Mulher de Traficante (TEMP 1) COMPLETA

83.

Aquele não era o Pietro da noite passada, ele tava com um olhar diferente, uma postura diferente. Olhei pra ele com uma cara, não fiquei com medo, mas estava receosa. Ele me olhou e piscou. Respirei fundo, ele passou por mim e desceu. O PH já tinha dado as costas pra ir embora.
Polegar: PH! - chamou e o cara virou na hora.
PH: Fala chef
Polegar: Vamos bate um lero, dar uma volta!
PH: Demoro chef - Polegar abriu o portão e saiu. Eu pude sentir a tensão na voz do PH, se fodeu, imagino. Eles começaram a andar pra subida e sumiram.
Kelly: O que ele vai fazer com o PH? - perguntou. Ignoramos.
Gabriella: E agora? - virei pra trás e olhei diretamente pro Bobby.
Bobby: Acho que o Polegar vai botar medo nele, ou sei lá, mas sempre funciona quando ele tenta colocar medo em alguém - assenti devagar, tentando digerir a parte do "medo".
Melinna: Vamos comer? Vai esfriar
Bobby: Esfriou esquenta no microondas
Gabriella: Não como nada requentado
Bobby: É sério isso?
Melinna: Pior que é! Isso ela puxou pra mim - sorriu sínica e entrou. Entramos atrás dela rindo.
Bárbara: Amiga? - chamou baixo puxando meu braço.
Gabriella: Hum?
Larissa: A gente sabe que a Manu sabe alguma coisa do Polegar, mas infelizmente não sabemos o que é - contou.
Gabriella: Como assim? O que quer dizer com isso?
Bárbara: Ela sabe algo, tem um ódio imenso por ele, mas ela nunca contou - deu de ombros.
Larissa: Será que não contou pro Guga? - olhou pra Babi.
Bárbara: Duvido muito, mas vamos ficar de olho nisso, por via das duvidas. Estou preocupada e curiosa
Larissa: O que pode ser de tão forte pra ela odiá-lo?
Gabriella: Não sei, vamos descobrir - disse. Elas assentiram e quando olhei a sala tava vazia, dei de ombros e fomos pra cozinha.
Gabriella: Sabe o que a gente podia fazer? - disse pulando no balcão e sentando. Foi difícil, mas consegui. Balcão alto demais.
Bobby: O que? - perguntou.
Gabriella: Sessão filme - propus.
Melinna: Um filme só né, por que já são 18:15h
Bobby: Oshe, cedo ué
Melinna: Cedo pra você que é desocupado, amanhã elas tem aula e eu vou trabalhar - disse. Minha mãe é diretora de uma empresa de moda.
Bobby: Desocupado nada, eu trabalho - rebateu e eu ri.
Melinna: A hora que quer, você é o patrão
Bobby: E você é a diretora, passa nem 4 horas na empresa
Melinna: Que seja, acordo cedo da mesma forma pra levar elas na escola
Bobby: Ela leva vocês na escola ainda? - me olhou
Gabriella: Leva ué - dei de ombros.
Deco: Mas a escola não é perto da tua casa?
Gabriella: 4 quadras da minha casa, mas gostamos de ir de carro - as meninas assentiram.
Bárbara: Como praticamente vivemos na casa da Gabi, é melhor assim
Patrícia: Até eu levo, um carro só não cabe - rimos. A porta bateu com a maior força no mesmo instante em que ouvimos um tiro, ou fogos, não sabia a diferença. Eu tomei um susto e caí do balcão, por cima do pé. Quase gritei, mas o impacto foi tão grande que não saiu nenhum som da minha boca além de um suspiro. Polegar entrou na cozinha em seguida.
Polegar: Tá fazendo o que no chão? - perguntou.
Bárbara: Ela se assustou com a porta e o barulho de tiros ou fogos - disse. Eu estava meio consciente deles falando, mas parecia tão longe. Ela abaixou do meu lado. - Tá tudo bem?
Gabriella: Meu pé, tá doendo meu pé - balbuciei.

***

Mais um problema pra nossa Gabi... será que foi grave?