48. Recomeços.

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Antony

Não gostei de como o Ângelo falou com a minha mulher dentro da própria casa dela. Somos casados, mas tenho consciência que a casa é dela e não nossa. Queria matar o filho da puta, não fiz por dois motivos, primeiro: ele pode ser pai em breve e o segundo: não poderia fazer mal a alguém que tenho como um filho.

Mesmo com todos os problemas de mais cedo, gostei de ver o Aron se impondo e fazendo a Izabella recuar, ele pode se dar mal depois, mas isso é guerra dele.

Passei no quarto dos meus pequenos que já vão fazer um ano e encontrei minha mulher cantando baixinho pro pequeno Math dormir, meu filho é tão parecido com ela, o jeito é de durão, mas basta um carinho e ele fica todo bobo, amo ver minha menina, Letícia é a cópia perfeita da minha esposa, no entanto ela lembra a Izabella no temperamento e algo me diz que vai ser tão cruel quanto a irmã ou mais, isso me incomoda, pois eu queria que meus filhos homens fossem assim. Mas quando olho pro Matheus, vejo muito de mim nele. Até mais do que vejo na Izabella.

Me aproximo dos dois e beijo os cabelos da Nataly, vejo os olhinhos do Matheus se abrirem e depois se fecharem, pego ele no colo e o coloco no berço, ele se ajeita e abraça a coberta de cama depois que eu cubro seu pequeno corpo, ele é muito espaçoso digamos assim. Vou até o berço da Letícia que dorme tranquilamente e depósito um beijo em sua testa, sussurro um boa noite e ela continua quietinha, acendo o abajur, ligo a babá eletrônica e saio do quarto apagando a luz principal acompanhado da mulher mais linda do mundo, a minha.

Não vou perguntar nada sobre a Talia, sempre avisei a minha filha que cortasse o mal pela raiz, ela nunca fez isso, agora vai pagar as consequências dos atos dela. Estávamos escovando os dentes quando o celular da Nataly tocou, ela atendeu assim que reconheceu o número, sei que é da casa do lago, posso até dizer pro Ângelo onde a Talia se enfiou mas isso só depende dele, ele precisa entender que o que ele sente pela minha filha não é amor de verdade, é algo mais próximo do comodismo. Ele se acostumou com o jeito dela e só isso.

Depois de falar com a amiga, ela digitou algo pra alguém deve ser pra Taluly. Uma sempre defende a outra, vejo isso em casa todos os dias quando por algum motivo o Izaac briga com a Adeline, vejo isso também quanto ao carinho que eles os Macklay's tem um pelo outro, mesmo sabendo que o Aron não possui o mesmo sangue, claro que isso me surpreendeu quando soube, porque do jeito que o Aron e a Nataly se conhecem e se dão bem, poderiam ser um casal perfeito e feliz se não se considerassem irmãos. Foi um grande susto ouvir sobre o fato dele ser adotado, eles discutiam sobre alguma coisa do passado e o Aron falou que não se meteria na briga, afinal ele era o adotado da história e a Nataly parou de falar no mesmo instante e foi a Adeline quem brigou com ele "nunca mais diz isso seu doido, a Nataly que é a adotada, você é gêmeo do Alec, mesmo que tenha nascido dias antes, tua certidão de nascimento diz o contrário". Eles riram e então o Alec ficou sério, olhou pros irmãos e disse que a certidão do Aron só diz a verdade, ele é um Macklay legítimo, mesmo que tenha nascido de outra mulher. E foi quando percebi a diferença, ele tem os olhos mais claros. Mais tarde naquele mesmo dia, vi o quanto a Nataly estava triste e então ela me contou que era verdade, o Aron não é filho de sangue, mas é filho e isso basta. Poucos dias depois o Bernard me contou que ele pretendia adotar o Aron também, dei graças a Deus por ele não ter feito isso, não sei como ele agiria como meu cunhado.

Tivemos uma noite tranquila, conversamos sobre a festa de aniversário dos gêmeos, e decidimos que vai ser só entre os mais próximos, minha mulher não quer um monte de mafioso planejando casamentos com a nossa filha, nem eu quero.



Ângelo

Foi uma noite difícil, não consegui dormir na nossa cama, o quarto tem o cheiro dela, o jeito dela, desde que nos mudamos pro condomínio é tudo nosso, não consegui ficar mais que cinco minutos no quarto sem ela. E então como em uma enxurrada veio cada lembrança de cada momento, a primeira vez que eu vi ela na Rox. A noite da inauguração onde a Nataly me pediu pra não magoar amiga, a noite do jantar no hotel, vários outros momentos e o dia do nosso noivado. Cada momento me fez ver o nosso relacionamento de outra forma e então eu vi o que nunca percebi antes, nunca amei a Izabella, era a convivência o comodismo ou qualquer outra coisa menos amor.

Rox Drinking (REPOSTADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora