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Minha bandeja vermelha tinha hambúrguer de frango, suco de caixinha sabor laranja, um pratinho com um pudim pequeno e uma pera. Eu caminhava lentamente pelo pátio para não derrubar nada. Avistei Andy e os gêmeos na mesa conversando, Avery estava lá, porem ela parecia bastante concentrada em sua salada. Sentei-me na cadeira da ponta e coloquei minha bandeja sob a mesa, quase que instantaneamente Avery levantou-se e saiu. A conversa de Andy e os gêmeos cessaram e eles olharam para mim, suspirei desanimado e me levantei.
─ Avery! ─ Chamei. Ela me ignorou e continuar a caminhar, atravessou o pátio e dobrou a esquina. Corri e puxei-a pelo braço. ─ Ei, o que está fazendo?
─ Eu estou construindo o meu futuro. ─ Avery puxou o braço com força. Eu a soltei.
─ Me desculpa, ok! ─ Eu estendi as mãos.
─ Desculpar pelo que? ─ Avery riu. ─ Você falou exatamente o que quis falar.
─ Falei mesmo. ─ Rebati. ─ Só que você entendeu do jeito errado. ─ Completei, Avery coçou a testa, ela estava impaciente, mas estava disposta a me ouvir. Eu olhei de relance para o lado e vi a Morte encostada na parede, ela estava me chamando com um gesto desesperado.
─ Olha, Jack..
─ Não, Avery por favor! ─ Eu a interrompi. ─ Olha, você tem que me deixar concertar as coisas. ─ Avery ficou me encarando em silencio. ─ Sei que não está com saco pra isso agora, posso te ligar depois? ─ Juntei as sobrancelhas. Avery revirou os olhos e relaxou os ombros.
─ Tudo bem! ─ Ela disse.
─ Obrigado! ─ Eu sorri. Avery ficou parada enquanto eu me afastava, eu me senti bastante leve em relação a nossa conversa. Quando dobrei a esquina a morte puxou com força para o canto da parede.
─ Que porr...
─ Preciso falar com você! ─ Ela me interrompeu. A expressão relaxada e sarcástica dela, agora estava preocupada.
─ O que tá pegando? ─ Arqueei uma sobrancelha.
─ Eu...
─ Rápido, N#11! ─ Alguém a interrompeu. Era o moreno de olhos verdes que estava na parada de ônibus.
─ Cala a boca aAvery, Jedida! ─ A Morte grunhiu para o cara. Eu a afastei de mim e limpei meu uniforme.
─ Ok, o que é que está acontecendo aqui. ─ Olhei para os dois, apontei para o cara e olhei para a Morte. ─ Quem é esse fulano e que papo é esse de N#11?
─ Você não explicou nada para ele, hein! ─ O cara. Jedida. Sorriu. A Morte revirou os olhos e cruzou os braços, ela pareceu bastante desconfortável com o comentário.
─ Explicou o que? ─ Alternei entre os dois. ─ Do que você estão falando? ─ A Morte abriu a boca para falar, mas foi passada para trás.
─ Permita-me! ─ Jedida tomou a frente. ─ Eu sou Jedida, o ceifeiro N#5 ─ Ele olhou para a Morte. ─ E essa é...
─ Não diga o meu nome para ele! ─ A Morte resmungou. Jedida continuou olhando para ela.
─ A ceifeira N#11! ─ Disse ele. O olhar dele voltou para mim novamente e ele deu um sorriso tão sinistro quando o que a Morte tem.
─ Espera! ─ Eu fechei os olhos por alguns segundos. ─ Então tem mais de você? ─ Apontei para a Morte.
─ Muitos mais! ─ Jedida respondeu. ─ Não me diga que você queria todo o mérito? ─ Jedida se dirigiu a Morte que fez uma careta de nojo. ─ Ah questão é... A Morte teve um prazo de 30 dias para pegar a sua alma, e esse prazo já esta acabando.
─ O que? ─ Esbugalhei os olhos. ─ Mas eu achei que os 30 dias eram meus.
─ E são! ─ Jedida respondeu. ─ Mas n#11 deveria ter feito você morrer nesse espaço de tempo, e ela não está conseguindo êxito.
Eu voltei minha atenção para a Morte, ela estava cabisbaixa. Então ela estava mentindo para mim, e tudo o que ela me fez fazer até agora foi completamente inútil.
─ Então você não precisa fazer nada do que ela te pediu para fazer. ─ Jedida juntou as mãos. ─ Você, inclusive, pode se matar agorinha mesmo se quiser. ─ Completou ele. Meus olhos ainda estavam na Morte.
─ Bom saber! ─ Eu assenti sem piscar.

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