Eram aproximadamente 17:00 horas, dá parte de cima do hotel dava para ver o sol se pondo e também dava para ver a estrada que saia da cidade. Meu celular vibrou no bolso traseiro, eu o peguei e vi a foto de Sloane aparecendo na tela, como ela tinha a cara de pau de me ligar? Tudo bem que eu ainda não havia terminado com ela, mas ela sabia muito bem o que estava fazendo. Deixei que o celular continuasse tocando e quando ela ligou da segunda vez, eu ignorei a chamada.
─ Oi! ─ Avery apareceu ao meu lado, sorrindo. Ela segurava dois copos com uma substancia azul dentro, um foi oferecido a mim e eu peguei.
─ Tem álcool aqui? ─ Perguntei com um sorriso.
─ Com certeza. ─ Ela sorriu. Eu dei um gole. Tinha gosto de mirtilo, mas era um pouco acido e dava para sentir o cheiro de álcool. Avery ficou me observando.
─ Muito bom. ─ Assenti. Ela não disse nada. Apenas se recostou na varanda do hotel e deu um gole. Os olhos dela estavam vidrados na estrada.
─ O que te fez mudar de atitude? ─ Ela perguntou, ainda olhando para a estrada. Eu fiquei em silencio. ─ Você esta sendo gentil com os geeks, comigo. Ate deixou de ir ao aniversario da sua namorada para estar aqui.
─ Ela não é mais minha namorada. ─ Respondi curtamente. Dei um gole na bebida. Avery olhou para mim e ficou em silencio por um tempo.
─ Sinto muito.
─ Não sinta. ─ Eu sorri. ─ Eu não sinto.
─ Então está deixando o lado fútil de lado?
─ E indo para o lado negro, como diz o Andy. ─ Eu respondi. Avery riu. Fiquei um tempo em silencio, então balancei a cabeça negativamente. ─ Não é nada muito importante, você só nunca sabe o que vai acontecer amanhã.
Eu não sei quantas bebidas daquela Avery havia tomada, nem mesmo sei se ela fez aquilo porque estava bêbada, mas ela fez. Avery me beijou, ela cheirava a mirtilo e álcool, e eu também. Eu queria saber o que fazer na hora, mas não sabia. A língua dela se entrelaçou com a minha e eu gostei daquilo, quando ela parou eu sorri e ela também sorriu.
─ Porque parou? ─ Perguntei. A boca dela estava a alguns centímetros perto da minha.
─ Não sei nem porque comecei. ─ Ela riu. Eu olhei para baixo ainda sorrindo.
─ Casal! ─ Andy gritou do outro lado da varanda. Nós olhamos para ele. ─ Que tal um karaokê agora? ─ Ele riu. Avery e eu concordamos.
O dia foi agitado, comemos doces japoneses em formato de gatinhos e outro doce que tinha pimenta, mas era muito bom. Terminamos o dia na competição de Karaokê, Avery arrasou e dessa vez ganhou em primeiro lugar. Eu não fazia ideia do que aquela musica japonesa estava falando, mas ela ficou muito boa na voz de Avery.
Eu havia ido de ônibus para o evento, mas Andy nos deu uma carona para casa. Cheguei em casa eram provavelmente umas 20:00 da noite. Eu ainda estava dentro do carro de Andy.
─ Cara, foi muito bom. ─ Andy riu.
─ Foi mesmo.
─ Obrigado! ─ Andy agradeceu, ele olhou lentamente para mim com um sorriso.
─ Pelo que? ─ Sorri também.
─ Por ter deixado o seu lado fútil em of esses dias. ─ Ele olhou para frente. ─ Você se mostrou um cara bem legal e desculpa achar que você estava fingindo algumas vezes. ─ Ele terminou. Não pude evitar a risada.
─ Não esquenta. ─ ergui a mão direita fazendo um gesto que agora era nosso. O indicador e o dedo médio estavam juntos, porem faziam um espaço entre o anelar e o mindinho, que também estavam juntos. Andy gargalhou e então fez o mesmo gesto.
Eu sai do carro e entrei em casa, não havia ninguém na sala de jantar, nem na sala de visitas. Eu subi as escadas sem fazer barulho, mas havia barulho no meu quarto. Abro a porta e me deparo com a Morte pulando na minha cama, Kero também está na cama, não pulado, apenas sendo levado pela onda de lençóis. A Morte cai deitada na cama a me ver.
─ Foi divertido, não foi? ─ Ela pergunta. Parecia mais uma afirmação.
─ Foi sim. ─ Eu me sento na cama e começo a tirar o tênis.
─ Que bonitinho. ─ Ela ri. ─ Eu estou amando o progresso do meu projeto.
─ Ah, eu também. ─ Eu rio. Ela foi levemente convencida, mas eu não me importei. Ela se ajeita na cama e fica sentada do meu lado.
─ Parabéns, amigo! ─ Ela me abraça. Era um abraço gelado, mas ainda assim um abraço.
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✅ ENVELOPE NEGRO
HumorJack é um rapaz mau, arrogante e indiferente que recebe a visita da morte e precisa mudar de atitude antes que ela o leve.