127. it was diferente

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Ps: Música na mídia! 

***

Guardei o celular e respirei fundo. Já que não ia ter jeito e ia ser só de madrugada, deitei no banco e dormi.
Menor: Acorda, Gabi - me chacoalhou devagar. Abri os olhos e olhei pra ele.
Gabriella: O que é, Matheus? - perguntei.
Menor: Tá na hora - fez cara de obvio e me puxou. Sentei, bebi um pouco de água e sai do carro.
Gabriella: A gente vai apé?
Menor: Vai, e vai só nós dois. O Pivete vai ficar aqui - assenti e fomos andando. - Você gosta dele né?
Gabriella: Você acha que eu estaria aqui se não gostasse?
Menor: É, não estaria. Por que tá fazendo isso?
Gabriella: Você acabou de falar porque eu to fazendo isso, é porque eu gosto dele
Menor: Hum... - murmurou. Saímos da mata e deu num estacionamento escuro. - Ele tá ficando lá em cima - apontou pra uma janela com a luz acesa. - Ele vai descer - disse. A porta em baixo abriu e ele saiu. Meu coração acelerou, mas ele tava diferente. O olhar, o jeito de andar, até as roupas. Ele foi vindo e parou na nossa frente.
Polegar: Estão fazendo o que aqui? - perguntou.
Menor: Ela veio falar com você, mané - fez cara de óbvio. - Conversa com ela e eu espero aqui, mas to de olho viu - alertou o Pietro. Por que ele falou isso?
Polegar: Tá, vem - me chamou com a mão, deu as costas e foi voltando pro lugar.
Menor: Vai e cuidado, qualquer coisa to aqui - sussurrou e me deu um empurrãozinho. Eu tava com medo, esse não era o Pietro, queria ficar ali com o Matheus. Respirei fundo e segui ele. Entramos lá e ele fechou a porta, subiu umas escadas e eu segui. Ele abriu uma porta, me deu passagem e eu entrei. Ouvi o barulho da porta fechando em seguida. Era tipo um quarto, tinha cama, guarda-roupa e um banheiro.
Polegar: Fala - virei e olhei pra ele, ele tava com os braços cruzados encostado na parede.
Gabriella: Por que você foi embora? Você nem se despediu direito, você simplesmente me deixou
Polegar: Você sabe porque eu vim pra cá
Gabriella: Tá, mas eram só duas semanas!
Polegar: Tive que ficar mais - disse apenas. Ele tava muito diferente, tava frio, rude.
Gabriella: O que aconteceu com você, Pietro? Você não era assim
Polegar: Eu era assim, há muito tempo - sentou na cama. - Quer saber o que realmente aconteceu? - fiz que sim com a cabeça. - Eu tenho um problema sério. Não posso matar, se eu começar, não paro. Há uns 6 anos atrás matava por puro prazer. Foi quando meu pai morreu e o seu pai me fez mudar, mas naquela noite, eu matei 3 caras e o inferno dentro de mim começou. Aqui eu já matei mais de 100 pessoas, eu voltei a matar, eu quando eu começo eu não paro - estremeci.
Gabriella: Você não fez nada disso
Polegar: Eu fiz sim! - levantou. - E fiz por que quis, por prazer - caí sentada numa cadeira atrás de mim. - Tá com medo? Que ótimo, se você me odiar me esquece mais rápido
Gabriella: Então esse é o seu plano? - levantei. - Me fazer te odiar e não voltar mais?
Polegar: Talvez eu volte, mas nada será como antes, eu não serei como antes. Todas as coisas ruins que faço é porque sou assim! - respirei fundo.
Gabriella: Eu não acredito em você, você não é assim, você pode parar com isso!
Polegar: Por que eu te amo, né?
Gabriella: Isso mesmo, Pietro, porque você me ama! E porque depois de tudo que a gente passou, você me deve isso
Polegar: Quer saber? Você tá certa, eu te devo tudo. Porque mesmo depois de tudo isso, você é a unica razão pela qual eu não desisti de tudo, não me matei - suspirei.
Gabriella: Você vai voltar?
Polegar: Não sei 
Gabriella: Por que não me contou sobre isso? Sobre esse problema? 
Polegar: Porque não importava, até agora
Gabriella: Ah, jura? - debochei. - Não confiou em mim, mais uma vez
Polegar: Não é questão de confiança, não me sentia a vontade pra falar disso
Gabriella: Porque não confia em mim
Polegar: Não é nada disso, para de distorcer, sempre confiei em você
Gabriella: Se me amasse, se confiasse em mim, me contar não seria um fardo, seria um alívio. Mas você não confia. Nunca confiou. Jamais vai confiar. E como posso gostar de alguém que não confia em mim? - estava bem magoada.
Polegar: Para de falar assim! - gritou. Fiquei encarando ele e ele tava com uma expressão rude.
Gabriella: Dá pra mudar essa cara?
Polegar: Não, não dá por que é a unica que tenho. Era só isso? Então você já pode ir
Gabriella: Você quer que eu vá embora?
Polegar: Sim, eu quero!
Gabriella: Como pode dizer isso?
Polegar: Porque é o que eu quero! Agora vai
Gabriella: Pra que? Pra você matar mais gente?
Polegar: É isso mesmo, pra mim matar mais gente! - gritou. Eu sabia que eu podia impedir ele de matar mais gente, pelo menos por enquanto. Saí andando, e quando tava quase na porta voltei e beijei ele. No começo ele resistiu, mas depois segurou na minha cintura e me levantou me levando pra cama. Ele me jogou na cama e caiu em cima de mim.

Mulher de Traficante (TEMP 1) COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora