36. Hora de Acordar (parte 1)

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Aron

(Dois meses e três semanas depois do acidente...)

Queria muito que aquela desgraçada me contasse o que ouve naquela tarde e para isso bolei o pior de todos os planos. Com a ajuda do Gabriel, vou sequestrar aquela pilantra da Izabella e vou levá-la para a ilha da família Dellaveccio, claro que sem ninguém saber. Descobri que meu tio está vivo e sei muito bem como ele se disfarçou durante todos esses anos e se a Nataly não fosse a segunda mulher mais importante da minha vida, juro que matava meu tio por ter feito aquela baixinha chorar tanto por achar que ele estava morto. Se ela não o tivesse perdoado pelo que fez eu também nunca o perdoaria.

Bom, sobre meu plano de sequestro é bem simples, a Izabella gosta muito do meu filho, como a Luiza tem trabalhado quase que em dobro para manter os recursos financeiros da concessionária em ordem e eu junto daquela diaba loira tenho mantido o comércio ilegal de armas mais em alta do que nunca, acabei olhando o cofre que era do velho Mak, era porque a Nataly mudou a senha e como o Antony sempre diz que ela é previsível e é mesmo, arrisquei e acertei a senha. Olhei alguns documentos dos quais o Will entregou pra ela e novamente olhei os que a falsa Jade entregou pra ela no mesmo dia. Juntei 2+2 e bingo, descobri o que ela tentou esconder de todos, acredito que pela senha ela só não queria esconder de mim. Bom, isso também não vem ao caso agora, o que importa é que com isso tenho uma base do que possa ter levado a minha prima a sofrer o acidente que quase a levou de nós. Junto com a diaba, ela estava monitorando a vadia da Gizely no intuito de estar um passo à frente da mulher que jurou de morte a "própria filha", bom sei que a Gizely não é nada pra minha Iza, desde aquele jantar em que ela cortou a mão de tanto ódio. Agora só me basta pressionar e saber o que as levou a fazer isso. E se tudo der certo descubro hoje ainda.

Espero pacientemente que ela venha ver meu filho, ela faz isso todas as tarde, descobri assim que percebi que ela costuma entrar e sair da casa pela única entrada sem câmeras de segurança. E como disse, o sequestro me pareceu a melhor saída.

Estou escondido no quarto de brinquedos do Gabriel, a Nataly montou esse quarto pra ele e para os gêmeos - eles só vão poder brincar aqui depois que fizerem cinco anos, como já disse a maternidade mudou a minha prima - ela vem todas as tardes entre 4 e 5pm e então, vou sedá-la e depois tiro ela da zona de conforto que ela costuma viver, como ela nunca foi na ilha, não sabe o único ponto em que funciona celular entre outros aparelhos. E é aí que me dou bem, fui lá na semana passada. Minha prima deixou umas anotações interessantes no cofre que ela mudou a senha. Cofre esse que fica na sala da presidência da concessionária, não o de conhecimento da Luiza. Um que fica por trás de um quadro pintado pela nossa avó, D. Nancy tinha suas prendas, além de ótima pianista, ela pintava e cozinhava maravilhosamente bem. Quando a Nataly engravidou, fizemos uma aposta sobre o que a faria vomitar depois de comer ou beber, nós perdemos, pois o que fez isso, foi nada mais nada menos que um doce de abóbora com coco, que ela mesma fez e que era uma das guloseimas favoritas dela quando criança, feita pela vovó. Nunca consegui comer aquilo... Pra mim, era doce demais. E foi lembrando disso que prestei atenção no quadro e quando o tirei da parede, vi o cofre. Tentei a senha que ela forneceu para mim, para o Tony e para a Izabella, assim que se afastou dos negócios por causa da gravidez. E então do nada, tentei a senha que na verdade era um código nosso quando crianças, que além de mim, talvez somente o Alec lembre, o que eu espero que não. E foi com isso que descobri sobre meu tio e sua atual identidade e sobre as coordenadas da ilha.

Ela chegou, agora é só esperar o momento certo e sumir com ela da cidade por dois ou três dias, isso é mais que o bastante.

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Rox Drinking (REPOSTADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora