Izabella
Chego na porta do hospital e tem toda uma equipe a nossa espera, a mulher ainda segura a Nataly e ajuda os paramédicos a tirá-la do carro. O Alec é um deles, corro junto com eles informando tudo o que sei, hora do acidente e tempo exato que ela ficou desacordada, faz pouco tempo que acordou e disse sentir dor na costa, dificuldade para respirar e quando viu sangue no vestido branco que usava quase surtou, ficou repetindo meus filhos, não quero morrer, eles não podem morrer. E isso meio que doeu, não por ela, mas sim por meu pai já que agora ele só quer saber do modelo de família feliz dele, a esposa perfeita e os filhinhos queridos... Entretanto, não sou rude o suficiente para não entender a angústia dela, nunca me imaginei mãe e nunca pensei em filhos de modo algum, não fui criada para isso, sou fria e calculista não entendo muito sobre sentimentos maternais, todavia agora tenho o carinho do Gabe e ele é tudo pra mim, fiz de tudo para fugir desse amor, até resolvi ficar longe dele e do pai, mas o amo de uma maneira tão incalculável, aquele monstrinho acabou me conquistando mais rápido que o próprio pai. E por lembrar dele, tenho uma leve idéia da aflição do que o meu pai deve estar sentindo agora. Nunca fui religiosa o bastante para saber a qual Santo devo recorrer. Aaaaahhhh!!! Que ódio e angústia que estou sentindo, é quase impossível a salvação dos três e isso me mata por dentro, pelo simples fato de que o meu pai já não sabe viver sem a mulher e os novos filhos. Me arrependo demasiadamente de ter tido aquela brilhante idéia dele ir acompanhado àquela inauguração e depois tê-la como "empregada". Poderia ter evitado tudo isso, mas como poderia pensar que acabaria nisso??? Ela traindo a minha confiança, tendo um caso com meu pai, depois o casamento e agora filhos, a pior concorrência que eu poderia ter. Contudo só quero que tudo termine bem e no momento o que posso fazer é pedir a Deus que os mantenha sãos e salvos. Depois vou atrás da pessoa que fez isso com ela, mesmo que ela não consiga sair dessa. Pois querendo ou não, agora ela é uma Dellaveccio e me sinto de certa forma culpada pelo acidente. A mulher estava quase rolando devido ao estágio avançado da gravidez e eu por ser como sou, não ofereci carona à esposa do meu pai. Ele vai ficar uma fera, principalmente quando souber que a jóia rara dele foi se encontrar comigo.
Tem quase uma hora que estou aqui e nada de notícias. Pela gritaria vinda da recepção, eles chegaram, meu pai, sócios e os familiares. Espero em pânico pela entrada de todos até a sala de espera onde estou e pelas caras, sou a última pessoa que poderia estar aqui, na visão deles. Espero por perguntas e nada. Eles me analisam, percebo no olhar deles que só me enxergam como culpada, senti desprezo, uma angústia e então resolvo me olhar, estou com a roupa suja de sangue, deve ser de quando ajudei os dois caras com quem gritei a colocá-la no meu carro. A funcionaria da sorveteria que me ajudou, aparece na sala, também com a roupa suja e um rosto petrificado de preocupação. Merda, mil vezes merda! Ela tinha que voltar agora? É agora que vou levar a surra que nunca levei, ou todos os tiros???
Fui ao encontro do meu pai, queria abraça-lo, mas antes de chegar perto o idiota do meu irmão me segurou pelo braço tão forte ao ponto de doer e saber que ficará uma marca horrível, me olhou como quem pergunta o que eu fazia ali. Minha avó ficou parada diante de mim impedindo que eu chegasse perto do meu pai, outra que me olhava de modo questionador... Meu pai virou as costas, saindo rumo a recepção novamente, ele estava a ponto de quebrar o hospital atrás de informações, gritei por ele e disse que o Alec estava com ela, nos restava aguardar. Olhei para o meu avô e ele simplesmente abaixou o olhar, evitou contato comigo, sei que isso se deve aos meus trajes para o momento, dessa vez não foi por medo de desobedecer a Helga. Pareciam ter certeza da minha culpa e isso me magoa. São a minha família e todos se voltam nesse momento contra mim, que tenho o mesmo sangue que eles e os mesmos hábitos.
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Rox Drinking (REPOSTADO)
Ngẫu nhiênUma garota, uma dança e todos os homens desejando possui-la. Um advogado em ascensão apaixonado pela filha do chefe. Duas melhores amigas e uma prima maluca ajudam Nataly Macklay a embarcar na maior loucura de sua vida. Durante o dia ela é a admini...