece uma versão loira da Dita Von Teese e me viro para ir embora. Repentinamente dou de cara com uma garota usando uma maquiagem colorida e uma peruca azul de corte Chanel.
─ Jack? ─ A voz familiar me faz examinar atenciosamente o rosto da garota. Eu a conheço. Ela estava acompanhada de uma outra garota que também usava uma peruca loira. Podia jurar que eram cosplays de Sailor Moon.
─ Avery? ─ Eu dou um sorriso ao mesmo tempo em que junto às sobrancelhas.
─ Esse é o ultimo lugar no qual eu esperaria te encontrar. ─ Ela sorriu. Eu sei, eu sei.
─ Era o ultimo lugar em que eu estaria também. ─ Eu dei um riso baixo.
─ Oi, Avery! ─ Andy novamente colocou o braço no meu ombro. Ele deu um sorriso largo.
─ Andy! ─ Avery sorriu. ─ Nossa, desde quando vocês são amigos?
─ Ah, qual é. ─ Eu relaxei os ombros. ─ Por que isso te deixa tão surpreso?
─ Porque você é um mauricinho metido. ─ Andy riu.
─ Talvez um pouco. ─ Avery sorriu e fechou um dos olhos quando gesticulou. Eu revirei os olhos, mas também estava sorrindo.
─ Agora ele é um geek, igual a gente.
─Estou impressionada. ─ Avery olhou para mim, então para o resto do meu grupo. ─ Então, para onde vocês vão agora? ─ Ela perguntou.
─ Competição de VideoGame. ─ Andy começou. ─ Jack disse que é um arraso no Just Dance. ─ Andy deu um tapinha nas minhas costas. Eu abri a boca para protestar.
─ De jeito de nenhum. ─ Avery fez careta.
─ Por que não? ─ Eu franzi a testa.
─ Jack Gilinsky e Just Dance, isso não combina. ─ Ela cruzou os braços.
─ Ah é? ─ Eu mordi o lábio inferior sem perceber. ─ Eu vou mostrar pra você então.
Eu nunca. NUNCA. Fui um bom dançarino, nem quando precisei fazer teatro no ano passado por causa de uma detenção. Havia mais ou menos 10 pessoas na plataforma do Just Dance. Eu me tremia levemente de vergonha, Avery estava ao meu lado. Ela não estava mais com a peruca, minhas mãos estavam suando e eu olhei de relance para Andy. Ele sorria, estava se divertindo com a minha vergonha. A Morte estava do outro lado do salão, ela gesticulou um legal para mim. Eu respirei fundo.
─ Você está nervoso? ─ Avery sorriu.
─ Claro que não. ─ Respondi sem olhar para ela.
A tela gigantesca acendeu na nossa frente. Merda. Meu nervosismo só aumentou. Um bonequinho amarelo apareceu na tela de fundo rosa e uma musica começou a tocar. Era da Britney, tenho certeza. O boneco começou a se mexer e eu juro que tentei ao maximo imitar os movimentos daquele maldito boneco. Eu terminei em quinto lugar e Avery em segundo, me senti bastante envergonhado e com vontade de bater em Andy. Mas no fim das contas foi divertido. Avery ganhou uma camisa do Just Dance como premio. O primeiro colocado ganhou a camisa e 100 dólares e estava comemorando com gritos muito altos.
Andy reclamou pelo fato de que nós quase havíamos ganhado o dinheiro.
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✅ ENVELOPE NEGRO
HumorJack é um rapaz mau, arrogante e indiferente que recebe a visita da morte e precisa mudar de atitude antes que ela o leve.